CAPÍTULO 43

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03 De outubro de 2003- Reino
Unido

Arizona

Sentada no sofá da sala, eu observava Luna e José Miguel brincando no tapete. Os dois montavam um quebra cabeça, na verdade Miguel montava, e Luna bagunçava, o que estava deixando o pequeno irritado. Tive que chamar a atenção de minha filha umas duas vezes. Callie tinha saido para socorrer Meredith na rua com o carro, e eu fiquei sozinha com os pequenos.

Depois daquela briga com Lúcia Torres, nem eu e nem Calliope vimos a mulher, e eu agradeço aos deuses por isso, pois se eu ver essa mulher na minha frente sou capaz de dar mais alguns tapas em sua fuça. Só de me lembrar da mulher o meu sangue ferve.

Tem algumas semanas e alguns dias que eu juntei os meus trapos e me mudei pra cá na casa da latina, que agora também é minha. Confesso que demorei um pouco para me acostumar, mas para Luna foi uma adaptação muito fácil, apenas na hora de dormir que nos dava um pouco de trabalho, que apesar de ter o seu próprio quarto Luna sempre acabava entre mim, e a morena. Costume que aos poucos tiramos, e foi bem difícil para nós duas, já que a menina desde que veio para os meus braços dormiu agarrada a mim.

Nesses últimos dias Calliope recuperou os documentos original de Luna/Carolyn, e o senhor Torres como um ótimo advogado muito bem conhecido, e com muitos contatos, conseguiu mudar o nome do registro da neta, Luna agora se chama Luna Carolyn Torres Robbins, foi uma surpresa para mim quando a latina me apresentou a certidão que constata o nome de nós duas como mães da pequena.

A demora da latina estava começando a me deixar preocupada. Pelo tempo que ela saiu já era para estar de volta à tempos. Ligo em seu celular, e acabo escutando ele tocar do quarto, só ai que me lembro que a morena deixou o celular no carregador pois estava com muita pouca bateria.

- Droga, Calliope -murmuro jogando o celular em cima da almofada

- O que foi tia Ari? - Miguel me olha

- Nada meu querido -sorrio para o garotinho.

Pego o meu celular de volta, e disco o número da Mer ele chama e no terceiro toque a loira atende.

- Oi Mer... Não esta tudo bem sim, a Calliope ainda esta com você? - começo a roer a unha enquanto escuto a mulher dizer que não, que minha namorada tinha a deixado em casa um tempinho já -ainda não, tudo bem Mer... Aviso sim, obrigado tchau

Encerro a ligação. Mil e uma coisa passa por minha cabeça. E para me distrair caminho até a cozinha para começar a preparar o jantar. Quando tudo esta quase pronto, escuto o barulho da porta principal se abrir, e a latina conversar com as crianças. Respiro aliviada em saber que ela esta bem, mas ai já fico com raiva ao sentir o cheiro de cerveja quando ela me abraça por trás.

- Esta um frio na rua -diz a morena. Callie tenta beijar os meus lábios mas eu me afasto - O que foi que eu fiz agora? -passa a mão no cabelo juntando para fazer um rabo de cavalo

- O de sempre Calliope, você esta com a mania de sair e se esquecer do mundo -digo exageradamente balançando as mãos no ar.

- Minha querida você é o meu mundo, jamais eu iria me esquecer de você.

Acabo segurando o sorrisinho que quer se formar em meus lábios. Callie cruza os braços me encarando, e acabo sorrindo pelo jeito fofo que ela me olha, mas ai me lembro que estou chateada com ela e fecho a cara.

- Você está debochando da minha cara -digo lhe dando as costa para mexer nas panelas no fogo.

- Não, jamais. Estou sendo romântica -se encosta na mármore da pia.

- Aonde a senhorita estava? E não ouse mentir pra mim -lhe aponto a colher de pau que seguro na mão.

- Fui deixar a Mer em casa, ai acabei encontrando com o Mark na portaria, e ele me chamou para tomar uma cerveja com ele

Sloan, se mudou recentemente no mesmo prédio que o casal de amigas nossa, e isso era a cara do homem fazer. Arrastar minha namorada para um bar.

- Então não custava pegar o celular dele, e me ligar avisando era só dizer 'olha minha deusa, eu vou passar num barzinho com o Mark, então demorarei um pouco ' . Era apenas isso, Calliope.

- Desculpa minha deusa -pede rindo.

- ha ha ha -rio sem vontade -tá cheio de gracinhas pro meu lado. Vai organizar a casa sozinha também pra aprender

A latina segura em minha cintura grudando nossos corpos. Seus lábios tocam os meus, mas eu mantenho os lábios fechado por pura birra, porquê na verdade queria beijá-la.

- Você de TPM é uma graça meu amor. -diz apertando minha cintura

- Uhm. Agora vá lavar as mãos das crianças para jantarmos -digo me soltando. E não acabo resistindo e puxo a sua nuca selando nossos lábios em um beijo suave. -e nada de dormir de conchinha pra você hoje.

Rindo Calliope se retira da cozinha murmurando palavras que eu não presto atenção, já que volto a minha atenção nas panelas que se encontram no fogo. Depois de jantarmos, e ajudar as crianças com a escovação dentária, colocamos os dois para dormir, o que leva apenas alguns minutos.

- Amor? -a latina me chama manhosa

- Diga querida -Digo prendendo o meu cabelo em um coque.

Depois de arrumar a cama deitamos cada uma do seu lado da cama.

- Você estava brincando né, quando disse que não iriamos dormir de conchinha hoje.

Sua carinha de cachorrinho me faz sorri apaixonada.

- Estava falando sério e muto sério -acabo soltando uma escandalosa risada - estava brincando bobinha, venha logo e me abrace -digo lhe dando as costas.

- Obrigada por ser boazinha com a sua Calliope -diz beijando meu pescoço.

Entrelaço meus dedos com os seus que estão em minha barriga, e sorrindo acabo me entregando ao sono.


01/02

DESTINO | CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora