08 Oito: O Instituto

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CHARLES

ㅡ Mas são homens, Thomas!

ㅡ Não Charles, são clones.

ㅡ Eles são o quê? ㅡ Perguntei.

ㅡ Clones são criaturas que podem se disfarçar de seres humanos, mas é só reparar seus pescoços, eles tem um símbolo, um círculo, representando ser servos dela!

ㅡ Quem? A...

  Na mesma hora, houve uma explosão na janela da sala e acabou jogando estilhaços de vidro para todos os lados da casa.

ㅡ THOMAS! ㅡ Gritei por reflexo.

ㅡ Vem! VEM!

  Começamos a atravessar a casa e um ataque se iniciou, rajadas de energias explosivas são jogadas como metralhadora.

ㅡ Charles, abaixe-se ㅡ Thomas soltou sua pulseira dourada do pulso e ela instantaneamente virou uma espada.

ㅡ Fica atrás de mim, Charles! ㅡ Ele me pediu e com sua espada rebateu as explosões.

   Era tão genuína sua habilidade com a espada, e por segundos olhei seus cabelos ruivos saltando com seus golpes em uma sintonia perfeita na tentativa de me proteger, meus olhos brilharam outra vez, como nunca brilhou antes.

ㅡ A garagem Charles, vai para lá!

  Não hesitei. A porta estava trancada, então peguei um impulso e a chutei derrubando no chão. Descemos as escadas e acendi a luz apertando o receptor que estava ao meu lado. As luzes se acenderam e quando a claridade inundou o lugar, avistei um pano preto na garagem, cobria alguma coisa.

ㅡ Charles, te apresento a yuerb. ㅡ Thomas puxou o pano e uma moto linda de cor próxima ao lilás e com brilhos parecidos de estrelas surgiu, era como se fosse magia e não pintada.

ㅡ Thomas!

  Não tive muito tempo para apreciar a moto e logo escutamos uma explosão na porta da casa, as criaturas provavelmente teriam entrado.

ㅡ Vem Charles. "Porta da garagem, abrir!" ㅡ Ele dise e no mesmo instante a porta da garagem abriu.

ㅡ Vai subir ou esperar um convite?

  Subi na garupa e ele acelerou saindo para a rua. As criaturas agora estavam atrás da gente, pareciam milhares, era muitos deles. Estavam com machados e tacos com pregos escuros cravados neles, tacavam pedras e explosões mágicas. Thomas chegou a se desequilibrar por um momento, mas igualmente rápido recuperou o equilíbrio.

ㅡ É melhor segurar em minha cintura. ㅡ Ele disse mais alto que o barulho do motor.

ㅡ Por quê?

ㅡ Está pronto?

  Agora em rua reta, Thomas acelerou mais até que um impulso nos levantou devagar do chão. As criaturas ainda estavam atrás de nós, o inesperado aconteceu: a moto começou a flutuar e logo depois senti tudo mais suave. Ao olhar, percebi que não estávamos mais no chão, estávamos no céu. Começamos a voar, o motor soltou um brilho lilás, e não mais escutei o barulho das criaturas, tudo estava em paz agora.

ㅡ NÃÃO, HAHA, EU NÃO ACREDITO ㅡ Não tinha expressão para descrever o quão mágico era aquele momento.

ㅡ Eu falei! Confia em mim Charles, eu vou cuidar de você. ㅡ Ele respondeu igualmente eufórico.

  Estávamos sobrevoando a cidade, era tudo tão lindo. As luzes das casas estavam acesas e pareciam estrelas na Terra. O vento suave soprando em meu rosto era como se as dores das minhas feridas não existissem mais, era como se minhas preocupações não estivessem mais lá, como se nada mais importasse: era só Thomas e eu, nada mais existia ali, eu consegui entender quando ele tirou uma das mãos do volante e segurou minha mão que agarrava fortemente sua cintura.

ㅡ Tenta soltar as mãos ㅡ Thomas recomendou.

  Aos poucos fui soltando as mãos até abrir os braços por completo e soltar por inteiro. Eu era invencível.

ㅡ Uhuuuuuuu!!

  Thomas fez uma curva sobre os ares começando a pousar a moto, é quando encostei minha cabeça sobre suas costas repousando. Ele pousou a moto sobre uma pista em um lugar isolado da cidade de frente para o que parecia um hotel abandonado.

ㅡ Pronto, pode descer.

  Desçi suavemente da garupa, ele segurou meu braço me ajudando.

ㅡ Aquilo... aquilo foi incrível. ㅡ Falou Thomas com sua voz suave.

ㅡ Não foi? Eu... eu me senti incrível... ㅡ Dei um pulo e abraçei Thomas. Ele retribui e quando separamos, nos encaramos, seus olhos fitados nos meus era como se nossa conexão fosse única.

ㅡ Charles eu... ㅡ Thomas encostou sua mão fria sobre meu rosto a ponto de me fazer arrepiar, sua respiração estava muito perto de mim.

ㅡ Você? ㅡ Tentei fazer ele dizer.

ㅡ Eu acho que tivemos uma conexão Blipane ㅡ Ele encostou sua testa na minha com sua mão em meu rosto, ponho a minha eu seu rosto também sinto ele morder seu maxilar internamente, franzindo a testa.

ㅡ Eu não consigo... não consigo ficar sem te tocar

ㅡ Então não fique ㅡ Respondi.
Sua respiração suave como um suspiro, como se ele estivesse se segurando desde a primeira vez que nos vimos; ele respirou no meu pescoço me fazendo tremer todo o corpo e minha respiração era ofegante por igual. Por um segundo esqueci tudo que estava acontecendo.

ㅡ Que se dane as regras ㅡ Ele me puxou pela cintura e me roubou um beijo, era tão especial e único o momento. Era indescritível a forma como conseguíamos sentir o coração um do outro bater de forma acelerada em nossos peitos.

ㅡ Thomas, Charles?

  Olhei para ver quem era, vi Camila vindo em nossas direções, olhando para Thomas atentamente.

ㅡ Camila? Você faz parte de tudo isso?

ㅡ Mais do que você imagina! Venha comigo os dois, tenho que apresentar você para o líder.

ㅡ Líder? Mas que líder? ㅡ Perguntei eufórico.

ㅡ Charles, te apresentarei o Instituto. ㅡ Disse Thomas.

  Fui andando e não vi nada a não ser um hotel abandonado no meio de uma antiga e velha praça da cidade, mas ao chegar mais perto passei por um campo de força invisível que me fez ver o que tudo realmente era. Conseguia enxergar um hotel muito luminoso, com pessoas andando do lado de fora e outras pessoas com escudos mágicos treinando na grama.

ㅡ Bem‐vindo, Charles ㅡ  Falou Thomas em meu ouvido.

  Era maravilhoso, era mágico. Na porta, dois homens pediram informações para Camila e ela se identificou, então entramos. Logo na entrada encontrei pessoas andando de um lado para o outro, com painéis, escadas mágicas e discos onde as pessoas ficam de pé neles e às levam aonde desejar, papéis mágicos voando sobre nossas cabeças e pessoas com armas diferentes de todas as outras que eu já poderia ter visto.

ㅡ Charles! ㅡ Uma voz surgiu da parte de cima, no primeiro andar, era um homem com cabelos ruivos que se apoiava sobre as grades.

ㅡ Que prazer poder finalmente te conhecer. ㅡ Ele pulou de onde estava até em baixo e fez um pouso perfeito.

ㅡ Quem é você? ㅡ Perguntei sorridente.

ㅡ Charles esse é o Líder, nosso Líder e diretor. ㅡ Camila Explicou com uma pasta na mão.

ㅡ Quanta formalidade, pode me chamar de Thom. ㅡ Ele apertou minha mão enquanto a outra estava atrás de suas costas indicando certa classe.

ㅡ Thom?

ㅡ Sim, ele é meu irmão ㅡ Thomas falou encarando-o.

ㅡ Aliás, Camila leve Charles para um de nossos quartos e explique tudo para ele, tente acalmá-lo, tenho que conversar com meu irmão, poderia vir comigo Thomas?

ㅡ Venha Charles, vou te explicar tudo com calma.

  Fui com Camila deixando os dois para trás. Ela estava de saia azul marinho que se estendia até os joelhos e uma blusa de manga comprida branca. Parecia uma secretária, era extremamente estranho ter que vê-la daquele maneira.

Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )Onde histórias criam vida. Descubra agora