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- Tem certeza? - Ele me perguntou enquanto estacionava a moto e pegava o capacete da minha mão. - É que você não precisa mudar o seu jeito, para se encaixar na turma, sabe como é?

- Sim, mas.. Isso que vocês vêem não sou eu. Não por escolha minha, eu quero ser a Megan que eu decidi, e creio que a Megan que eu quero ser precise de uma tatuagem. - Ele concordou com a cabeça e estendeu a mão para que eu o acompanhasse. Eu peguei em sua mão e nesse momento me senti tão feliz.

- Reynold? - Um barbudo, careca e enorme apareceu no espaço que tinha vários desenhos colados pelas paredes. - Essa aqui é a Megan. Ela vai fazer a primeira tatuagem.

- Um prazer Megan.. - Ele pegou minha mão delicado e a beijou, me fazendo sorrir com a cosquinha de sua barba ralando em minha pele. - Já pensou em algo? - Eu olhei para o Mikael que tinha diversas tatuagens, eu não tinha pensado em nada, por que sou impulsiva e quero fazer essa tatuagem para provar a mim mesma que agora serei quem eu sempre quis ser.

- Na verdade.. Não.. - Eu ri. - Poderia me mostrar algumas? - Ele assentiu com a cabeça e foi pegar uns desenhos. - Alguma sugestão Mikael?

- Sim.. - Ele me olhou. - Eu tenho um dedo sobrando, quer fazer essa aqui? - Ele me mostrou uma no celular que era muito delicada, até mesmo para ele, mas eu gostei. Era a metade de um coração em um dedo, e a outra metade em outro dedo, isso era calsalzinho demais para ele, na verdade para nós dois. E mesmo sabendo que ele pode me fazer mal, e mentir pra mim como mente para os amigos, a forma como ele está me olhando, não há como ser outra resposta.

- Sim.. Vamos fazer essa. - Eu me afastei um pouco dele e fui encarar os desenhos que o Reynold trouxe, mas não achei nada que parecesse comigo. Com a Megan. A Megan que eu escolhi ser. Suspirei frustada após olhar todos os desenhos.

- Nada? - Ele me encarou sentado na cadeira para seu dedo ser tatuado com o pequeno traço, que mais tarde sendo junto com o meu, formaria um coração. - Por que... Não faz isso.. - Ele apontou para o símbolo no seu rosto. - Eu tenho certeza que os meninos vão ficar felizes quando ver. - Eu sorri. Era isso, eu adoraria oficializar minha entrada no grupo. Mesmo que seja o grupo mais confuso do mundo.

Ouvi a máquina entrar em contato com a pele do Mikael e ele não expressava nenhuma reação, como sempre. Na verdade, sempre que não estamos sozinhos. Foi rápido para fazer a dele, e agora era minha vez. Estava nervosa e com medo, mas enquanto a máquina furava e pintava minha pele, eu senti a dor e era suportável, mas também é libertador. E passou rápido tanto a do dedo, como a da nuca. Sim, eu fiz o símbolo na nuca, quase atrás da orelha. Enxuguei um pequeno vestígio de lágrima dos meus olhos após me levantar da cadeira.

- Reynold, depois eu trago o que você precisa. - Mikael pegou na minha mão e me puxou rápido.

- Tchau.. - Eu sorri para o barbudo que retribuiu alegre. - Que pressa! - Eu reclamei e ele revirou os olhos me conduzindo até a moto.

- Está com fome? - Ele me olhou, colocando o capacete em mim.

-Sim..

-Então vamos para a irmandade. As pizzas chegam em dez minutos! - Ele montou na moto.

-Mas.. Gastamos bem vinte minutos para chegar aqui! - Eu o encarei.

-Então se segura.

(...)

Chegamos e tinha sido incrível, correr em cima de uma moto é libertador. Tive a sensação de quê poderia ir para qualquer lugar, qualquer lugar do mundo com o Mikael. Assim que chegamos, ele guardou a moto quebrada e os capacetes na garagem. E eu, abri a casa. E me escondi atrás da porta para assustar ele, ou tentar.
Assim que ouvi seus passos, segurei o riso e assim que ele entrou eu segurei com força seu braço. Ele deu um riso fraco e em fração de segundos se virou para mim e bateu a porta com força. E foi andando até me deixar entre ele e a porta. Presa. Eu já estava sem ar, geralmente nunca termina bem quando ele faz essas coisas comigo. E eu gostaria de protestar e dizer: Se vai começar, termine! Mas agora só consigo tentar recuperar minha respiração o encarando. No quase escuro, seus olhos estavam hipnotizantes. Ele deslizou devagar a mão pelo meu braço e eu me arrepiei apenas com esse simples toque. Ele acendeu as lâmpadas e me olhou.

-Eu nem mostrei o efeito..

-Q-que efeito? - Estávamos próximos e a medida que ele se aproximava meu corpo reagia de uma forma, que parecia que era novidade essa aproximação.

-Da tatuagem. - Ele deu um sorrisinho enquanto pegava minha mão e encaixava nossos dedos, formando um coração. - A propósito o símbolo ficou lindo em você. - Ele tirou meus cabelos da frente e beijou minha nuca. E eu estava toda derretida, nem parece o mesmo Mikael mentiroso e grosso que eu tenho gostado tanto. Quando ele voltou para minha frente, eu me aproximei, estava quase o mandando me beijar. Mas ele sempre sabia o que fazer. Me empurrou com força contra a porta e me segurou pela cintura na mesma intensidade enquanto me encarava. Devagar ele aproximou seu rosto lentamente e antes de me beijar deu um sorrisinho, lindo e sexy. Sua boca macia entrou em contato com a minha e sua língua me invadiu e como era bom sentir seu gosto de novo. Sua mão apertava minha coxa e me impulsionou para cima, me fazendo ficar com as pernas entrelaçadas em sua cintura. A medida que ele me beijava o calor percorria todo meu corpo e eu estava o sentindo, de novo, na minha intimidade através da sua calça. Quando alguém bateu na porta e ele parou de me beijar me encarando. Bateram novamente na porta e eu gargalhei.

-Olá, alguém aí? A pizza chegou.

Losin Control (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora