04 Quatro: Um novo ponto de vista

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THOMAS
 
  Eu tinha acabado de acordar, tomei meu banho e coloquei minha roupa: uma calça apertada com uma blusa branca e uma jaqueta do time da escola nova, que o diretor tinha me dado como boas-vindas. Ele queria muito minha presença no time porém, aquilo não ia rolar. Tinha certeza.
 
  Desci as escadas de minha nova casa e me deparei com meus pais ocupados como sempre e sem demonstrar sentimentos. Sérios em sua conversa, olharam para mim e caminharam em minha direção.

ㅡ Está pronto, Thomas? — Perguntou meu pai com aquele terno preto que o deixava com uma aparência formal.

ㅡ Estou...

ㅡ Thomas seja direto com seu objetivo, traga o garoto até nós e o instituto irá ensinar tudo para ele.

ㅡ Pai eu sei, não precisa ficar repetindo...

ㅡ Cale a boca! — Ele falou desta vez mais firme ㅡ Não aceitaremos fracassos como da última vez, sabe o que aconteceu com a alma dela, não é? — Fiquei em silêncio por uma fração de segundos.

ㅡ Foi comida pelos demônios e agora ela está morta! — Ele foi frio com suas palavras.

ㅡ Seu pai está certo filho, você foi um pouco descuidado da última vez e tem uma tendência a se apaixonar por seus protegidos. — Falou minha mãe um pouco mais carinhosa.

ㅡ Eu sei o que deve ser feito, não quero ninguém no meu pé.

    Entrei em meu carro preto e fui em direção à escola. Tinha somente uma foto da pessoa que eu iria proteger, depois do que aconteceu com a outra protegida meus pais nunca mais me deixaram fazer o trabalho por completo, eles acham que sou insuficiente.
 
   Saí do carro e peguei um papel que o diretor já havia me entregado antes das aulas começarem. Olhei para ele tentando me localizar na escola quando um rapaz louro se aproxima de mim.

ㅡ Oi, tudo bem? — Ele me recepcionou calorosamente.

ㅡ Olá...

ㅡ Observei que você é novo e está perdido. Bom, como muitos dizem sou os olhos e ouvidos deste local, eu sou o supervisor dos alunos. Prazer, Dylan.

ㅡ Prazer, Thomas — Apertamos a mão um do outro, a minha estava quente e a dele fria

ㅡ Então Thomas, pelo que vejo em sua folha você só tem os números das suas salas, mas não tem o mapa. Eu tenho uma foto do mapa no celular, se quiser eu te envio.

ㅡ Claro, ficaria grato —  Então Dylan retirou seu celular do bolso e, em sua tela de bloqueio continha a foto dele com outro rapaz e por pura coincidência o rapaz da foto era exatamente o mesmo da foto que eu tinha.

ㅡ Você... Conhece esse rapaz? — tentei ser discreto, mas falhei.

ㅡ Sim ele é meu... — Dylan evitou ao falar.

ㅡ Namorado? — Terminei sua frase quase excitando a completar.

ㅡ Não e sim... É complicado. A propósito, já mandei a foto, se precisar de mim é só procurar.

   Dylan saiu e continuei meu caminho. Entrei na escola e me deparei com todos me olhando. Bom, meus pais deixaram um currículo interessante sobre mim. O cara jogador que pega todas as meninas, criaram um conta falsa nas redes sociais, postaram fotos minhas com várias garotas do instituto dando a perceber que eu seria um rapaz galanteador. Como se já não bastasse todas essas informações falsas e artificiais sobre mim, aquela não foi a novidade do dia. Eu tinha acabado de encontrar o garoto da foto, não sabia seu nome, porém já sabia que ele estava perto. Sentei ao seu lado e observei ele falar palavras lindas respondendo a pergunta do professor.

Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )Onde histórias criam vida. Descubra agora