Arizona
Se eu falar que não sinto falta do toque de Callie estarei mentindo. Pois eu sinto, e muito. Quando ela me tocou dentro de sua sala eu fiquei sem reação, pois eu queria muito aquilo. Sentir o seu beijo, o seu toque. Seu cheiro invadiu meu corpo todo. Sua respiração quente sobre a minha face.
Eu estava preste a me entregar ao seu toque, quando o telefone me tirou do transe. Depois que ela disse que iria comigo até a escola de Luna, eu me senti feliz em saber que poderia contar com ela, e que mesmo a gente dando um tempo, ela queria me ajudar com minha filha.
Assim que chegamos na escola fomos liberadas para ir até a sala de aula. Ver a minha filha encolhida atrás do armário escolar era de partir o coração. Luna tinha as pernas dobradas, e o rosto entre os joelhos, enquanto seus pequenos braços abraçavam suas pernas.
Callie e eu nos entre olhamos. Me sentei de um lado, e Callie do outro.
- Ei, meu amor.a mamãe esta aqui. -chamei, mas Luna não me olhou
- Luna?! Você pode sair daí agora -tentou Callie
Eu tinha que ter toda a calma do mundo. Não poderia demostrar para minha garota que eu estava abatida, e triste por aquilo.
- Pelo menos olhe pra mamãe, princesa - devagar Luna ergueu a cabeça e me olhou. Seus olhinhos amendoados estavam cheio de lágrimas, e suas bochechas mais avermelhadas que o normal
- Não quer me contar o que aconteceu? O que te deixou triste, hun?
Luna ficou me encarando, e logo olhou para Callie que estava em silêncio sentada ao chão.
- Você quer que saía? - Luna negou com a cabeça enquanto brincava com os dedos - então você pode nos falar o que deixou a princesa triste?
Ficamos paradas ali sei lá quanto tempo, mas Luna nada dizia. E finalmente a pequena garotinha finalmente decidiu sair do canto. Ela se agarrou ao meu pescoço, e suas lágrimas molhavam a minha camiseta
- Esta tudo bem princesa -dizia Callie passando a mão pelas costas da pequena
Com Luna agarrada ao meu corpo saímos da sala. A diretora que nos aguardava na porta da classe disse a mesma coisa que falou ao telefone, e eu apenas disse que levaria minha filha comigo, e em casa conversaria com ela.
Fui sentada no banco de trás com Luna ainda agarrada a mim, Callie nos olhava pelo retrovisor.
[…]
- Ela dormiu -falei voltando pra a sala
Callie suspirou se ponto em pé. Mesmo eu falando que não precisava Callie decidiu subir até o meu apartamento. A latina estava preocupada. Eu amava esse cuidado todo que ela tem com a minha filha, e eu tenho o mesmo com o seu filho. Se fosse com José Miguel, eu teria feito o mesmo que ela esta fazendo.
- Eu acho que vou indo
- Fique mais um pouco -pedi passando as mãos no meu jeans - Eu posso fazer um café pra gente. E se você achar melhor podemos terminar de falar sobre aquele caso
Torres pareceu pensar. E maneira que ela me analisava me deixava arrepiada.
- Claro. - coçou a garganta - Pode me emprestar um notebook, para abrir o meu e-mail?
Apenas assenti. Depois de pegar o aparelho no quarto, comecei a preparar o café que tinha lhe oferecido. Ficamos horas conversando sobre o caso que iria para o tribunal em questão de semanas.
- Esse caso não tem muitos segredos. Você saberá jogar as cartas certas -falei lhe sorrindo
- Assim eu espero - passou as mãos no cabelo
Depois de um demorado silêncio, Callie se encostou no encosto da cadeira, e seus olhos castanhos estavam cravados em mim
- Eu conversei com o meu pai, e ele vai contar ainda essa semana para o Carlinhos a verdade toda. Sobre o seu verdadeiro pai -explicou voltando a posição de antes
Aquele notícia me pegou de surpresa. Claro que eu queria que Carlinhos me visse como irmã dele também, e papai como seu pai. Mais eu sabia o quanto isso tudo iria mexer com a sua cabeça.
- Papa, e eu vamos fazer isso juntos. E se você quiser estar presente, tudo bem -continuou
Deixo a xícara de café de lado, e cruzo as mãos em cima da mesa
- Seria uma honra, mas eu acho que será um momento delicado para ele. Então acho melhor não, eu quero que você me faça um favor - Callie assentiu
Suas mãos buscaram as minhas, eu não recuei ao seu toque pelo contrário, deixei que ela entrelaça-se nossos dedos.
- Eu quero que você diga ao nosso irmão -Callie sorriu ao ouvir aquilo - que independente das escolhas dele, em querer minha família por perto, eu já o amo muito, e respeitarei a sua decisão
- Eu direi. Bom, conhecendo o meu garoto ele vai querer conviver com vocês, mas ele vai precisar de um tempo
- Eu estarei esperando o seu tempo.
Por fim acabei contando a Callie que meu sonho sempre foi ter um irmão. Ter alguém para me implicar. Para brigar por ele quando alguém lhe provocasse na rua ou na escola. Apenas coisas bobas de irmão.
A latina me contava das travessuras de Carlinhos quando era mais novo. Que apesar de serem muito unidos, eles tinham as desavenças, e a diferença de idade não ajudava muito. Eu ria sem parar quando Callie me contava das peças que o menino pregava nos ex namorados da irmã.
- Mais ele é uma boa pessoa agora -riu Callie passando o dedo nos cantos dos olhos
Paramos de rir e ficamos nos encarando. A vontade de beijá-la era imensa. Eu tentava lutar contra os meus desejos mais estava complicado. Então sem pensar duas vezes me levantei. Parei entre as suas pernas, e suas mãos se repousaram em minha cintura. Sua língua contornou os próprios lábios os umedecendo.
Com as mãos em seu ombro, me sentei em seu colo com uma perna de cada lado de seu corpo. De início era apenas um roçar de lábios, mais minha língua invadiu sua boca pedindo passagem com a língua.
O gosto de café invadiu minha boca, fazendo nossos lábios se moverem em sincronia. Minhas unhas arranhavam sua nuca. O ar já estava começando a se faltar em meus pulmões, mais eu não queria parar.
Um
Dois
Três
Quatro. O celular de Callie tocou quatro vezes sem parar em cima da mesa. Me vi obrigada a parar ali, por mais que eu não quisesse. Poderia ser algo importante já que estavamos a tarde toda fora da empresa.
Meus olhos foram para o aparelho celular. E na tela piscava sem parar o nome de George O'malley, juntamente de sua foto.
Eu tinha perdido completamente o clima. Desci de seu colo, e comecei a juntar a louça do café de cima da mesa. Callie ficou em silêncio, e desligou a ligação sem atender.
Na minha cabeça paranóica passava mil e uma coisas. E elas não eram nada boa.
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DESTINO | Calzona
Fanfiction[Concluída]"O Destino é geralmente concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos relacionada a uma possível ordem cósmica. Portanto, segundo essa concepção, o destino conduz a vida de acordo com uma ordem natural, da qual nada que existe...