36. Más notícias

921 61 25
                                    


Gonçalo

Já se passaram duas semanas desde que estou com a perna engessada. Não me arrependo de ter salvado o meu anjo, mas fiquei basicamente dependente dos outros e isso nunca foi algo que eu gostasse.

O melhor que me trouxe foi a Letícia ter decidido vir morar para minha casa temporariamente. O nosso namoro corria lindamente, apesar dela não dormir comigo. Vocês acreditam que a teimosa dizia que não me queria aleijar e, por isso, foi dormir no quarto de hóspedes juntamente com o meu pequeno?

Segundo ela, seria melhor vir para aqui para me poder ajudar durante todo o dia para não só cuidar do Noah como de mim. O meu anjo é realmente muito fofo e desde então tenho vivido as duas melhores semanas da minha vida. As meninas de quem ela cuida continuam a receber a sua atenção, mas agora numa residência diferente. Eles gostam de brincar comigo e ajudar a Letícia a fazer a minha fisioterapia. Isso foi outra condição dela. Já que o médico tinha pedido, ela utilizaria os seus conhecimentos médicos para me ajudar a recuperar!

A Ariel é uma menina maravilhosa. Ela cuida muito bem dos pequenos alegando que é um treino para quando ela se tornar oficialmente irmã mais velha. Uma coisa que me magoa é ver o quanto ela não pensa num futuro para si. Os planos de vida dos quais ela fala não incluem a sua presença e é difícil ver uma criança tão pequena ter uma perfeita noção disso. Mas nós estamos a fazer de tudo para que ela se recupere e possa passar muitos mais momentos ao nosso lado.

Também ando com um sorriso de pai babão, porque nos últimos tempos o Noah tem dado os seus primeiros passinhos e tem sido incrível acompanhar isso de perto, algo que não seria possível se estivesse a trabalhar normalmente.

Eu tenho sido um filho bastante mimado. Daí não ter muitas coisas a me queixar neste tempo em que tenho de estar em repouso. Todos os dias sou presenteado com a ilustre presença dos meus pais e irmãos que trazem as refeições para que nem eu nem a Letícia nos preocupemos com isso.

O meu caçula Rafael anda bem mais alegre. Agradeci à minha namorada por ter feito com que ele se abrisse connosco. Ele tem falado bastante durante as refeições e descobrimos até que ele fez uma nova amiga na universidade. Pediu até à minha mãe se podia convidá - la para jantar lá em casa! Conversar com um psicólogo tem - lhe feito muito bem e é tudo o que eu quero: o bem - estar de todos os que amo.

Levantei - me depois de 10 minutos na cama apenas a reflectir. Ouvi a campainha e fui até às escadas para abrir a porta, já que não parecia haver ninguém acordado pela casa. Tive tempo apenas de descer uma escada e logo ouvi o sermão da minha loira:

- Que pensas que estás a fazer? Já te disse que tens de chamar por mim! E se te aleijas novamente? -olhei para ela com cara de inocente para que ela não resmungasse mais comigo. Ela lá aliviou a expressão e deu-me um beijo rápido nos lábios. - A tua sorte é que eu te amo. - E assim desceu sem nada mais dizer. Porra aquilo era tão bom de ouvir vindo da boca dela!!!

A voz doce e fina da Ariel entrou-me suavemente pelos ouvidos e ela logo correu até mim depois de me avistar. Agarrou-se à minha cintura e eu desequilibrei-me sendo obrigado a segurar-me no corrimão escorregadio. Felizmente, o pai da Ariel ajudou a que eu não caísse. 

- Ariel, tens de ter cuidado! O senhor Campbell pode voltar a magoar-se! - chamou-a à atenção e eu notei os os seus olhinhos se encherem de água. Abracei-a da melhor maneira e olhei para o pai dela a garantir que estava tudo bem. 

«♡♡♡♡♡♡»

Hoje a pequena Ariel estava muito estranha. Parecia mais pálida, não quis almoçar, não brincou com o Rafael ao almoço como habitualmente faz e agora a brincar com os bebés estava a cansar-se rapidamente. Estava seriamente preocupado, de tal forma que, quando os pais dela chegaram, pedi para falar com eles em privado. 

