In too Deep

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Adrien mal pregou o olho na noite passada. Ele realmente estava exausto e por causa disso, o domingo prometia ser péssimo.

Sem animo nem de sair da cama, coisa que não era do seu costume, se esforçou para levantar e tomar um café puro. Na sala da sua casa ele caminhou para ver através da janela. O tempo havia fechado e iria chover o dia inteiro.

Suspirou ao sentir um calafrio percorrer a extensão dos seus braços.

Queria um abraço, queria sentir calor novamente...

O calor dela, do corpo dela.

Estava morrendo de saudade de Marinette.

E como tinha sido péssimo vê-la nos braços de outro homem. Nem nos seus piores sonhos se imaginara em uma situação assim. Mesmo que todo aquele tempo estevesse procurando uma saída para os dois e quando a teve em suas mãos, através do seu divórcio, não chegou a nenhum lugar e não teve para onde correr.

Ele se questionava – "O que eu poderia ter feito a mais? O que eu poderia te dito?".

Fazendo e refazendo todos esses tipos de pergunta a si mesmo, mas para que? Nunca encontraria as respostas.

Porque por mais que gritasse, o mais alto que pudesse, ninguém estaria escutando. E Marinette estaria longe demais para ser atingida pela falta que ela fazia na sua cama, no seu coração.

Com mais um sussurro em sua casa silenciosa, ele se mantinha apático, recostando a cabeça sobre seu antebraço que estava em uma das paredes.

Não podia ficar amargando aquela solidão para sempre. A vida tinha que continuar. Precisava se levantar antes que as suas próprias pernas não quisessem. Então resolveu sair de casa. Tomou um banho, pôs uma calça jeans, um casaco preto e seguiu para o carro.

Iria dirigir por aí, olhar a cidade, tomar um pouco de chuva, comer qualquer coisa.

Espairecer a mente.

Mas a cidade de Paris lhe parecia uma masmorra cheia de armadilhas, das quais, o fazia se lembrar de cada pedaço do corpo da sua amada.

A torre Eiffel, o museu do Louvre, as ruas, as pessoas... tudo ao redor. Era lindo, era delicado, era envolvente. Assim como aqueles olhos azuis, seu perfume doce, sua voz suave que abrandava seu coração quando lhe dizia _ "Eu te amo".

No volante, ele sorria entristecido. Estava perdido, essa era a realidade. Não podia correr daquele amor, mesmo que o machucasse. Assim permaneceu, dando voltas e voltas até resolver parar em um café mais afastado do centro. Lá havia poucas pessoas onde ele se sentou em uma das mesas.

Após fazer o pedido, se manteve atento olhando através da janela ao seu lado a movimentação na rua.

Foi então que de repente, como se fosse uma peça do destino, viu um rosto parecido dentre os demais.

Atentando-se melhor a mulher que usava um sobretudo preto com uma touca vermelha em cima do corte chanel, ele viu Kyoko atravessando a rua e passar ao seu lado sem que ela pudesse o notar.

Ele virou o rosto para acompanha-la até a mesma sumir, foi então que se lembrou por um momento que havia anotado o telefone dela em seus contatos.

O motivo? Nem ele mesmo sabia dize.

E sabia menos ainda porque estava ligando para ela.

De alguma forma, ele quis conversar com ela, pois aquela mulher era a única que o entendia. Ela amava Luka e sabia que ele, estava com Marinette.

Compartilhavam da mesma dor, da mesma falta, da mesma saudade.

- Alô?

Adrien fez uma pausa antes de começar a falar.

- ... Alô?

- Kyoko?

- Quem deseja falar?

- É o Adrien.

Do outro lado da linha, ouviu a mulher parar onde estava – Ah sim... Tudo bem?

- Tudo sim. Acabei de te ver passando aqui perto do café onde estou.

- Jura? O que faz tão longe assim?

- Não sei... – Ele deu um meio sorriso brincando com um sashe de açúcar dentre as mãos. – Mas estou aqui.

- Entendo...

- Você ta ocupada?

- Uhn... não, agora eu estava indo pra casa.

- Certo então...

- Eu aceito tomar um café com você.

Adrien novamente deu um breve sorriso apertando os lábios. – Ok.

- Já estou indo.

Quando desligou o telefone ficou a admirar a tela em suas mãos. Deixou o corpo relaxar sobre a parte acolchoada do acento quando logo depois de alguns minutos, ouviu a sineta da porta balançar e Kyoko adentrando ao café.

Ela passou os olhos sobre as pessoas até recostá-los em Adrien que se mantinha olhando em sua direção. Deu um tímido sorriso a ele e caminhou até lá, onde retirou sua bolsa a colocando sobre os pés quando se sentou na cadeira.

- Oi...

- Oi.


O meu destino era te encontrar  [ ADRINETTE ]Onde histórias criam vida. Descubra agora