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03 De maio de 2003 - Reino
Unido
— Me responda, Mama. Quem é o verdadeiro pai de Carlinhos?
Callie praticamente gritou com a mais velha. Lúcia estava pálida, e desviou os olhos da filha. A atitude da mãe, só confirmou que a mesma lhe escondia alguma coisa, e não sairia dali até conseguir a sua resposta.
— Vamos mama.
— Olha só as coisas que você está falando, Calliope. Eu exijo respeito, e não permitirei que uma garota mimada venha me acusar desse jeito.
Callie respirou fundo, por mais que estivesse com raiva, a outra ainda era a sua mãe. E tinha recebido uma ótima educação.
— Porque a senhora não fala a verdade? Você traiu o meu pai, e o meu irmão é fruto dessa traição não é?
— E se for? — pela primeira vez naquela noite a mulher olhou para a filha. Lúcia estava com a sua postura fria e arrogante, não ficando por baixo — Você vai contar para o seu pai? Pior vai contar para o seu irmão, o pirralho que você tanto idolatra, e deixa-lo revoltado? Porque você sabe que isso pode abalar o psicológico de um adolescente, não sabe?
Callie sentiu os olhos arderem, não sabia se era de raiva pela mulher, ou de tristeza pelo pai e o irmão.
— Se o seu papai não tivesse me deixado de lado. Não passasse apenas o tempo no trabalho, e dando atenção à você, isso não teria acontecido.
— Sério isso? Isso não justica sua traição, Mama. Isso não envolve só a senhora e sim Carlinhos e o Papa.
Lúcia agia naturalmente, a mulher pegou um dos seus vestidos de grifes, e deixou encima de um puff no centro do closet.
— Como você acha que eu me sentia quando procurava o seu pai na cama, e ele apenas se preocupava se a menininha dele estava dormindo bem— Lúcia soltava faísca pelos olhos, seu tom de voz era ríspido e duro. Se aproximando da filha a mulher riu sarcasticamente — Se eu fiz o que fiz,foi por sua causa. E sim,Carlos Filho não é filho de seu pai, e sim de um homem que eu conheci uma noite qualquer. Não era isso que você queria escutar?
Callie secou rapidamente as lágrimas que insistiam em cair.
— Agora corra e conte a eles, e destrua nossa família. E de mais uma vez um desgosto ao seu pai, porque é apenas isso que você anda dando ultimamente. Desgosto. E sabe porque não abortei o seu irmão quando tive oportunidade? Porque seu pai sempre quis ted um menino, e essa foi a oportunidade de eu ter a atenção que eu sempre quis.
— Você não pode colocar a culpa em mim. E eu só não vou contar para o meu papa, por ele e por Carlinhos. E se a senhora ousar a mandar meu irmão para longe, eu acabo com você.
— Devo agradecer por isso?
Callie passou como um furacão perto da mãe. Suas mãos tremiam de tanto nervoso. Talvez preferia não ter descoberto nada disso. Seu peito ardia, e a vontade de gritar, era gigantesca.
A latina entrou no quarto deixando as lágrimas molharem seu rosto. Deitada de modo fetal, puxou a coberta para o corpo. Se colocava no lugar do irmão, e imaginando o que aconteceria se eles souberem de toda a verdade.
Deitada quase uma hora naquela posição, não tinha mais vontade de sair de casa. Se sentia cansada emocionalmente e fisicamente. Enviou uma mensagem para as amigas pedindo desculpas, dizendo que não estava nada bem. Fez o mesmo com a loira, e Arizona logo ligou querendo ouvir a voz da latina.
— Estou preocupada com você. Quer conversar?
— Sim, mais não por telefone. Eu queria te ver. Eu só preciso de um abraço
— Me passe o endereço, eu vou até você. — Callie sorriu ao ouvir aquilo. A latina sabia do medo que Arizona tinha de sua mãe
— Te mando por mensagem. — Callie fungou
— Ta bom. Vá rezando pra tua Mãe não me matar — a loira riu de nervoso. As duas encerram a ligação.
Naquela noite Lúcia e Carlos jantariam fora com alguns amigos,e sem horas para voltar. Carlinhos estava no quarto, e José Miguel já dormia. Arizona entrou sendo vista apenas por Ana, e Callie logo tratou de levar a namorada para o quarto, depois de Arizona recusar comer alguma coisa.
Sentada com as costas na cabeceira da cama, Arizona passava os dedos pelos fios de Callie. A latina tinha a cabeça nas pernas da loira, não tinha dito nada, e Robbins respeitava isso.
— Obrigado por ter vindo — Callie olhou para cima buscando os azuis da outra
— Não precisa agradecer, meu amor
Os lábios de Callie se contraíram em um grande sorriso meu amor, era tão bom ser chamada assim. Se sentir amada, se sentir protegida e cuidada.
— Eu sou seu amor?
Robbins passou a língua nos lábios fingindo pensar, o quê arrancou uma risada gostosa da latina. Arizona amava ouvir aquele som, tristeza não combinava com o rosto bonito de sua amada.
Callie se sentou na cama esperando por sua resposta. A loira segurou no rosto da outra selando os seus lábios em um selinho.
— Sim. Você é o meu amor.
— Você me faz tão bem. Pode parecer precipitado dizer isso, mais...eu amo você, Ari. Eu sinto tantas coisas boas quando estou do seu lado, eu amo cada pedacinho seu. Droga! Isso soou tão clichê
Callie riu de nervoso sentada sobre os calcanhares. Isso estava preso em sua garanta a tanto tempo, mas o medo de assustar a loira a impedia. E aquele pareceu um bom momento. Torres desviou o olhar da outra. Arizona segurou o rosto de Calliope, fazendo os castanhos se encontrar com os azuis.
—EU TAMBÉM AMO VOCÊ! Desde do dia em que te vi. Eu pensei que nunca mais fosse amar uma mulher, mais ai aparece você. A latina mais gostosa do Reino Unido... E não se preocupe, eu adoro coisas clichês.
O sorriso de ambas era capaz de rasgar seus rosto. Sem pensar duas vezes, Arizona tomou os lábios da morena. Callie gemeu ao sentir sua língua sendo chupada. Com cuidado e sem desgrudar os seus lábios, a loira empurrou Callie na cama. Jogando uma perna de cada lado daquele corpo tão desejado por si, passou rebolar em seu quadril, soltando gemidos baixos enquanto judiava do pescoço da morena.
— Arizona? — A loira olhou para a morena embaixo de seu corpo — faça amor comigo. Me faça sua essa noite.
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DESTINO | Calzona
Fanfiction[Concluída]"O Destino é geralmente concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos relacionada a uma possível ordem cósmica. Portanto, segundo essa concepção, o destino conduz a vida de acordo com uma ordem natural, da qual nada que existe...