Estão prontos para as revelações? Não esqueçam de me dizer o que acharam!
Gonçalo
Eu não sei o que me deu para simplesmente decidir que lhe vou contar tudo sobre o meu passado, revelar a uma mulher que em 3 dias me virou a cabeça o que eu tive medo de contar até aos que me são mais próximos. Apenas os meus pais e irmãos sabem a razão pela qual a mãe do Noah me deixou.
O Noah estava a favor da Leticia, porque ficou quietinho no berço e deixou que eu saísse do quarto para conversar com ela. Ela que não me sai dos pensamentos, ela que me virou o coração e a cabeça, ela que me faz sentir um adolescente apaixonado. Nunca acreditei em amor à primeira vista, mas com ela tudo está a acontecer tão rápido e de uma forma tão diferente... Tudo isto foi reforçado quando abri a porta do meu escritório e lá estava ela, descontraída no sofá no canto do cómodo enquanto vigiava o Noah pela babá electrónica que eu levava para onde quer que fosse. E vê - la trouxe me novamente a sensação de borboletas na barriga.
- O Noah está a dormir bem sossegadinho. Acho que nos vai deixar conversar por um bom tempo - falou mostrando que notou a minha presença.
- Sim - foi tudo o que disse.
Sentei me perto dela e fiquei a admirar a imagem do meu filho e recordei todos os momentos que vivemos juntos com a presença de apenas duas mulheres (essenciais). O Noah sempre viveu sem mãe, logo tudo para mim era normal, mas agora com entrada da Leticia nas nossas vidas percebo o que a minha mãe sempre me disse: uma figura materna, uma esposa, uma mulher que seja mais que uma avó ou tia, faz a diferença.
- Eu conheci a Helena num bar. O que eu não sabia era que ela já me conhecia - comecei por desabafar.
Olhei brevemente para a cara da Leticia e percebi o quão confusa ela ficou. Então comtinuei:
- Eu tinha 18 anos e, tal como a maioria dos jovens, gostava de uma boa festa, meter - me com algumas raparigas e divertir - me. Nessa noite não foi excepção, fui para um bar com uns amigos da farra e estávamos a beber quando uma rapariga se senta perto de nós juntamente com umas amigas. A conversa rolou entre bebidas e quando me apercebi estávamos os dois na pista de dança. - parei um tempo para respirar fundo. Lembrar desta história fazia - me sentir estranho - Nessa noite nada mais aconteceu do que aquela dança e talvez uns beijos.
Letícia
Ao mesmo tempo que estava curiosa por saber a história dele, não sabia se ia gostar muito de certos pormenores. Queria saber de tudo, mas se calhar era preferível que ele fosse esconder alguns detalhes.
Começou por contar que se conheceram num bar. Achei bem comum, mas confundiu me ao dizer que ela já o conhecia. Como assim?
- A nossa relação foi apenas de amizade durante uns dois meses até eu querer assumir o que tínhamos e ela aceitou, apesar de eu perceber uma certa relutância. Tal como em qualquer relacionamento, queria apresentá - la à minha família. - Foi contando de forma rápida parecendo não querer falar muito. Senti-me um pouco culpada por ter sido eu a obrigá - lo a relembrar estas coisas.
- Não te sintas obrigado a contar me o que não queres relembrar. - pontuei. Acima da minha vontade de saber aquilo, queria que ele se sentisse bem a dizer - mo.
- Vai ser até bom e libertador. Ela arranjava sempre uma desculpa cada vez que eu tentava um encontro entre famílias, mas apaixonado e iludido como estava achei que simplesmente não estava pronta. -revirou os olhos e pareceu chateado - Até que, por mero acaso, num dia em que a fui buscar a casa de uma amiga, porque ela nunca me revelou onde era a casa dela e achei que era coincidência, os meus pais tinham ido comigo e reconheceram - na.
- Mas então tu nunca a tinhas visto na vida?
