Menino Chapeleiro

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Ainda no período da Escuridão, Maise estava na frente de sua casa vermelho e branco quando ouviu o trotar de cavalos, em seguida viu uma imponente carruagem da Realeza parar na frente dela. Perplexa com aquela novidade, Maise se aproximou da carruagem e abriu a portinhola lentamente, vendo o pequeno Chapeleiro sentado lá sozinho e assustado.

- Menino Chapeleiro. - Maise o carregou para fora da carruagem e notou que ele tremia de frio e medo. - Está sozinho no período da Escuridão. Quem fez isso com você, meu pequeno?

- Maise. - Ele abraçou a rata gigante depressa, se prendendo a ela como se tivesse medo de que, se a soltasse, ficaria sozinho outra vez. - Mamãe Charlote vinha comigo, mas parou no meio do caminho e me disse para ir embora, disse que não me queriam mais por perto. Você acha que eu os magoei de alguma maneira? O que eu fiz de errado, Maise?

- Nada. - Maise respondeu de imediato e foi até os cavalos. - Hei, vocês. Como isso aconteceu? Onde está o Rei?

- Não sabemos de muita coisa. - Um dos cavalos respondeu. - A Rainha ordenou que ele fosse deixado aqui, e agora que cumprimos sua ordem estamos indo embora.

Mesmo que Maise argumentasse, os cavalos deram a volta e se foram, deixando ela sozinha com o menino, e só lhe restou entrar em sua casa e acolhê-lo.

- Está tudo bem. - Maise o deitou na cama e o cobriu com o cobertor mais quente que tinha. - Não se preocupe com nada, Chapeleiro. Quando a Escuridão se for e o céu mostrar suas cores, irei até o castelo em busca de explicações.

- Não posso voltar. - Ele respondeu à ela. - A chama da vela me disse que não é seguro no castelo.

- A chama da vela. - Maise ponderou e acreditou que o menino estava tendo um dos seus surtos de loucura. - Descanse um pouco. Estarei bem aqui para lhe proteger.

Acreditando em Maise sem hesitar, ele fechou os olhos e a obedeceu, estando tão cansado da viagem que não demorou a dormir.
Muitas perguntas rondavam a mente de Maise, que agora estava de volta a porta de sua casa e chamava por ajuda numa voz sussurrada para não chamar muita atenção.

- Apareça de uma vez, Chershire.

O Gato listrado surgiu no ar e olhou para além dela, vendo a casa onde o Chapeleiro descansava tranquilamente.

- Não há como enganá-la, não é, Maise? Sim, eu estava com o garoto o tempo inteiro. Simplesmente não pude deixá-lo sozinho.

- Então me diga logo o que está acontecendo dessa vez. - Maise se afastou da porta da casa por temer que o menino estivesse ouvindo. - Ele simplesmente foi deixado aqui, estava congelando e assustado. Como puderam fazer isso com o Chapeleiro?! Ele é apenas um menino.

- Não sei o que houve dentro do castelo. - Chershire respondeu. - Eu estava conversando tranquilamente próximo às Carruagens Reais quando vi a Rainha Charlote puxando o garoto e o colocando dentro de uma delas. Ambos saíram do castelo e eu os segui imediatamente, mas só pude ouvir ela dizer que o menino não poderia voltar de modo algum.

- Não pode ser. - Maise estava péssima ao ouvir aquilo. - Será que depois da tragédia no casamento a princesa Beatriz está ameaçando o irmão?

- Não acho que isso seja possível. - Ele lambeu uma das patas e a passou em seu pêlo. - A princesa Beatriz sempre amou o Chapeleiro, mas a Rainha Charlote sempre o detestou. Me pergunto se o Rei está sabendo disso, porque o fato de ele estar ciente e concordar mesmo assim, bem, torna a situação mais dolorosa ainda para o menino.

- O que farei agora? - Maise sentou em seu costumeiro banco em baixo da árvore. - Como eu posso cuidar de um príncipe? Oh, ele é tão pequeno. Eu devo ir até o Rei, apenas ele pode me dizer o que fazer. Preciso saber o que está se passando naquele castelo.

The Queens (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora