7. Proposta irrecusável

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   Letícia

   -Quer dizer, minha não.... Ahmm... Do Noah, era isso... - Ele ficou atrapalhado com a sua própria gafe e eu ri, mas logo voltei à realidade

   -A sério? Tu confiavas o teu filho a alguém que conheceste ontem?

   -Claro que sim! - respondeu prontamente - Além disso, já mostraste ser uma mulher digna para cuidar do meu filho. E digamos que seres nossa vizinha traria até benefícios para ambos.

   -Ah sim? - questionei até porque naquele momento aquilo era uma proposta tão boa que eu nem conseguia pensar em mais nada

   -Claro. Seria mais fácil para eu ir buscar o Noah, se eu precisasse de ajuda estás perto e nas minhas viagens  e tal...

   -Eu,... Eu- podiam achar estranho eu estar tão surpresa e sem palavras só porque alguém me estava a dar emprego, mas aquilo era tão no momento certo que parecia irreal

   -Eu compreendo se quiseres pensar melhor. Podemos dormir sobre o assunto e amanhã, como é o meu dia de folga, podemos conversar melhor sobre o contrato. - falou rapidamente achando que eu estava em dúvida sobre o aceitar o trabalho ou não

   -Não! -exclamei assustando os presentes - Eu quero, é claro! Só que parece tão irreal, perdi o meu emprego e isto era o que mais precisava. Eu aceito, podemos tratar dos detalhes amanhã?

   Ele sorriu, o que o fazia ainda mais bonito, e acenou afirmativamente. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, um choro estridente foi ouvido vindo do andar de cima. Instintivamente, levantei - me num pulo da cadeira e reparei que o Gonçalo repetiu o meu gesto. Seguimos os dois para o bebé e lembrei - me que eu não conhecia "Os cantos à casa" como se costuma dizer, então tentei seguir o barulho que o Noah fazia.

   Metade da missão cumprida, faltava acalmar o pequeno. O pai dele seguia atrás de mim e notei que ele estancou na porta e não se incomodou quando eu peguei no seu filho e comecei a balançá-lo ao mesmo tempo que lhe acariciava os cabelos loiros, mas mais brilhantes que os meus. Ele era muito lindo e era parecido ao Gonçalo,  apenas os olhos e o cabelo os diferenciava (e a idade óbvio). Com o Noah mais tranquilo, não sabia se o levava para junto do resto da família ou se devia adormecê-lo.

   -Queres que o leve até aos avós e aos tios ou é para lhe dar o biberão e pô-lo a dormir? -inquiri olhando para o homem moreno que exibia ainda mais os seus músculos encostado daquela maneira. Oh Deus, tira da minha cabeça estes pensamentos perversos!!

   -Os meus pais devem querer vê - lo. Mas eu posso levá-lo! -prontificou -se

   -Não, aceita isto como um teste para saber se eu realmente mereço o cargo - respondi com uma risadinha

   Pisquei o olho, ajeitei melhor o Noah no meu colo e segui para junto dos pais e dos irmãos do Gonçalo. O caminho até à sala pareceu eterno, fui cuidadosa para não deixar o bebé cair e tem muitas escadas,... muitas mesmo... (Ok,  talvez nem tantas, mas para quem leva um bebé no colo parecem mais)

   Quando finalmente cheguei ao andar de baixo, o casal Campbell conversava alegremente com os filhos gémeos, mas logo que se aperceberam que eu trazia o seu neto, levantaram - se e quase correram até ele. Houve uma "discussão" entre os quatro sobre quem pegaria primeiro no Noah. Ao fim de algum tempo decidiu- se que seria a dona Eduarda que logo que se virou para o neto, este esticou os bracinhos.

   A noite continuou até eu achar que estava na hora de me ir embora, quero eu dizer atravessar o jardim, e entrar em casa. Achei estranho o Gonçalo não ter aparecido mais junto a nós e gostaria de avisá - lo que ia embora, mas decidi apenas avisar os seus pais.

   -Bom, está na minha hora. - falei chamando a atenção de todos - Foi um prazer conhecê - los, senhor e senhora Campbell. Espero vê - los mais vezes - sorri e estendi a mão, mas a dona Eduarda logo me puxou para um abraço e quando me soltou o senhor Miguel fez o mesmo.

   - Claro que nos veremos mais vezes, Letícia! O nosso neto precisa de uma babá como tu - respondeu gentilmente a senhora Campbell

   Sorri sinceramente e fui abraçar os gémeos: a Sofia abriu os braços e apressou - se rapidamente:

   -Temos de marcar alguma coisa. Conversar, ir ao shopping, comer porcarias e - aproximou - se de  mim e sussurrou - me ao ouvido - arranjar uns rapazes!

   Eu dei uma gargalhada que os restantes não tinham entendido o motivo e simplesmente olhei cúmplice para a loirinha.

   Cheguei perto do Rafael e abracei - o. De início pareceu relutante em retribuir, mas logo relaxou e apertou - me nos seus braços.

   Dei um beijinho ao Noah e ele fez um biquinho lindo de quem ia chorar.

   -Oh meu amor, não chores! Eu logo volto - assegurei-o antes que também eu fosse chorar, porque é difícil resistir àquele biquinho fofo - Adeus a todos e obrigada por me recepcionarem tão bem!

   -Claro querida, volta sempre que quiseres e, algum problema é só bater na porta em frente.

   -Obrigada, dona Eduarda, vocês foram uns amores. Vemo-nos por aí.

   O pequeno Noah ficou a olhar para mim triste, então mandei um beijinho no ar e ele correspondeu meio desajeitado, mas um gesto que fez o meu dia.

   Fui para casa com um largo sorriso no rosto e com a certeza de que aquele trabalho me ia fazer ainda mais feliz.

    Mais um capítulo para vocês, meus lindos☆

   Votem, comentem e agradecia imenso se partilhassem♡♡ Até ao próximo capítulo

  
  

  

  

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