Rose Victória - A Duplicata (Vol 2°)

Os Ninfilins De Lilith

Lilith, feita do mesmo barro que Adão, moldada pelas mãos de Deus fora dada em casamento ao primeiro homem do paraíso, a primeira mulher por sua fez, se recusou. Não quis ser oferecida, assim como repudiou ser desigual e inferior. Contestou e brigou. Reivindicado igualdade na relação, mesmos direitos do homem, lealdade de agir, de escolher e decidir. Quando fora negado tanto por Deus como pelo marido o status de igualdade ela se rebelou, decidida a não se submeter-se a Adão e o odiando por igual resolveu abandona-lo. Quando o sol se pôs dando lugar a escuridão da noite a mulher fugiu para o mar vermelho onde habitavam os espíritos malignos, no lugar desenvolveu caráter demoníaco.

Adão uma vez sozinho e em lagrimas queixou-se a Deus cujo teve pena do homem enviou três anjos para convencê-la a retornar, Lilith com fúria, irredutível e dominada pelo mal se recusou, desafiou o homem e profanou o nome do pai. Tais anjos lhe disserem;

— Se desobedeces e não voltas, será a morte para ti.

Em sua sapiência demoníaco soube que a consequência de seu destino fora estabelecida pelo próprio Deus. Se identificou com lado maligno e não como esposa de Adão. No lugar em que fez sua morada se tornou noiva de Samael, senhor da força do mal, com quem lhe fez rainha e com quem se deitou, trazendo ao mundo os Linilins; seus filhos de descendência demoníaca, na qual nasciam um por dia. No entanto, Deus comanda uma incontrolável matanças das criaturas recém-nascidas. Outra vez com fúria Lilith declarou guerra ao pai.

Fez suas vítimas homens, crianças, inválidos e recém-casados com sua sensualidade e magia. Sem descansar tão cedo, jurou vingança ao ex-marido e em forma de serpente envenenou Eva — mulher feita da base da costela e sangue de Adão — com o fruto proibido, influenciando o assassinato de Abel pelas mãos do seu irmão mais velho, Caim.

Embora fosse considerada uma bela mulher, na qual tinha cabelos negros com a escuridão da noite, e desenvoltura sensual Lilith desenvolveu personalidade ardilosa e maquiavélica, de natureza mais demoníaca do que humana.

Adotou Caim como filho, o amou e o protegeu como seu, o fez sangue de seu sangue. Acolhendo-o, cedeu as suas vontade, mas o fez também um cobaia para impulsionar seu novo desejo.

Lilith queria um filho indestrutível, poderoso como ela e que não sofresse o que seus outros filhos sofreram. Totalmente ambiciosa, com um gosto peculiar por um poder único usou o assassino para vinga-se. No anoitecer de um dia frio, sem luar, sem estrelas ou nuvens fez de Caim um imortal, um ser exatamente igual a ela, forte e poderoso.

Entretanto, com a eternidade de seu genuíno filho ela receou que o mesmo corria riscos de sofrer o mesmo destino dos Linilins. A rainha o presenteou, lhe marcando no corpo uma marca vermelha, que representava o último dia criado por Deus. A mesma marca nomeada com o nome do próprio.

Como esperado; a marca o protegeu daqueles que levaram seus irmãos e até mesmo daqueles que invejaram seu novo poder. A pedido da sua protetora, Caim exterminou a maioria dos inimigos dela.

Todavia, mesmo que tenha dado um poder a Caim, de ter iniciado a raça vampírica e sendo adorada por eles não lhe pareceu ser o suficiente. Adotar o primeiro pecador para desafiar Adão e Deus, criar uma espécie maligna que poluía o mundo e se vingar não foi tão satisfatório, pois, Lilith ainda alimentava uma vontade sombria.

Certa vez ela foi ao reino de Lúcifer, em busca de ajuda, usou o ódio que ambos tinham por Deus e a beleza que Lúcifer admirava para pedir um favor. De joelhos aos pés do anjo caído rogou que ele lhe desse o poder de gerar filhos sem que fosse vista pelos anjos de Deus. Lilith desejava ter crianças, carrega-las em seu ventre. Desejava cria-las como suas e realizar o que não pode com os Linilins.

O senhor do inferno sagaz e arteiro propôs ao belo demônio um favor por outro. Em troca lhe ceder o desejo pediu que ela com sua habilidade de criação criasse uma raça mágica, que pudessem andar pelas terras que o pai criou, mas que fossem fies a ele.

