07 Sete: Atacado e desprotegido

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CHARLES

  Meu dia tinha ido pelos ares, não suportava escutar mais nada de ninguém. O médico continuava jogando uma luz em meus olhos castanhos escuros, não suportava mais. Depois do ocorrido, o diretor anunciou que as aulas estavam suspensas; policiais caminham pela sala e os médicos não paravam de entrar e investigar os dardos dourados e pontiagudos que antes estavam em nossos pescoços e agora estavam sobre a mesa.

— É isso, jovem. Você está bem, foi somente um desmaio e uma tontura, está liberado.

— Charles! — O diretor chamava. — Vamos conversar com todos os pais, o que aconteceu aqui não foi normal.

Apenas acenei com a cabeça.

— Charles, não é isso? — Um homem de jaqueta escura de couro e calça apertada parou em minha frente e perguntou enquanto olhava atento para um caderno de anotações em suas mãos e segurava um lápis amarelo entre seus lábios.

— S... Sim, é isso mesmo.

— Prazer Charles, sou o detetive Nick. O diretor e você disseram que não se lembram de nada, mas as pistas da sala apresentam que possivelmente não haviam somente duas pessoas na sala, haviam três.

— Três... espera! Verdade, o Thomas, onde ele está? — Agora estava mais claro para mim, tinha acabado de me lembrar, Thomas tinha se metido em uma briga para defender Andressa e eu.

— Ok Charles, fique aqui, eu volto logo.

  O detetive de roupas apertadas e de certa forma estranha, estava indo em direção ao diretor com uma expressão estranha em seu rosto, uma seriedade difícil de explicar e reconhecer. Não esperei ele voltar, somente peguei minha mochila a fui em direção a porta de saída da sala.

  Me perguntava onde Andressa poderia ter se metido. Fui em direção a saída da escola, o sol já estava se pondo e era possível ver seus raios brilharem nas folhas verdes do campus inteiro dando uma calmaria, entretanto, os alunos naquele dia não me permitiam sentir aquilo: eu descia as escadas e cada degrau descido era uma decepção misturada com raiva, todos os alunos ficavam olhando para minha cara e fofocando entre si sobre o ocorrido.

— Charles! Charles! Para!

  Escutei o detetive me chamar e comecei a correr pela rua que ficava em frente o colégio, lembrei do meu carro, mas dar a volta no campus e ligar o carro demoraria e, eu não aguentava mais uma pergunta do detetive. Não parei até conseguir despistar o detetive Nick.

— Merda, peguei um caminho diferente da minha casa.

  Olhei para meu celular e haviam duas mensagens: uma de Dylan e outra de minha mãe.

Mãe:  “Filho, soube que teve um ataque no colégio. Estou saindo de casa agora, você está bem? FIQUE SEGURO FILHO! "

Dylan: “Charles, tenho que te contar uma coisa que vi junto com Andressa, você não vai acreditar. Sério.”

— Pera, ele viu com Andressa? —  Indaguei sozinho enquanto parava no meio da rua deserta, naquele momento um barulho estranho como de passos se aproximavam por trás de mim.

— O quê? — Quando olhei e observei era o detetive Nick. — Que susto! Olha detetive, não sei de nada, eu... Eu não estou me sentindo bem.

— Charles, preciso que venha comigo! — O detetive agora estava estranho, sua fala era como de um robô e me encarava fixamente.

— N... Não posso, eu...

— Charles? —  Ao olhar para trás Encontrei outro Detetive Nick.
Estranho.

Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )Onde histórias criam vida. Descubra agora