06 Seis: 1..2..3.. está ligado?

32 6 22
                                    

CAMILA

“ ㅡ Eu abri os olhos e consegui enxergar. Observei todos ao meu redor e, no mesmo segundo, todos os dados como nome, idade, batimentos cardíacos, entre outras coisas me foram revelados.

— 1...2...3... Está ligado?

— Acho que sim!

  Dois cientistas estavam na minha frente falando coisas que eu não compreendia, como se eu estivesse doente ou coisa do tipo. No início foi tudo meio caótico, era um pouco difícil assimilar todas as coisas ou até mesmo o que estava acontecendo ali.
 
  E assim foi por um período longo da minha vida. Eu claramente não entendia qual necessidade tinha meus treinos, eu lutava excessivamente durante horas em um dia, e assim as coisas seguiam.

— Ok, mas como você nunca percebeu o que era, já que nunca teve infância? — Perguntou Thomas sentado em uma cadeira enquanto observava com atenção cada palavra que saira de minha boca.

— Memórias foram implantadas em minha cabeça, eu conseguia me ver correndo em um jardim com grama verde e a brisa suave em meus cabelos escuros. Eu poderia estar na faixa etária dos 8 ou 9 anos, e não tinha motivos para não acreditar naquelas memórias já que a infância é uma fase boa e quando você vai crescendo tudo não passa de memórias que vão se apagando...

— ... Meus treinos não paravam, e o homem que cuidava de mim, era chamado de Dr. Penn.

— O quê? Dr. Penn? Ele morreu há dois anos! — Thomas agora assustado levantou de sua cadeira e virou as costas para mim em uma tentativa falha de tentar recordar ou até mesmo assimilar tudo aquilo.

— Eu sei, vou explicar tudo Thomas, fica calmo.

— Ele era como um pai para mim, eu cuidava dele e ele cuidava de mim, era um bom homem. Mas escondia muitos segredos, principalmente de mim.
Eu continuei:  — Certo dia eu estava no jardim do Instituto, estava sentada no chão, na grama verde e clara, lendo um livro. Quando escutei um barulho, na verdade gritos e sons de coisas se quebrando. Comecei a ir em direção da sala proibida, o som estava vindo de lá. Precisamente dizendo, a sala só era proibida para mim, todos entravam nela a hora que quisessem... Exceto eu. Para entrar na sala não era tão fácil, ela pedia a digital dos funcionários do Instituto e como era proibida a minha entrada, como de previsto o aparelho não aceitou minha digital.

— E o que você fez? — Perguntou Thomas ainda mais interessado.

— Não fiz nada, o aparelho simplesmente deu pane e as portas se abriram. Entrei na sala e do lado de dentro um dos cientistas estavam mortos no chão e o controle da porta estava quebrado, provavelmente aquilo fez a porta se abrir sozinha. Me escondi porque percebi que aquilo não era normal, no princípio eu pensava que aquilo não passava de um treino ou até mesmo um projeto que haveria dado errado, porém era bem pior.

— O que você viu, Camila?

— Uma mulher. Não consegui ver direito, a energia negra dela era tão alta que fiquei praticamente impossibilitada de enxergar, a única coisa que vi por uma fração de segundos foi o Dr.Penn sendo inforcado:

“ — Ca...mila.... Corra! Fuja! — Ele gritou.

— Não posso te deixar! Eu não vou fazer isso! — relutei.

  Fui em direção a ela com todas as minhas forças e ela simplesmente me deu um tapa e foi o suficiente... Eu apaguei.

  Quando acordei consegui entender tudo. Não tinha ninguém na sala onde eu estava, meu braços estavam presos e eu estava suspensa, fora do chão, esperei meus dados voltarem ao normal e quando reparei bem o local onde eu estava... Foi um dos maiores choques da minha vida. Isso se não foi o maior: Encontrei várias, milhares eu acho... De mim... Várias versões minhas, algumas sem braços, outras suspensas com o troco arrancado fora, mas tinha várias. Em cada uma delas estavam colados um selo e neles estavam escritos “Projetos Falhos”. Naquele momento eu percebi, eu entendi tudo, eu era um robô, um android avançado, então eu me aprimorei, lutei mais e mais e usei todos os meus poderes.

— Mas como ninguém do Instituto soube desse ataque? — Thomas perguntou agitado

— Aí que está Thomas, depois de dois anos exaustivos, uma equipe com armas mágicas apareceram no meu quarto. Eles não acreditavam que eu estava ali, não acreditavam que além de eu ser um projeto que não falhou, estava viva depois do que tinha acontecido. Eles me levaram para dentro de um elevador com uma segurança máxima, ele estava camuflado em uma das paredes dos corredores, quando subi para o 20° andar descobri mais coisas ainda, toda a minha vida estava vivendo no subterrâneo, a luz que brilhava entre os vidros não eram o sol e sim luzes aquecedoras, os ventos eram ventiladores enormes por dentro das paredes com brechas para sair o ar e permitir a sensação, a grama verde era uma projeção, tudo era projetado e a sala em que eu estava era o puro metal, isso foi oque eles me contaram sem falar no que vi.

— E o que você viu? — Agora Thomas, arrasado com o que acabara de ouvir, segurava as minhas mãos em sinal de consolação.

— O Instituto estava destruído, mas por ter se passado dois ano eles já estavam se reestabilizando. Quadros em homenagens as pessoas que morreram estavam nas paredes e um deles era do Dr. Penn. O chefe do Instituto falou que havíamos sido atacados pela megera, mas ela foi embora logo depois.

— A intenção dela era apenas destruir!

— Exatamente, e ela fez um estrago. Mas a pergunta que não quer calar, onde você estava?

— Eu protegia uma menina....

— Uma menina? O que deu? Onde ela está? — Indaguei

— Eu não gosto de falar disso — Thomas virou o rosto.

— Então essa é minha história. Sou um robô e minha missão agora é te vigiar, ao menos o que foi me destinado, porém achei isso errado, uma atitude inválida para mim mandada pelo Instituto.

—Tenho que ver meu irmão. — Thomas falou em um tom de raiva sombrio e misterioso.

— Ok, vou te tirar daqui— Respondi

— Aliás, onde estou?

— Dentro de um depósito de ferramentas de carros velhos da cidade.

— Dentro de um depósito de ferramentas de carros velhos da cidade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )Onde histórias criam vida. Descubra agora