CAPÍTULO 20 - Corações onustos

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BOA LEITURA!!!

	Puxo o ar para meus pulmões encarando minhas pernas ao lado de outras, essas usando uma calça escura

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Puxo o ar para meus pulmões encarando minhas pernas ao lado de outras, essas usando uma calça escura. Levanto olhar sem muito me mover vejo a jaqueta marrom escondendo uma de minhas mãos, estou sobre o peito de alguém, e pelo o que me lembro esse alguém é Isaac.

Ergo a cabeça vendo-o dormir, estamos sentados no chão encostados em minha cama, sua cabeça apoiada na beira do colchão, seu braço esquerdo se mantém em volta de mim, me abraçando não firmemente, mas bom bastante para que eu senta.

Não o vejo respirar, mas sei que estar dormindo, a luz pega quase todo seu rosto e não parece um incomodo.

Sinto uma enorme vontade de me mexer, esticar meus músculos para sair dessa posição, no entanto antes de me mover minha memória me faz travar, tudo que aconteceu faz minha cabeça latejar. Os gritos... a decepção... as palavras e aquela frase. Mas, a dor ameniza quando lembro de vê-lo entrar pela janela, o olhar preocupado que me lançou. Pode ser difícil de confessar, mas quando me perguntou se eu estava bem sentir uma necessidade enorme de abraça-lo, como pudesse desmoronar nos braços dele sem culpa, como fosse um alivio.

Uns dos meus pensamentos antes de adormecer foi que iria me arrepender ou sentir vergonha, mas por incrível que pareça eu não estou arrependida ou envergonhada, estou aliviada. Então todos os problemas parecem que enfim podem ser resolvidos, que poço ouvir e pedir desculpas ao meu irmão, sinto um calor no meu corpo que há muito tempo não sentia.

- Rose? - Ouço sua voz vendo-o me olhar. - Tudo bem? - Sorrir.

Se fosse como antes não iria responder, iria levantar irritada, o mandar ir embora, iria fechar a porta em sua cara depois de dizer para me esquecer, como uma típica ameaçar. No entanto, sinto que não posso fazer isso.

Ele me olha atento e como resposta meneio a cabeça na positiva.

- Posso deixa-la sozinha... se quiser... - Diz se remexendo como fosse se levantar.

- Isaac, não... - Falo rapidamente sem esperar. Ele me encara voltando a se sentar.

Fico constrangida, sem jeito para falar e parece que ele também. Desvio meu olhar para meus dedos em meu colo com receio até sentir os dedos dele colocarem uma mecha de cabelo atrás de minha orelha erguendo meu queixo em seguida.

- Precisa de alguma coisa? - Indaga-me.

Encaro a bolsa de sangue ao seu lado, lembrando que não me alimentei desde que cheguei.

- Posso ir pegar sangue... esse está quente.

- Isaac... é... eu... - Quero agradecer, mas sinto a frase presa em minha boca. Me sinto nervosa como algo estivesse revirando em meu estômago. Respiro fundo tomando coragem. - Isaac, obrigada por ter ficado aqui... comigo. Por ter me ouvido. Acho que devo desculpas também...

Rose Victória - A Duplicata (Vol 2°)Onde histórias criam vida. Descubra agora