O que eu quero

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Marinette já estava saindo da empresa para se encontrar com Luka. Enquanto caminhava para sair do prédio uma lembrança à fez pensar novamente em Adrien, como diversas e diversas vezes. Há pouco tempo, ele havia aparecido ali para levar flores por causa da sua primeira semana trabalhando naquele lugar.

No mesmo instante como se estivesse acontecendo, lembrou-se de como tinha ficado feliz com aquele gesto de carinho e tão delicado por parte dele e de como era um querido, um amor.

O seu amor.

E seu corpo pôde se recordar exatamente da textura dos seus lábios de quando o beijou, sentindo o seu calor, seu perfume, tirando todo o fôlego dos seus pulmões e os batimentos do seu coração. Roubando tudo para ele.

Sem que percebesse, um sorriso foi surgindo em seu rosto até chegar à calçada onde um vento mais gelado a fez acordar da sua própria ilusão.

Acabou se abatendo novamente ao perceber que estava presa em mais uma memora inesquecível. Ela balançou a cabeça para os lados afastando seus pensamentos, sentindo-se uma tola por estar indo encontrar um homem enquanto pensava em outro.

Chegava a ser cômica a situação e até mesmo de mau gosto.

Há quanto tempo desejou Luka? Há quanto tempo idealizou e desejou por seus lábios, pelo seu corpo, pelo seu amor!

Perdeu uma amizade querida por causa disso e quase se perdeu por conta desse sentimento.

Agora, aquilo tudo lhe parecia tão superficial, tão estranho a ponto dela mesma não conseguir compreender. Era como se Luka fosse uma espécie de maré que a levava para longe, se perdendo cada vez mais naquele mar profundo de onde realmente deveria estar.

Que era nos braços de Adrien, o seu porto seguro.

E bastava apenas uma ligação. Uma tentativa de aproximação, seja qual fosse, para que voltasse até ele.

Entretanto, o orgulho, o medo, o receio e a insegurança a faziam se perder mais e mais em daquele propósito.

Seu temor só aumentava através das próprias palavras de Luka que a dizia sempre que não deveria mais tentar com Adrien.

Estava perdendo tempo.

Mas mesmo assim ela se questionava – Luka estava sendo sincero? Era isso mesmo que ele queria? Ou será... que ele só estava o seu lado por puro despeito e orgulho ferido?

Não suportou vê-la nos braços de outro homem quando há um dia, sabia que ela o amava. Isso com certeza faria mais sentido do que simplesmente ele ter se descoberto apaixonado de uma hora para outra.

Ainda sim, poderia julgá-lo?

Poderia dizer que ele estava certo ou errado? Quando ela mesma se permitiu estar com ele, em seus braços, deixando ser beijada por sua boca. Ninguém a estava obrigando a fazer essas coisas.

Além disso, Marinette também sabia que as pessoas ao redor olhavam para os dois juntos julgando, falando por trás. Sabia que todos falavam que ela estava usando Luka para se esquecer de Adrien já que tinha sido muito rápido.

Mas aquelas pessoas nunca saberiam o que estava passando na verdade, elas jamais entenderiam.

Era muito fácil, muito simples, olhar e julgar.

"Mas a quem eu quero enganar...? Eu me julgo, eu me questiono o tempo todo se eu devo estar com ele...". –Era o que fatalmente pensava enquanto Luka estava a sua frente, jantando.

Sorria para ele, fingia estar feliz, mas a todo o momento, uma guerra entre o sentimento e a razão se travava em seu intimo.

Estava exausta e pediu para que fossem embora mais cedo para poder descansar. Não era nem 9 horas da noite quando Luka a deixou em sua casa. Ele quis subir, mas ela pediu com educação que aproveitassem melhor no final de semana.

Então depois de lhe dar um beijo de despedida o esperou virar o quarteirão para subir as escadas.

As batidas dos seus sapatos rompiam o silencio do corredor estreito até finalmente chegar ao seu apartamento onde largou a bolsa em cima do sofá após trancar a porta. Foi para o banheiro lavar o rosto e tirar a maquiagem e logo em seguida foi à cozinha para tomar um pouco de água.

Quando já estava lavando o copo ouviu a campainha da porta. Deu um longo suspiro achando que seria Luka querendo alguma coisa. Ela pensou um pouco se deveria atendê-lo ou não até finalmente decidir até lá.

Ao abrir a porta, para seu espanto, se deparou com uma mulher muito bonita e bem arrumada. Ela olhou Marinette da cabeça aos pés o que fez a mestiça franzir o cenho.

- Pois não?

- Boa noite. Você é a Marinette?

- Sim. – "Eu conheço essa voz de algum lugar".

A mulher então ajeitou a bolsa no seu ombro e a encarou séria. – Preciso conversar com você.

- E eu posso saber quem você é?

A outra deu um suspiro estreitando os olhos até finalmente revelar de quem se tratava. – Eu sou a Gisella, a ex mulher do Adrien. 

O meu destino era te encontrar  [ ADRINETTE ]Onde histórias criam vida. Descubra agora