CAPÍTULO 45

1.9K 152 78
                                    

08 De outubro de 2003- Reino
Unido

Arizona

- Não Luna, assim você machuca ele e você -disse Callie seria a nossa filha.

- Me pega Miguelzinho -Luna ignorou a latina. Callie respirou fundo, todo mundo sabe que Callie odeia brigar com as crianças, e os pequenos muitas das vezes tiravam aproveito disso.

Eu apenas fiquei em silêncio na minha. Estavamos em nosso quarto, Calliope e eu resolvendo algumas coisas pessoais, enquanto os dois faziam a sua bagunça por ali.

- Luna, o quê eu acabei de te falar? -sua voz saiu mais séria fazendo a menina parar de querer se pendurar no irmão. -Você quer se sentar para pensar?

- Não, momy -a pequena negou com a cabeça. Pude ver um sorriso querer se formar nos lábios da morena, mas ela se manteve firme. Toda vez que Luna a chamava de momy ela se derretia toda, quando aconteceu pela primeira vez foi algo que partiu de Luna, que pegou todos de surpresa em um almoço que fizemos para Carlinhos e Carlos.

-Ótimo. Você também José Miguel, sossega se não colocarei os dois para pensar.

Callie logo volto para o meu lado na cama. Não tardamos a por os dois na cama, logo cedinho Luna tinha uma de suas consultas de rotina, e tinha que estar bem descansada para uma manhã torturante de exames.

Depois de conversamos um pouco, sobre o nosso dia acabamos dormindo também.

Na manhã seguinte acordamos mais cedo do que de costume. Devidamente pronta Luna dormia no colo da latina enquanto aguardavamos Anna chegar para cuidar de José Miguel.

- Não acha melhor colocar mais um agasalho nela? Está bem frio lá fora -disse a latina olhando dócil para nossa princesa adormecida.

- Não, ela já esta bem agasalhada, e eu irei jogar a manta dela por cima depois. -avisei apontando para a manta cor de rosa em cima do sofá

Soltando um bostejo a latina assentiu. Anna logo chegou e nós saimos, acabamos indo com o meu carro já que seria eu a dirigir, e o carro cheio de paranauê de Calliope era demais para mim.

- Papa estava cheio de ciúmes ao contar que Carlinhos chamou Daniel para assistir o final do campeonato do ano -disse a latina com a voz divertida.

Carlinhos finalmente tinha dado uma chance de nosso pai conhecê-lo. Isso tinha acontecido a poucas semanas atrás, e desde então eles vem trocando mensagens diariamente.

- Já que ele se acostuma -digo a olhando pelo retrovisor. Estaciono o carro, e pego nossas coisas, enquanto a missão da latina é carregar nossa garotinha.

Luna não demora a ser chamada, e os exames começarem a serem feitos. Luna começa a ficar irritada como sempre, eu tento distrair a pequena dando a ela o celular da latina colocando em um daqueles vídeos chatos de mulheres adultas imitando crianças que ela e Miguel perdem horas assistindo.

- Amor? -sussurra Callie quando a pediatra nos deixa sozinha por breves minutos

- Oii

- Não acho uma boa ideia deixar meu celular na mão da Luna não -diz me deixando sem entender -Arizona e se ela entra na galeria e ver nossos nudes?

- Aaah -começo a rir -Deveria deixar trancada a galeria, porquê ce' acha que o meu tem senha meu bem?

- Não tinha pensado nisso -diz com pensar

- E não se preocupe, Luna não vai sair do vídeo -a tranquilizo deixando um suave beijo em seus lábios.

A Doutora logo volta. Ela explica que Luna esta bem, e que tem apenas que continuar com os remédios diário e tomar cuidado com a friagem. A próxima consulta é marcada para o final do mês, e qualquer coisa podemos ligar para ela.

Stevens era a nova pediatra de nossa pequena, a loira alta era uma mulher muito gentil e doce. A mesma é casada à quase onze anos, e tem uma linda garotinha da idade do nossos gêmeos,chamada Sara. Depois de nos despedirmos da mulher, e de alguns funcionários que são muito carinhosos com a nossa menina, e entramos no carro.

- Luna quer mamadeira, mamãe -disse a pequena agora sentada no banquinho do carro, e Callie se encontrava ao meu lado na frente.

- Minha filha, tem dias que você não pede isso. Você já é uma mocinha -a olho pelo retrovisor vendo a pequena sorrir sapeca.

Tem quase um mês que finalmente consegui tirar a mania de Luna dormir apenas depois de tomar a sua mamadeira, de início ela chorava muito e era apenas vencida pelo cansaço. Mas depois ela mesma parou de pedir e dormia facilmente, então era estranho ela pedir isso depois de semanas.

- Momy, Luna que mamadeira -se dirige a latina que me olha.

- Nem pensar Calliope -digo já sabendo que a latina era capaz de mandar parar em uma farmácia próxima e comprar a mamadeira -não podemos fazer todas as vontades dela não.

- Tadinha Arizona, ela passou a manhã toda sendo picada por agulhas. Ela ta cansada. -justificou a latina me fazendo negar com a cabeça.

- Você já sabe a minha resposta. -digo parando no semáforo.

Não tardamos a chegar em casa, enquanto Calliope ajudava Luna no banho eu preparava algo para comermos, já que trabalharemos daqui de casa hoje. Luna acabou dormindo, o que facilitou para trabalharmos mais a vontade, e por volta da meio dia eu sai para buscar José Miguel no colégio, pois acabamos dispensando Anna por hoje.

[…]

O dia estava mais fria que o normal. Era um feriado de sexta-feira, e estava bem chuvoso. Aps tinha acabado de pegar Luna para passar o dia com ela. José Miguel estava com o Sr Carlos e Carlinhos na mansão. E dona Lúcia essa tinha sido expulsa da casa, eu não sei por onde ela anda, e nem faço questão de saber apenas quero que ela pague por tudo que fez.

O silêncio da casa era bom, há dias que nem sei o que é isso. Luna e José Miguel falam o dia todo. Callie tem a cabeça repousada no vão do meu pescoço enquanto dorme, sua respiração quente e tranquila me faz cócegas. Na tv passa Mistério no Mediterrâneo, com Adam Sandler, Jennifer Aniston. Dois grandes atores que gosto muito, Calliope e eu já assistimos umas três vezes esse filme, e eu não me canso dele.

Estava concentrada no filme quando o meu celular começou a tocar debaixo das almofadas. Com cuidado retiro o corpo quente de minha namorada de cima do meu, e pego o aparelho eletrônico. Sinto o meu corpo gelar, e minhas mãos tremerem quando vejo que é o meu pai. Algo dentro de mim dizia que o pior já tinha acontecido.

Me sento no sofá, e tento controlar minha respiração.

- Papai, ela já se foi não é? Ela nos deixou - fungo quando escuto a sua resposta...

- Sim minha querida, a sua mãe faleceu.

E um grito de desespero sai dos meus lábios, assustando Calliope que acabará de acordar.

- o quê foi Ari?-pergunta a morena ao ver meu desespero. Papai pede para falar com a latina, eu apenas vejo a latina assentir enquanto me olha.

- Claro, senhor Robbins. Tchau -encerra a ligação deixando o celular de lado. -sinto muito querida -diz me puxando para os seus braços.

"Mesmo sabendo que ninguém vive para sempre, nunca estamos preparados para dizer adeus para aqueles que amamos. Essa dor que parece sufocar, que faz querer que o tempo volte, para um último abraço dar, pelo menos uma última vez a voz ouvir."

DESTINO | CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora