Ao sairmos do Shopping, a Sarah e a Martha disseram que tinham de ir embora, então deixei - as nas suas respectivas casas. Já sentia saudades dos nossos tempos juntas!Estacionei o carro e tirei o Noah da cadeirinha, este já dormia. Com a mala num ombro, a mala do gordinho noutro, ele ao colo, constatei que não iria conseguir tirar a cadeira e o carrinho. Deixei a mala aberta e estava prestes a abrir a porta quando me chamaram:
- Letícia! Eu ajudo - te! - Disse a mãe do Gonçalo enquanto caminhava rapidamente até nós.
Pegou no neto que esfregava os olhinhos depois de se aperceber da presença da avó, pegou numa das malas e segurou na porta enquanto eu ia até ao carro pegar no carrinho e na cadeira. Mais tarde iria buscar o que tinha comprado. Entramos na minha nova casa e eu indiquei o caminho até à cozinha.
As meninas já tinham arrumado a mesa do pequeno almoço e eu agradeci mentalmente por isso. Pousamos as coisas em cima do balcão e sentamo-nos no sofá branco. O Noah pediu o meu colo e a avó logo o entregou a mim e sorriu ternamente.
- O meu filho escolheu bem. - comentou enquanto observava o Noah aconchegar se novamente no meu peito.
- Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para cuidar deste pequeno. - falei sincera.
- Eu percebi a troca de olhares entre ti e o meu filho. Não me leves a mal, querida, mas cuida também do meu filho. - pediu como mãe preocupada.
- Não se preocupe que eu estarei sempre que puder ao lado dos dois. Não lhe quero prometer o que não posso, então garanto lhe apenas que eles já significam muito para mim.
Ela abraçou me de maneira que não magoasse o Noah e nada mais falamos. Até que ele quebrou o silêncio e começou a chorar desalmadamente. Ambas nos assustamos.
- Troquei lhe a fralda no Shopping, já dormiu imenso, tomou o leite à relativamente pouco tempo,... O que tens bebé? - Ele ficou a olhar para mim com os olhos arregalados e vermelhos e abraçou me.
Fiquei comovida com o gesto, mas ao mesmo tempo achei estranho apenas estar carente. Talvez ele quisesse brincar.
- Ah! - Disse ao me lembrar do que trazia na mala do carro. Coloquei o pequeno no colo da avó e ao virar costas, ele ficou a choramingar. Corri até ao carro, peguei no berço e em todas as compras e entrei novamente. Encostei o berço na parede perto das escadas e levei o que eu realmente queria para perto dos dois. Dei uma girafa de borracha ao Noah que logo a agarrou e meteu à boca, já que também lhe estavam a nascer alguns dentinhos.
Peguei na caixa vermelha, e segui as instruções para montar a tela. Foi algo bem prático e logo tinha o "setup de pintor" montado na minha sala. O Noah desceu do colo da dona Eduarda, gatinhou até ao novo brinquedo e rapidamente pegou num pincel e desenhou algo que nós nunca saberíamos decifrar, mas que era algo tão belo aos nossos olhos simplesmente devido ao pintor.
Eu e a dona Eduarda conversamos de diversos assuntos, incluindo do filho, enquanto o Noah se sujava imenso, mas mais importante era a sua diversão bastante visível. Para espairecer também nos juntamos a ele e fizemos algumas "obras de arte", se é que um sol e uma casa e mais algumas pequenas coisas são consideradas arte!
Olhei para o relógio que decorava a minha sala e reparei que já eram cinco horas. Em mais ou menos meia hora o Gonçalo chegaria a casa e eu deveria ter o Noah limpinho. Informei a dona Eduarda do que teria de fazer e esta disponibilizou se a me ajudar, já que o marido tinha ido tratar de uns assuntos da empresa e voltaria ao mesmo tempo que o filho.
Peguei na mala do Noah e nas chaves de ambas as casas e fomos para a casa do meu chefe dar banho ao seu filho. Até que a ajuda da mãe do Gonçalo deu jeito, já que eu ainda não sabia o lugar de tudo e deu para conversarmos mais um pouco.
Entretanto ouvimos a porta da entrada abrir e fomos de encontro ao Gonçalo. Este parecia cansado, mas logo ficou estupefacto ao notar os meus trajes sujos de tinta. Pousou o blazer e a mala, beijou a bochecha de cada um de nós, incluindo a minha o que me fez corar instantaneamente e perguntou:
- O que se passou para a menina estar tão suja?
- Comprei um novo brinquedo para o Noah, mas nós também nos empolgamos com ele e este foi o resultado de uma tarde bem passada. - respondi não me arrependendo de ter sujado a minha roupa ainda nova.
- Onde está o teu pai? - O Gonçalo pareceu desconfortável e disse:
- Ele disse que já vinha cá ter.
- Se calhar eu vou lá buscá - lo.
- NÃO! - respondeu bem alto e rápido o filho. A mãe estranhou a sua resposta, mas decidiu nada mais dizer. -Hoje vamos jantar todos juntos! Eu cozinho! Ficas também Letícia?
- Eu não quero incomodar, é um jantar em família e... - Ele interrompeu me.
- Não incomodas nada, sabes que já fazes parte da família. -sorri envergonhada e a mãe dele concordou.
-Ok então. - aceitei - Mas eu ajudo a cozinhar. - impus uma condição.
Ele revirou os olhos e virou costas caminhando para o andar de cima para tomar banho, supus.
Algum tempo depois o Gonçalo apareceu novamente a correr pelas escadas abaixo e abriu a porta por onde entrou o seu pai logo a seguir. Este carregava um enorme ramo de rosas e entregou as à esposa que sorria com lágrimas nos olhos.
Ajoelhou se perante a mulher e estendeu uma caixa que continha um colar lindo de diamante. Por momentos pensei na fortuna que aquilo deveria ter custado. Eu teria de vender os meus dois rins.
- Eu não me esqueci da nossa data. Hoje é o nosso aniversario de casamento. 30 anos! E que venham muitos mais meu amor! - Falou e beijou a de seguida.
Derreti com aquela declaração de amor e percebi o quanto aquele casal me fazia querer ainda mais amar e ser amada!❤
Mais um capitulo para vocês meus amores! Marta, minha querida amiga, e a todos que tenham dúvidas, a Letícia é virgem! 😂😉
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❤ O café que eu entornei ❤
RomanceLeticia era uma mulher que todos os dias ia tomar um café a caminho do trabalho. Um dia, ao esbarrar contra alguém, devido à sua pressa, entornou o café num homem com uma beleza que a hipnotizou. Gonçalo é um modelo que ao voltar à sua cidade, Nova...