- Só em pequena. - respondeu me e depois continuou - Os meus pais ficaram surpresos e assustados e eu sem saber o que se passava.
Flashback on
Estava no caminho para a casa da Carmesinda, a amiga da Helena. Os meus pais iam comigo, queriam ficar no trabalho para uma reunião e como ficava a caminho, eu disse que os levava. Como de costume, buzinei quando parei o carro à porta da casa da Carmesinda.
Eu estava um pouco ansioso, confesso, porque apenas no trajeto até lá me tinha apercebido de que finalmente os meus pais iam conhecer o meu amor.
Ela saiu sorridente da porta e caminhou até ao carro, entrou no seu lugar habitual de passageiro, mas quando se virou para trás para saber quem ia comigo, o seu sorriso logo murchou tal como a expressão dos meus pais não era feliz.
- É ela a mulher que tu tanto amas? Ela já te revelou a sua história? - perguntou a minha mãe de forma indignada e eu continuava sem entender nada.
A Helena baixou a cabeça e murmurou um "Desculpa".
- Vamos para casa. Acho que está na hora de saberes como te conheci. - ela falou e os meus pais acenaram afirmativamente e no momento seguinte a minha mãe já ligava para a empresa a cancelar a reunião.
O caminho de volta foi feito num silêncio bem estranho. Todos estavam envolvidos nos seus pensamentos e, ao contrário deles, eu não sabia o que me esperava. Assustado já eu estava, mas nada me preparou para o que me revelariam sobre a mulher que eu amava.
Quando chegamos a casa, seguimos o meu pai até ao escritório. Os meus pais sentaram - se no sofá beje que outrora fora do meu avô e eu fiquei numa das poltronas enquanto a Helena ficou na outra.
Ninguém falava nada e aquilo realmente começou a me incomodar, então expressei-me:
- Ninguém me vai explicar nada? É que eu realmente sinto me à toa.
- Eu não te conheci naquele dia naquele bar, Gonçalo. - Ela começou por soltar a bomba.
Encostei me de volta e olhei para ela à espera que esta continuasse. A minha mãe interrompeu o que quer que fosse que a Helena fosse dizer e falou:
- Quando eu nasci, não fui bem aceite. A minha mãe traía o meu pai já há vários anos, mas este sempre lhe foi fiel e não quis o divórcio porque achava que ainda havia volta. - respirou bem fundo e apertou a mão do meu pai - Eu fui a última de 3 filhos. O meu pai sempre quis duas meninas e então, com ainda apenas um rapaz e uma rapariga, pediu à esposa por um terceiro filho. Ela não queria, mas um dia chegou com a notícia de que estava grávida.
- Ela tinha sido gerada de mais uma das traições da nossa avó e, quando o avô descobriu isso, exigiu a guarda dos filhos. A verdade é que não conseguiu, e como a tua mãe não foi desejada, deixaram - na num convento. - falou de uma vez só a mulher que afinal era minha prima.
Como se esta notícia não chegasse, disseram me que a história ainda só ia a meio e eu gelei.
- Não tive mais contacto com a minha família e a impressão que passaram minha aos meus irmãos não foi a melhor. E enquanto eles eram pequenos tudo o que achavam era que eu não existia. - entendi o quão difícil estava a ser para a minha mãe contar aquilo, mas senti que apesar de tudo,talvez estivesse na hora de libertar tudo. E então eu sentei perto dela, e esperei que o resto da história viesse e que não me derrubasse.
Gostaram? Não esqueçam do voto e de dizer o que acharam♡
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❤ O café que eu entornei ❤
RomansaLeticia era uma mulher que todos os dias ia tomar um café a caminho do trabalho. Um dia, ao esbarrar contra alguém, devido à sua pressa, entornou o café num homem com uma beleza que a hipnotizou. Gonçalo é um modelo que ao voltar à sua cidade, Nova...