20.

698 68 41
                                    

Nem mesmo nos meus piores pesadelos imaginei que estaria novamente cercado por membros da guarda real, acompanhados pelos velhos do conselho de Odin, junto com o próprio e seu filho prodígio. Nunca pensei também que o assunto da discussão deixaria de ser eu para que seja discutido sobre minha filha.

Aquele lugar fedia a hipocrisia daqueles que sentam em suas cadeiras douradas soltando comentários ácidos sobre a garota que não tinha como se defender, afinal ela estava inconsciente numa das câmaras de reabilitação da sala de cura.

O tempo não parecia passar de forma natural, fazendo com que um diálogo de poucos minutos virasse uma longa conversa sobre os prós e contras de manter Ravenna longe da consciência.

ㅡ Perdoe-me, meu rei, mas a garota é filha de um criminoso, além de estar ameaçando a vida de todos aqui. ㅡ esbravejou o chefe da guarda real.

Foi como eu disse, eles não tinham soluções, somente pensavam em métodos que seus ideais antiquados permitiam que eliminasse o problema principal.

ㅡ O criminoso é meu irmão, logo a garota é minha sobrinha. ㅡ disse Thor. ㅡ Tenha mais respeito, ela é da família real tanto quanto eu.

O homem se silenciou, mesmo que fosse visível sua indignação.

ㅡ Devemos achar alguma maneira de controlá-la, algo eficaz para evitar possíveis desastres.

ㅡ Como o quê? ㅡ questionou o membro do conselho. ㅡ A única solução que vejo seria o exílio, mandá-la de volta para Midgard, deixem que seus médicos cuidem dela.

ㅡ Isto está fora de questão! Ravenna é filha de Asgard, filha também de um dos príncipes asgardianos.

ㅡ Não podemos confirmar que ela nasceu em Asgard, sequer sabemos quem é a mãe dela.

Alguns deles olharam na minha direção para que falasse sobre a mãe da tal Ravenna, honestamente não sei o que esperam que eu diga, não tenho como ter certeza sobre quem é a mãe dela.

ㅡ Acham que é possível controlá-la? ㅡ falou o chefe da guarda. ㅡ Imagino que ela seja somente uma distração para o verdadeiro problema, ele está fora da jaula que o colocaram.

ㅡ Quanta obsessão, meu senhor, talvez devesse esconder melhor seus desejos obscuros por mim. ㅡ ironizei, fazendo-o corar de raiva.

ㅡ Calado, Loki! ㅡ gritou o homem, batendo a mão na mesa com força. ㅡ Deveriam ter te executado ao invés de preso, você é um maldito jotun!

ㅡ Silêncio, general. ㅡ a voz calma de Odin soou pelo ambiente. ㅡ Apesar de seus inúmeros crimes, ele ainda é filho de Asgard.

— Com todo o respeito, meu rei. — começou um dos membros mais velhos do conselho. — Mas, Loki já demonstrou diversas vezes que não pertence à Asgard, talvez ele deva sair para podermos conversar sobre a garota.

— Querendo ou não, Loki é o pai biológico dela, ele deve está presente enquanto discutimos isso.

É engraçado ouvi-lo dizer isso, sendo que não me deram a oportunidade de opinar em nenhum momento.

— Estamos novamente saindo do assunto principal. — Sif disse com a voz entediada. — Talvez a questão com o Loki deva ser colocada em segundo plano enquanto pensamos na solução para a princesa.

Ela não havia mudado nada desde a última vez que nos encontramos, ainda tinha o cabelo escuro fruto de uma das minhas travessuras, língua cheia de veneno e espada afiada que aposto que adoraria atravessar pelo meu peito. Sem dúvidas, Sif era a pessoa que mais me odiava de toda a Asgard.

RavennaOnde histórias criam vida. Descubra agora