Pepper se desesperou quando ouviu os murmúrios de Ravenna, chamou seu nome diversas vezes para que ela voltasse a falar com ela, infelizmente foi inútil já que a ligação caiu pouco depois.
— O que houve? — o marido da ruiva se aproximou, ele tinha o aspecto cansado estampado no rosto.
— Acho que aconteceu alguma coisa com Ravenna...
— Ela não estava em Asgard? — questionou confuso. — Enquanto ela estiver com Thor, nada vai acontecer.
— Essa é a questão, Tony. — voltou a tentar telefonar para a afilhada. — Amélie morreu, por isso ela voltou para Paris, mas não tenho mais sinais dela.
— Quem sabe ela tenha pedido o sinal do celular?
ㅡ Lembra o que eu disse quando Marjorie morreu? Ravenna sumiu por semanas, não atendia ligações, não respondia mensagens, ninguém achava ela.
ㅡ Você precisa se acalmar. ㅡ abraçou a esposa. ㅡ Dê um tempo para ela, se não retornar a ligação até o fim do dia, nós a achamos.
Pepper concordou permitindo que seu corpo relaxasse um pouco nos braços do homem que amava, porém sua mente voava para longe, imaginando os piores cenários possíveis.
Os dias juntos estavam escassos, principalmente agora que Tony trabalhava diretamente para o governo, ele vivia estressado, os ataques terroristas constantes que estavam sofrendo não ajudavam no caso. Stark se sentia culpado, afinal era sua função ajudar a população, mas sequer conseguia encontrar os responsáveis pelas inúmeras mortes que rondavam o país.
As horas passaram sem que Pepper estivesse em paz sobre a situação de Ravenna, mesmo que estivesse trabalhando, seus pensamentos estavam na esperança de que a garota estava bem. Cansada de esperar, ela decidiu ser extrema pedindo para que o celular da afilhada seja rastreado, o desespero voltava para sua mente.
No observatório de Asgard, Heimdall observava novamente a imensidão que era o universo, tantas vidas habitando as raízes grossas de Yggdrasil, olhava por entre as estrelas pensando em toda sua existência servindo ao reino, evitando guerras, prevenindo ataques diretos contra seu rei. O homem se orgulhava de seu dom e de seu trabalho. Entretanto algo mudou depois daquela noite, pela primeira vez em milênios sentia a culpa por ter se envolvido nas tramas de seus superiores, algo que poderia ser tão pequeno e insignificante se tornou uma bola de neve que cobria sua moralidade.
A verdade é que Heimdall era um assassino, o sangue de milhares escorriam de suas mãos devido ao seu comprometimento com Asgard, as memórias das mulheres que morreram quando Odin desejou purificar seu reino não saiam de sua mente, todas foram queimadas vivas somente por seus dons, e ele se enxergava em cada uma delas, quase sentia a pele queimando, o homem sabia que só estava vivo por causa da sua visão.
Houve um momento na história em que Odin estava mais paranóico que o normal, ele ordenou que Heimdall caçasse uma mulher cujo o nome era Lorelei, aparentemente ela cometeu um crime, mas o guardião nunca soube qual. Vigiou os nove reinos na busca por ela, encontrando-a num vilarejo afastado de qualquer civilização, junto dela estava um bebê tão pequeno que caberia na palma da mão. O chefe da guarda aesir se aproximou do rei que olhava para a mulher, ofereceu o pequeno embrulho que havia em seus braços. Heimdall arregalou os olhos quando viu a pequena criança, ele poderia jurar que não enxergava a bebê nas visões, o homem observava ofegante seu rei segurar a criança com desgosto.
ㅡ Essa é bastarda que carregou em seu ventre, bruxa? ㅡ Pai de Todos questionou, mas a mulher se manteve em silêncio, recebendo um tapa forte do chefe da guarda. ㅡ Isso não foi necessário, Waldherr, não preciso que ela nos amaldiçoe com sua língua imunda.
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Ravenna
Fanfiction• Em processo de revisão • Ravenna Beaumont sente sua existência ser questionada quando perde o controle de seus supostos dons ainda tão desconhecidos, fazendo com que segredos antigos tenham que ser revelados para uma possível ajuda divina.