Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )

15 Quinze: Fique esta noite

CHARLES

ㅡ Obrigado mas, o que você vai comer? — Thomas tinha terminado de tomar a sopa de legumes que minha mãe havia preparado e colocou a tigela vazia sobre o criado mudo.

ㅡ Não se preocupe comigo, vou dar um jeito de me alimentar. Estou bem e em minha casa, já você por outro lado... — Eu falei enquanto enfaixava minha mão que ainda estava sangrando.

ㅡ Deixa que eu faço isso... — Thomas pegou minha mão gentilmente e começou a enrolar a faixa sobre ela.

ㅡ Quem é você? — Perguntei olhando fixamente Thomas enquanto ele cuidava da ferida em minha mão.

ㅡ Thomas... — Ele disse apenas.

ㅡ Não. — Dei uma pausa e suspirei ㅡ Eu sei disso. Quero saber quem você realmente é, você não tem cara de ser o Thomas do Instagram ou do site da escola, o Thomas que era jogador de basquete na outra escola ou então o garoto que pegava todas as meninas.

ㅡ Na verdade... — Ele terminou de enfaixar minha mão deu uma pausa e olhou em meus olhos ㅡ Meu nome não é Thomas Chuzer.

ㅡ Como? — Me acomodei melhor sobre a cama.

ㅡ Meu nome é Thomas Filliper Louise. — Ele abaixou a cabeça.

ㅡ Mas, mas por que você mentiu? — Por dentro eu sabia. Ele precisava esconder o máximo de informações sobre sua antiga vida mas, não tinha necessidades de esconder de mim.

ㅡ Meus pais, quando recebi o seu arquivo, bom, que eu deveria te proteger... — Thomas pegava meu cobertor e alisava os dedos sobre ele, parecia estar envergonhado ou com medo ㅡ Meus pais acharam melhor apagar todo o meu histórico antigo, dos meus últimos amigos, da escola.

ㅡ Da última protegida? — Interrompi Thomas.

ㅡ Não gosto de falar sobre ela...

ㅡ Eu soube que ela morreu. — Falei baixo e calmo.

ㅡ Charles, por favor não vamos entrar nesse assunto.

ㅡ Ok, me desculpa — Ficamos em um silêncio constrangedor no escuro do quarto, a luminária era a única coisa que me fazia enxergar Thomas e sua beleza naquele breu.

ㅡ E você? — O ruivo levantou a cabeça e deixou sua franja cair sobre seu rosto.

ㅡ Eu... Sou só o Charles — Gaguejei.

ㅡ Não assim. Eu quero saber mais sobre você.

ㅡ Já sentiu como se você estivesse dentro de um saco de salgadinhos?— Perguntei.

ㅡ Claro! — Respondeu ele com uma expressão no rosto de alguém que acabou de responder uma pergunta idiota.

ㅡ Eu me sinto assim, mas em meio a todos aqueles pedaços salgados que fazem as crianças pirarem por um, eu me sinto como se fosse um biscoito recheado, sou o único diferente e deslocado no meio de todos.

ㅡ É tão difícil assim ser você?

ㅡ E você nem imagina, eu olho para todas as pessoas desta cidade e elas são tão... Orgulhosas e só pensam em si mesmas, elas pensam que são o centro do universo ou que estão acima de tudo e todos.

ㅡ Você é diferente, assim que vi você eu percebi que era diferente de todos. — Thomas abria um sorriso torto.

  Meu pulso esquerdo começou a queimar, então olhei para ele e uma estrela brilhante apareceu lá, Thomas também sentiu seu braço direito queimar e outra estrela se tornou visível em seu braço.