ANDRESSA
ㅡ Por que Charles não me respondia? Ele nunca fazia aquilo, ele nunca fez, ele nunca me deixava de lado, ele sempre respondia minhas mensagens; mas naquela noite depois que Dylan e eu vimos Camila fazer aquela bruxaria ele não me respondeu.
"ㅡ Charles, me responde por favor, Camila é uma bruxa ou sei lá, é estranho, eu não consigo explicar."
ㅡ Quer saber... ㅡ Peguei minha jaqueta preta e sai para a rua fria daquela noite.
Vazia e deserta era a melhor descrição para ela, não tinha ninguém lá, alguns quarteirões até chegar a casa de Charles, bati em sua porta e sua mãe abriu.
ㅡ Oi eu... O Charles está?
ㅡ Que?... Você... Você conhece o Charles? ㅡ Perguntou a mãe dele.
ㅡ Eu... ele nunca...
ㅡ Desculpa se você é amiga dele... sabe onde ele está? Já chamei a polícia e ele ainda não apareceu, soubemos essa tarde que a escola tinha sofrido um ataque e agora a nossa vizinha, disseram que a casa dela também foi assaltada, e está tudo destruída lá! ㅡ A mãe de Charles estava em desespero, eu não sabia como reagir a não ser ficar parada, Charles nunca teria falado de mim por todo esse tempo? Está explicado porque ele nunca me queria em sua casa, ou porque ele sempre resolvia fazer seus trabalhos na minha casa.
ㅡ Não senhora, é engano, eu estava... Procuarando outro Charles, desculpa.
ㅡ Quando virei de costas para casa de Charles a rua parecia ainda mais fria, talvez estivesse ficando tarde, as folhas das árvores caiam quando o vento tocava nelas e soprava em meus cabelos ruivos, escutando os solitários passos de meus saltos naquela noite, virei em frente a casa de Thomas que ficava ao lado da casa de Charles e ela estava com uma faixa da polícia escrita (Não ultrapasse). Eu ultrapassei e entrei na casa, a porta estava no chão, como se alguém tivesse jogado uma bomba na porta.
ㅡ Mas... O que aconteceu aqui? ㅡ Fui andando em direção a cozinha e vi gotas de sangue no chão, passei o dedo e fiz uma análise rápida e pelos meus cálculos alguém provavelmente estava ferido e não fazia muito tempo, o sangue não estava seco.
Fui andando com bastante cuidado entre os destroços e vi uma pulseira, era a pulseira de Charles, meus olhos lacrimejaram, corri em direção de minha casa. Quando cheguei em frente a porta encontrei uma mulher deitada com a cabeça em seus joelhos, lentamente ela levantou sua cabeça.
ㅡ Mãe? ㅡ Meus olhos se arregalaram e meu coração errou as batidas.
ㅡ Oi minha filha... ㅡ Sua voz era trêmula e fraca.
ㅡ M... Mãe o que a senhora está? ㅡ Minha mãe e eu não nos víamos desde a última vez em que brigamos, e isso já fazia dois anos.
ㅡ Filha me... me desculpa ㅡ Ela correu e pulou em meus braços me apertando e chorando.
Entramos em casa e mandei ela se sentar na cadeira da cozinha enquanto estava preparando um chá.ㅡ Não repara na casa, Ela é meio... rústica mas estou conseguindo me segurar aqui.
ㅡ Filha ㅡ Ela segurou minha mão sobre a mesa com as suas frias e gélidas.
ㅡ Mãe... o que aconteceu?
ㅡ Seu pai... ele... ele me bateu... ele me jogou para fora de casa, ele disse que sou uma vagabunda ㅡ Ela iniciou uma sessão de choro.
ㅡ Mãe... Oh meu Deus, por que ele fez isso com você? ㅡ Me levantei da mesa e fui em sua direção abraçá-la.
ㅡ Filha você... Você sabe que ele nunca apoiou nada que nós duas fizéssemos naquela casa, ele sabia que eu estava preparando um dinheirinho para você e ele... ㅡ Ela desceu sua blusa revelando os seus ombros com marcas avermelhadas e roxas em sua pele clara.
ㅡ Mãe... meu Deus ㅡ Então o meu céu caiu, minha vida não fazia mais sentido, era como se... eu não fosse mais eu, fiquei dormente. ㅡ Por que você fez isso mãe? Eu estou bem... eu não precisava de dinheiro isso só te colocou em risco!.
ㅡ Filha! Filha! Para por favor, eu sou sua mãe, não suportava a ideia de você estar sozinha em uma casa, tive que ajudar! ㅡ Ela falou em um tom sombrio e triste, como se sua voz não tivesse mais esperança. ㅡ Filha você sabe que eu nunca quis que você saísse de casa por causa do seu bebê.
ㅡ Mãe... ㅡ Parei por um segundo para me recuperar de tudo inclusive o passado horrível. ㅡ Não quero saber disso ok? Está no passado, eu te perdoo. ㅡ Abracei ela, abracei como se fosse meu último, como se minha vida dependesse daquilo.
ㅡ Pode ficar aqui mãe... pode ficar, tenho uma cama de casal, podemos dormir lá, pode ir subindo que eu já vou ok?
ㅡ Filha eu... eu te amo...
ㅡ Eu também. ㅡ Respondi enquanto via ela subir as escadas.
Fui em direção ao porão, fechei a porta e desci as escadas, abri algumas gavetas empoeiradas e encontrei um pano negro pequeno com um capuz, aquilo não me trazia lembranças boas. Peguei uma cadeira e subi nela, pesquisei sobre o armário amadeirado e encontrei a besta, ao seu lado tinha cinco flechas, estava assustada e pensativa sobre oque eu iria fazer.
ㅡ Isso vai ser um novo começo, ou talvez uma volta ao passado. ㅡ Susurrei enquanto armava a besta.
Estava assustada com toda certeza, eu tinha a cara do meu pai, Mas não as mesmas atitudes dele, e homens como ele... deveriam ser executados, então foi isso, um novo começo para mim... de novo, outra vez, como da última vez. Estava pronta para por essa versão de mim em ação, era hora de caçar.
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Linhas Obscuras ( Em Breve Versão Física )
Teen Fictionㅡ Já sentiu como se você estivesse dentro de um saco de salgadinhos? ㅡ Claro! - Respondeu ele com uma expressão no rosto de alguém que acabou de responder uma pergunta idiota. ㅡ Eu me sinto assim,mas em meio a todos aqueles pedaços salgados que faze...