26 Vinte e seis: Nunca foi a vilã

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CHARLES

  Andando pelas ruas a caminho do único galpão da maldita cidade, pensava em formas diferentes de como eu iria morrer, sabia que qualquer coisa que eu fosse fazer não seria o suficiente para matar megera, tinha conhecido meus poderes a pouco tempo e só treinei eles uma vez, não era uma vantagem muito grande já que pelas histórias que eu ouvi, megera existia a muito mais tempo que eu.
 
   Deveria ter me despedido dos meus pais, depois de um jantar muito constrangedor com direito a perguntas constrangedoras como: "Você é virgem? Ja beijou um homem? Namorou com alguém escondido?" Claro que em certas perguntas eu preferi não responder e tentava desviá-las o máximo possível para um assunto totalmente diferente mas, depois daquele jantar eu realmente deveria ter me despedido deles, um abraço seria perfeito ou talvez um boa noite, eles nunca saberiam que eu estava indo em direção a morte.
 
   Em uma rua fria e isolada do resto da cidade em direção ao leste, os postes eram as únicas coisa que me impediam de tropeçar nos meus pés ou nas pequenas pedras espalhadas pelo caminho naquela escuridão. Uma ideia veio em minha cabeça, olhei para um dos postes com as luzes brancas e radiantes acessas e me concentrei, esperei por alguns segundos e respirei fundo, não movi minhas mãos e tentei lembrar dos conselhos de Thomas, tentei usar meus poderes com a mente, confiava no meu potencial, tinha certeza que podia fazer aquilo. Um som estranho de eletricidade soou do poste, quando olhei uma pequena explosão surgiu, fez a luz se apagar e pequenos cacos de vidro cair sobre o asfalto frio.

ㅡ Isso! ㅡ Eufórico comemorei, estava melhorando muito.

  Ao chegar no ponto de encotro, encontrei uma cerca de ferro de aço enorme barrando a entrada no local. Concentrei-me e sem mexer as mãos movi minha cabeça levemente para a direita, imediatamente a grade foi arrancada e jogada para lonje possibilitando minha entrada no local. Era o antigo depósito de madeira da cidade, seu enorme portão estava aberto, entrei e observei o lugar. Madeiras para todos os lugares, estavam podres e mofadas, o cheiro era forte e irritante ao nariz, deviam estar muito tempo lá. 

ㅡ Olá ㅡ Uma voz grossa surgiu no escuro, era difícil decifrar mas eu sabia que não era megera, era a voz de um homem.

ㅡ Apareça ㅡ Gritei e cerrei os punhos pronto para atacar.

   O homem surgiu de dentro da escuridão, aos poucos ele se revelou, passo a passo, quando estava completamente fora da escuridão a luz revelou seus enormes braços, sua pele negra e sua cabeça careca, seus olhos negros como a noite e dentes brancos como a neve, ele tinha um círculo no pescoço, o mesmo homem que estava atacando Thomas em sua garagem a algumas noites atrás.

ㅡ Me chamo Atos ㅡ O enorme homem rosnou como um trovão

ㅡ Prazer, Charles, devo te matar para chegar até ela? ㅡ Perguntei e me preparei para usar meus poderes.

ㅡ Não será preciso ㅡ Uma voz de autoridade e um pouco aguda surgiu da escuridão.

  Meus ossos tremeram e chegaram a falhar em alguns momentos, a presença dela me assustava eu não podia negar. Quando ela finalmente surgiu pude finalmente ver sua face, uma mulher negra, bela, cabelos cacheados escuros e brilhantes como a noite, olhos cor de mel, sem sombras de dúvidas a mulher mais linda que eu ja vi em toda minha vida. Seu olhar era sagaz como de uma cobra, pronta para atacar a qualquer momento, ela parecia não ter medo de nada, parecia ser insensível.

ㅡ Então é você ㅡ Demonstrei coragem ㅡ Megera

ㅡ Prefiro outro nome ㅡ Ela disse

ㅡ Monstro? Dragão? É so escolher, todos servem para você ㅡ Provoquei

ㅡ Milena ㅡ Ela disse por fim

ㅡ Não... uma pessoa como você não pode ter esse nome.

ㅡ Por que não? ㅡ Ela se aproximou ㅡ Isso foi o que o Instituto falou?

Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )Onde histórias criam vida. Descubra agora