11 Onze: Árvore das linhas

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CHARLES

  Thomas me levou até o Instituto e me deixou sentado na cadeira de espera logo na entrada com várias pessoas andando para cima e para baixo. Agumas estavam de terno outras estavam usando seus poderes de formas desnecessárias, tudo aquilo fritava minha cabeça.

ㅡ Está melhor? ㅡ Thomas perguntava repetidas vezes me vendo soluçar como uma criança.

ㅡ Sim, obrigado... Só me alterei um pouco, e você está bem?

ㅡ Vou ficar. ㅡ Ele disse. O silêncio me incomodava, talvez incomodasse a Thomas também já que em seguida ele havia abaixado a cabeça.

ㅡ Como você fez aquilo? ㅡ Ele quebrou o silêncio.

ㅡ "Aquilo" ? ㅡ Perguntei sem entender.

ㅡ Sim, você... Você quase arrancou os troncos das árvores daquela rua, jogou as latas de lixo para longe. Como você fez aquilo?

ㅡ Não sei, eu não me lembro. Só estava com raiva e estava triste e do nada explodi.

ㅡ Você não consegue controlar isso? Porque eu nunca vi uma coisa assim ㅡ Thomas se levantou e ficou abaixado em minha frente.

ㅡ Eu realmente não sei, eu não sei como fiz aquilo mas, eu tenho uma suspeita: talvez eu precise de uma pressão, estava sob muita pressão.

ㅡ Eu queria poder ajudar mas...

ㅡ Não precisa sentir pena de mim, não quero isso. ㅡ Interrompi a fala de Thomas com um tom de voz mais alterado.

ㅡ Eu não estou.

ㅡ Por que você faz isso? ㅡ Minha voz estimulava uma súplica que talvez ele não entendesse, depois do beijo, Thomas não se preocupou mais comigo. Não que ele se preocupasse tanto antes, mas ele poderia perguntar se estava tudo bem comigo depois de tudo aquilo que passamos juntos.

ㅡ Charles, eu não quero que você pense o pior de mim, eu vou te explicar tudo, mas agora eu não posso mesmo se quisesse, o melhor por enquanto é me afastar de você, isso vai ser bom tanto para você quanto para mim.

ㅡ Thomas! ㅡ Escutei alguém chamá-lo.

  Virei e não acreditei no que meus olhos estavam vendo, o pai de Thomas estava lá, tinha visto uma foto dele na sala de sua casa no dia anterior quando fomos atacados. Thomas levantou e saiu sem uma despedida, nem mesmo um até logo.

ㅡ Charles? ㅡ Camila agora se aproximava de mim, ela não estava mais com aquela roupa esquisita de secretaria, desta vez ela estava estilosa com uma calça jeans azul e uma blusa preta de manga longa.

ㅡ Me sinto melhor vendo você assim.

ㅡ Assim como? ㅡ Ela perguntou de forma sarcástica.

ㅡ Como uma adolescente normal se é que posso falar isso de você.

ㅡ Quase me machucou. ㅡ Ela sorriu. ㅡ A conversa com Andressa não foi muito boa, não é?

ㅡ Como você reparou? ㅡ Olhei para ela, confuso.

ㅡ Bom... Digamos que é só olhar para seu rosto e temos uma visão clara disso.

ㅡ Não sei o que aconteceu. Ela disse que queria "emancipação", mas Andressa sempre fez suas escolhas sem precisar de mim, eu não entendo.

ㅡ Talvez ela precise de um tempo, dê esse tempo a ela.

ㅡ Mas, Andressa é minha melhor amiga nessa cidade idiota, eu não sei mais o que fazer aqui sem ela.

Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )Onde histórias criam vida. Descubra agora