- Hoje a nossa pequena sereia teve comportamentos anormais durante todo o dia, mais ainda do que nos últimos dias. - eles olharam-se assustados pensando, provavelmente, que ela se portou mal. - Ela não se tem comportado mal! Aliás, anda é calma demais.

As feições deles mudaram e ficaram tristes. Eu era quem estava com medo agora e a mãe da Ariel deixou que o marido falasse.

Eles explicaram o ocorrido e eu posso ser homem, mas nem por isso deixei de chorar sem qualquer pudor e os dois estavam na mesma situação que eu. 

A Letícia entrou na sala de jantar e, ao ver aquele aparato, entendeu o que se passava. Os pais dela foram embora depois de os abraçarmos longamente. A Letícia não queria perder a Ariel de vista, tanto que a agarrou sem vontade de largar. A pequena inteligente agradeceu à Letícia antes de sair pela porta. Fiquei agarrado à Letícia que ainda chorava enquanto processava o que lhe fora dito. Se eu fiquei apegado àquela menina em tão pouco tempo, imagino o que ela deve estar a sentir. 

Tentei fazer com que ela esquecesse um pouco o assunto brincando com o Noah, uma vez que também a Eleanor já tinha ido embora. Ela mantinha o olhar triste e cansado. Parecia que os seus pensamentos estavam bem longe... 

Dispensei a minha mãe e fiz o jantar para nós os dois. Ela nem protestou, apenas afirmou com a cabeça. Jantamos num total silêncio e eu dei-lhe esse espaço. Custava-me vê-la assim tão em baixo e, infelizmente, não havia nada que eu pudesse fazer. É nestes momentos que entendemos que o dinheiro nada faz. Não dá amor nem felicidade... 

Observei-a enquanto dava banho ao gordinho, mas sem as suas brincadeiras do costume, apenas com uma expressão neutra. No final, dirigiu-se ao seu quarto e eu fui atrás dela. Esta sentou-se na cama e assim ficou, parada por uns longos minutos. Eu fiquei do seu lado. Ela olhou para mim, os seus olhos pareciam lençóis de água, e falou entre soluços:

- A... a ... a minha... me... menina - ela abraçou-me e eu dei-lhe o conforto dos meus braços. 

Com a perna a rastos, levei-a comigo até ao chuveiro do seu quarto e despi - a. Logo de seguida despi - me sem qualquer segundas intenções e juntei - me a ela debaixo da água quente.

Ensaboei-a sem trocarmos qualquer palavra e quando cheguei aos seus seios ela parou a minha mão.

- Faz - me tua. - pediu ainda lacrimosa.

- Não me vou aproveitar da tua fragilidade, meu anjo. - Além de errado, seria uma atitude parva da minha parte.

- Eu imploro - te. Eu só preciso de ti neste momento. - A sua mão continuava sobre a minha.

E assim supri o seu desejo. Não houve palavras, foi uma troca de amor silenciosa. Fui carinhoso e lento, como ela precisava no momento. Os nossos corpos falavam por nós e eu mostrei - lhe, naquele momento, que eu faria de tudo para a ver feliz. 

《♡♡♡♡♡》

Ontem a Letícia adormeceu no meu peito enquanto lhe acariciava os cabelos. Depois do nosso momento prazeroso no chuveiro, continuei a cuidar dela como um bom namorado. Precisava de a apoiar neste momento difícil.

O telemóvel dela tocou na cadeira onde as nossas roupas ficaram ontem. Tirei - a de cima de mim cuidadosamente e tirei o telemóvel do bolso das suas calças. Olhei o nome que brilhava na tela e os meus olhos arregalaram - se.

Então, o que acham que vai acontecer?
E o que se passará com a nossa pequena Ariel??

Fiquem bem, pinguins🐧 Beijos da vossa autora🐇

❤ O café que eu entornei ❤Onde histórias criam vida. Descubra agora