Guiados pelo Ódio

56 6 2
                                        

- Ah, cuidado, Ariela. - O Chapeleiro alertou a jovem quando ela pulou a janela da casa do Centáuro Apollo. Ambos aproveitaram o momento em que ele saiu para caçar junto da esposa. - Se nos pagarem estaremos perdidos.

- Venha, eu ajudo você. - Ergueu os braços para o amigo e arfou quando ele passou as pernas para dentro e caiu de pé, mas tombou em cima da jovem. - Pronto, pronto. Agora precisamos encontrá-la. Procure no outro cômodo e eu procuro por aqui. Não podemos demorar.

Bastou que poucos instantes passassem e Ariela sorriu largo e tinha os olhos brilhando para a grande Espada Real nas mãos, ainda um tanto suja de feno.

- Você achou! Ah, me dê um abraço antes de ir! Sentirei tantas saudades de você, Ari.

Se abraçaram e evitaram ceder às lágrimas, porque o tempo não lhes permitia nem mesmo isso, e Ariela olhou fundo nos olhos dele e levou a palma da mão ao peito dele.

- Você entende, não é? Sinto que este não é o meu lugar, Chapeleiro. Meu coração sempre estará com você, e peço que nunca me esqueça, que me ame para sempre assim como eu amarei você.

- Jamais esquecerei de você, Ariela. Nunquinha pense o contrário disso.

- E, se em algum céu eu conseguir encontrar o amor diferente, e for feliz como eu espero, me deixe saber que você está ao meu lado de alguma maneira, e que você estará feliz também.

- Acredite: Me chame e eu estarei com você nos seus sonhos! Seja feliz, Ari, muito feliz!

Se abraçaram outra vez, agora com mais força, e o garoto a soltou e sorriu quando ela sorriu e segurou a Espada Real com as duas mãos.

- Vou te esperar nos meus sonhos, Chapeleiro. - A Espada tremeu em suas mãos e as lágrimas deslizaram insistentes. - Eu Desisto.

Uma Luz intensa fez com que o Chapeleiro fechasse os olhos, assustado, e quando os abriu Ariela, sua grande amiga não estava mais lá.
Limpou as lágrimas, soltou um suspiro e pegou a espada do chão para escondê-lá outra vez. E foi nesse momento que o barulho de galopes apressados despertou seus sentidos de alerta. Se escondeu por detrás de um monte de feno e ficou muito quieto ao perceber a porta se abrir.

- Uma inútil! Eu deveria arrastar a sua face na terra outra vez, para que se acostume a comê-la, já que você sempre espanta a nossa caça!

Apollo era um centauro dos piores, líder do bando e perverso, e sua esposa era muito inocente, dada para ele em união forçada por seus ancestrais.

- Meu esposo, não faça isso, por favor. Dou o meu melhor para...

Um forte tapa estalou em seu rosto, o virando bruscamente e deixando muito vermelho e sensível ao toque. Os olhos arderam numa evidência da formação de lágrimas, mas seu rosto foi seguro com força e encarou Apollo na sua frente.

- Não ouse chorar. Não ouse falar. Não ouse me desobedecer!

Largou o rosto dela de qualquer maneira e voltou sua atenção para um barulhinho num canto sujo. O cenho franzido e olhar duro se manteve preso ali e ele teria se aproximado se não tivessem batido em sua porta.
Grunhiu furioso e a abriu com seu jeito arrogante.

Era Maise, e a rata vinha acompanhada de um Elefante Roxo Chorão.

- Apollo, venha conosco, temos um problema no Castelo do Rei Magno.

- Eu vou, mas você não manda em mim!

Bateu a porta com força antes de sair e sua esposa foi até onde o Chapeleiro estava, o encontrando aos prantos encolhido no chão.

The Queens (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora