Um mês depoisLetícia
Hoje era quinta-feira e o baile seria no próximo sábado.
Neste último mês a minha vida tinha dado um giro de 360°, mas tudo corria lindamente.
O meu trabalho como babá estava a dar certo e eu adorava cuidar do Noah e da Eleanor. Eles eram bebés bem calmos, quando não se lembravam de bater um ao outro. Como é que seres tão pequenos conseguem já ser tão agressivos?
A minha relação com o Gonçalo não passa de amizade. Começo a perder a esperança de que algo vá acontecer entre nós, portanto apenas me foquei no meu trabalho. Apesar disso, temos conversado bastante e até já fui convidada inúmeras vezes para comer em sua casa e na dos seus pais.
A Sophia tornou-se uma ótima amiga. Saímos menos devido ao meu horário de trabalho não coincidir com o seu da escola. Os planos para o meu aniversário são uma incógnita para mim, já que ela juntamente com a sua mãe estão a fazer tudo nas minhas costas, mas garantem estar tudo a ser bem organizado. E eu confio nelas cegamente.
O Rafael também já se mostra mais à vontade. Ele é um rapaz inteligente e aplicado na escola, daí não o ver há algum tempo, pois este fecha - se no quarto a estudar depois de comer rapidamente.
Os pais do Gonçalo são uns queridos. Continuam a acolher - me muito bem e fazem questão que esteja presente em cada dia da sua vida. Inclusive, às vezes, a dona Eduarda aparece lá em casa para conversar e ajudar com os pequenos.
Tenho conseguido passar algum tempo com as minhas amigas. A Sarah e a Martha compraram uma loja, mas disseram que era surpresa e só no meu aniversário me contariam para que seria. A Julie também se deu muito bem com as meninas e assim o nosso grupo vai aumentando.
A Monique e o John tornaram - se bons amigos. O Gonçalo estava certo quando disse que a vizinhança era amigável. No dia em que os convidei para o meu aniversário, fui também convidada para a sua festa de casamento. Com muito gosto e alegria, aceitei o convite e eles também.
Neste momento estou nos provadores de uma estilista. A Sophia arrastou - me até aqui e estou há praticamente uma hora a provar vestidos. Acho que vocês entendem que isto está a correr tão mal como a última vez que fiz isso.
- Eu acho que precisamos de um número abaixo. - comentou a empregada que estava comigo para me ajudar a vestir.
Ela tinha razão. Aquilo ficava - me extremamente largo. Mas eu nem achei que aquele era o "tal", então poupei logo a menina de se dar ao trabalho de ir buscar um igual.
- Não gostei muito deste modelo. Acho que não é hoje que encontro o vestido para mim! - suspirei derrotada.
Mas pelos vistos, pronunciei - me alto demais, porque a loira ouviu do lado de fora das cortinas e logo estas foram abertas bruscamente.
- Ah mas aí é que estás enganada! - irritou- se cruzando os braços e nunca vi alguém tão fofo quando fica chateado, além dos bebés. - Precisas de estar bem vestida no teu aniversário, portanto eu vou provar alguns looks e se gostares levamos. - virou costas e puxou a empregada que se ria dela. - Mulher indecisa!
Esperei no lugar onde anteriormente ela estava sentada. Pouco demorou e ela logo apareceu carregada de roupas.
《♡♡♡♡♡♡》
Ela já tinha aberto aquelas cortinas de seda bejes inúmeras vezes, e em todas elas a minha resposta tinha sido negativa.
Alguns deles até eram bonitos, mas sentia que apenas no corpo dela era assim.
- Ahhh! - gritou de felicidade. - É este look de certeza, nem que tu negues!
Quando ela saiu dos provadores, os meus olhos brilharam. A camisola ficava lhe um pouco justa no peito, porque ela estava a usar o meu tamanho, mas ela tinha mais peito que eu. A saia também lhe ficava um pouco subida, mas na minha cabeça aquilo ficaria bem em mim,ou pelo menos, agora era o que eu mais queria.
O look era constituído por uma saia preta subida, um cropped branco e um blazer estilo antigo com cores castanhas de tonalidades diferentes e comprido.
- Ainda podes usar aquelas botas de salto pretas até ao joelho que compramos no Shopping! - Pulou de alegria.
Não havia dúvidas! Aquela era a roupa ideal para festejar os meus 22 anos!
O maior motivo pela qual estava desejosa pelos meus anos era porque os meus pais estariam lá e poderíamos aproveitar algum tempo juntos, porque ultimamente a nossa comunicação tem estado complicada. Ser independente traz estas consequências...
Mas eu quero enganar quem! A verdadeira razão é que ontem o Gonçalo sussurrou-me ao ouvido, durante o jantar em casa dos seus pais, que tinha algo muito importante para me revelar no meu aniversário. Óbvio que eu fiquei curiosa e perguntei do que se tratava. Mas ele disse que a surpresa se manteria e até lá teria que esperar! Acreditem que tentei suborná-lo para que adiantasse as coisas e me contasse logo no baile, mas ele recusou. Imaginem que o assunto deve ser tão sério que eu até lhe ofereci um beijo e ele respondeu:
- Apesar de ser uma proposta bem tentadora vou ter que declinar. Vais ter que esperar mesmo até lá. - largou a minha mão que eu segurava para de alguma forma ajudar na minha sedução, e virou costas.
《♡♡♡♡》
Já tinha voltado a casa. A minha mãe cuidava do Noah e da Eleanor em minha casa e eu caminhava para lá, depois de deixar a Sophia na sua residência, porque esta tinha de estudar.
- Oi mãe! Eles portaram - se bem? - anunciei a minha chegada e depois murmurei ao perceber que os dois bebés tinham caído no sono.
- Sim. Choraram um pouco depois de saíres, mas logo o sono os venceu. - Eu sorri e ela retribuiu. Ficou a olhar - me como se me avaliasse e eu fiquei com vergonha.
- O que foi? - indaguei a medo.
- A fisioterapia era a tua paixão. Mas agora mais que nunca deves entender o que a tua avó dizia. - pronunciou do nada.
- "Há males que vem por bem." - dissemos em uníssono. E quando ia perguntar o porquê de eu dever entender ela começou por explicar.
- Foi triste teres perdido o teu emprego que tanto gostavas, mas crianças eram também uma opção quando decidiste o que querias para o teu futuro. - pegou na minha mão e uma lágrima caiu seguida de mais algumas e eu só queria enxugá-las. - E agora, ao ver a tua paixão por estas duas crianças e o amor inocente deles por ti, eu percebo que é aqui que tu és verdadeiramente feliz.
As minhas lágrimas juntaram - se às dela quando a abracei. Eu sentia falta daquilo. Aquele carinho de mãe. O colo da minha heroína. O abraço e as palavras de conforto do meu porto seguro!
Desculpem ter demorado um pouco. Aqui está mais um capítulo. O que acharam deste momento carinhoso de mãe e filha? Comentem e votem 🌟
Beijos da vossa autora🐇
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❤ O café que eu entornei ❤
Roman d'amourLeticia era uma mulher que todos os dias ia tomar um café a caminho do trabalho. Um dia, ao esbarrar contra alguém, devido à sua pressa, entornou o café num homem com uma beleza que a hipnotizou. Gonçalo é um modelo que ao voltar à sua cidade, Nova...