Lilith aceitou, inicialmente lhe pediu um pouco do poder, uma amostra de energia maligno em que pudesse dominar. Ao ir à terra dos mortais escolheu uma vila, onde tinha jovens mulheres puras, não pecadoras, manipulou cada uma, a cometer um pecado, ira, gula, inveja, traição, até mesmo assassinato. Aquelas que foram corrompidas foram queimadas em um fogo negro alimentado pelo magia negra de Lúcifer e da sua própria, — a mesma que Caim era protegido e marcado —. A chama adentrou os corpos, escureceu a almas, fazendo-as se habilitar ao poder que foram queimadas. E como Caim se tornou poderoso a partir de Lilith, como os vampiros foram imortais a partir de Lilith, as mulheres passaram ser mágicas a partir de Lilith e também de Lúcifer. Foi assim que nasceram as bruxas, a criação leal ao senhor do inferno.

Lilith voltou ao Satã mostrando o que tinha feito, satisfeito Lúcifer cumpriu com sua parte, a cobriu com manta que lhe transformou em outra mulher. Outro corpo, outra aparência defeituosa, que não tinha a mesma beleza do corpo original. Lilith assustada e irritada chamou o diabo de um mentiroso enganador. Lúcifer em largo e sombrio respondeu:

— Pediste para gerar filhos sem ser descoberta pelos anjos de meu pai. Não me destes uma forma, nem condições. Gerarás filhos, como uma humana insignificante.

O diabo não trabalha de acordo que fora esperado, trabalha de acordo como ele quer. Lilith percebeu tarde demais, entretanto como uma humana que jamais chamaria atenção por beleza se vingou, manipulou um anjo caído, um que tinha caído por amar quem não podia, roubou dele um flerte de luz celestial, magia limpa e sagrada. Embora fosse doloroso tentou dominar. Assim como criou bruxas de magia negra do demônio maior, Lilith criou bruxas de magia branca, um poder mais forte do que Lúcifer pudesse lidar. Seu intuito era criar seres jamais leais ao diabo e conseguiu.

Lilith naquele corpo horrendo engravidou, carregou no ventre duas crianças, metade-humanas e metade-demoníacas, ninfilins. Meses depois as crianças nasceram e ela voltou ao seu corpo original. Porém, o que diabo dar, ele mesmo toma. Quando Lúcifer descobriu a vingança da esposa de Samael tentou corromper as bruxas boas, com fracasso tentou destruí-las e tudo que fizesse não lhe dava sucesso. Enfurecido a entregou aos três anjos que tinham o trabalho de matar os Linilins.

Lúcifer assistiu de seu altar profano os anjos encontrarem os bebês e mata-los em uma noite quente. Lilith os achou já mortos, queimados com fogo celestial.

Ela sabia, não haveria nada que pudesse fazer, se tentasse procriar iriam descobri-las e tira-los dela. Lilith estava fadada com a maldição da infertilidade e da perda, sofrendo com a morte do desejo que tanto sonhou.

Eras se passaram, civilizações foram construídas, religiões transformadas, humanos mudados. O mundo criado por Deus fora outra fez poluído pelos pecadores. Teve fome, guerras, mortes. Criaram armas letais. Destruíram à terra, mataram, roubaram, mentiram, estupraram e assassinaram. Chegaram no tempo em que um ato de bondade dos humanos passasse ser uma esperança no meio do caos.

Novos vampiros foram transformados, novas bruxas negras e brancas surgiram e novas Duplicatas nasceram.

Do vazio do Edom, Lilith, viu tudo, ainda com esperança de um dia ter seus ninfilins sem perde-los para os inimigos. Esperava uma era onde o mal fosse mais presente do que a bondade posta por Deus.

Prometeu, quando chegasse o dia, tais crianças nasceriam sem que fossem tirados dela. Iriam ser a destruição que a humanidade ainda não tinham visto. Elas terminaram o que a criação do pai divino começou.

Vítima ou vilã, não se sabe, o que é certo é que o belo demônio consegue tudo o que quer.

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Obs; Antes que tenha alguém discordando de alguns fatos do texto a cima. Me basiei no cristianismo e no Judaísmo. Maior parte eu criei. Ok?

OBRIGADA PELA PRIMEIRA!!!