CHARLES
O primeiro dia foi estranho, sombrio. Eu soube através de Camila que todos estavam muito desanimados no Instituto, a morte de Marta abalou todos não só no Instituto de New Dreams mas nos outros institutos do mundo.
Na sexta não tivemos aulas, tivemos enterros. Mais de trinta e cinco alunos feridos e mais de quinze mortos, entre os quinzes a mãe de Thomas.
Não fui convidando para o Instituto até tudo acabar, soube que estavam vestidos de branco e que espalharam velas para todos os cantos do Instituto, soube que Marta estava flutuando acima de em um caixão avançado de gravidade zero. Camila falou que ela estava linda, os cabelos flutuando, que ela parecia um anjo usando um vestido branco brilhante.
ㅡ Está tudo bem filho? ㅡ Meu pai perguntou enquanto entrava em meu quarto sentando ao meu lado na cama.
ㅡ Eu... Acho que sim.
ㅡ Vamos tomar café? Estamos esperando você lá em baixo, ok?
ㅡ Já estou indo. ㅡ Era tão complicado pensar em como prosseguir com aquilo, como sair nas ruas sem as família me fuzilarem com os olhos e ficarem se perguntando "Por que meu filho? Por que meu querido filho ou filha? Por que não ele? Por que a morte não levou Charles?"
De uma certa forma as mortes daquele dia foram por minha culpa. Na noite passada não liguei para megera como ela me ordenou, sei que não deveria confrontá-la sem um treino ou um preparo primeiro, mas naquele momento estava sendo impossível, ainda mais depois de toda aquela bagunça.
ㅡ Oi filho, bom dia. ㅡ Minha mãe me conduziu a cadeira para tomar café junto a eles. ㅡ O que você tem planejado para hoje? ㅡ Ela perguntou enquanto colocava um suco de morango em meu copo.
Não tinha nada que eu pudesse fazer naquela sexta, não teríamos aula, a cidade estava de luto, por incrível que pareça meu pai teria que ir para a empresa, ele trabalhava no único prédio da cidade. Não era um prédio enorme como os de Nova York ou outra cidade grande, claro que para nós era um edifício grande mas, eu diria que ele só tem um tamanho considerável.
Minha mãe teria que ir para o jornal da cidade, ela trabalhava lá, escrevia notícias sobre tudo, o que complicava o fato dela ter que escrever sobre o ocorrido e sobre as mortes, enquanto os pais teriam que ler o que uma mulher cujo filho escapou do acidente escreveu.
Eu ficaria sozinho o resto da sexta em casa, sem fazer nada, talvez eu ligasse para Andressa, talvez eu deixasse ela lá em sua casa mesmo. Estava com receio de megera aparecer e atacar minha casa, mas ela teria que ser bem corajosa para fazer esse ato, já que o Instituto estava de olho nela, mas se isso fosse acontecer seria bom não ter ninguém por perto para se machucar.
ㅡ Por que você não disse que conhecia o filho dos nossos vizinhos? ㅡ Papai perguntou.
ㅡ Thomas? ㅡ Eu quis confirmar.
ㅡ Sim, esse mesmo. ㅡ Ele confirmou.
ㅡ Somos amigos sim, ele... É bem gentil e cauteloso. ㅡ tentei ser discreto.
ㅡ A casa deles por algum motivo foi atacada por bandidos, ficou tudo destruído, estamos construindo outra vez ㅡ Minha mãe entrou na conversa.
ㅡ Eles disseram que foram para um hotel. ㅡ Meu pai retrucou.
ㅡ Coitado do jovem rapaz, perdeu a mãe tão cedo. ㅡ Lamentou mamãe. ㅡAliás, ㅡ ela se lembrou levantando da cadeira ㅡ chegou esse convite para você.
Quando peguei o convite e li a letra era preta e grande, dizia claramente:
"Você está convidado para o enterro de 'Marta Felliper Louise' às 17h no cemitério de New Dreams City."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )
Teen Fictionㅡ Já sentiu como se você estivesse dentro de um saco de salgadinhos? ㅡ Claro! - Respondeu ele com uma expressão no rosto de alguém que acabou de responder uma pergunta idiota. ㅡ Eu me sinto assim,mas em meio a todos aqueles pedaços salgados que faze...