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Após quatro dias depois de ter sido oficialmente expulsa do convento, e não ter contato nenhum com a Joselyn, eu me sentia sem chão. Por mais que, eu sofresse no convento, e sempre senti que deveria sair de lá, não gostaria que fosse nessas circunstâncias.

Me sentei no chão do dormitório e esse seria o primeiro dia que estaria completamente sozinha. Erick precisou ir de encontro aos pais, se não como sua mãe avisou, ele seria procurado e levado a força, não sei o que se passa, mas me lembro bem de um assunto sobre pais controladores. O pai do Lucas veio buscá-lo ontem mesmo, e foi super simpático comigo. Richard sumiu desde o dia que hackeou o notebook da pessoa que me expôs. Não podia imaginar que um rapaz tão "barra pesada", fosse um hacker que está se formando em TI.

Me arrumei sem presa e até cantei no banheiro, estava sozinha de toda forma. Enquanto a água batia no meu corpo eu refletia sobre minhas escolhas, não estava arrependida de nada, mas durante esses dias o "e se..", apareceu na minha mente e eu estou lutando para o tirar. Não importa o que aconteceria se, eu aceitasse tudo o que ela me fez, e continuaria fazendo se de uma forma ou de outra, eu não tivesse despertado. Suspirei pesado. Por que ela sempre foi tão má comigo? O que eu fiz pra ela? Poderia apenas me deixar em qualquer orfanato. Estou sendo, ingrata? Fechei os olhos. Não me importo. Eu só quero viver em paz, mas todas as vezes que eu penso no Mikael, o significado de paz desaparece.

(...)

- Jade, está tudo bem. Pode curtir suas férias, eu estou bem. - Todos os dias ela ligava, sua proteção e cuidado comigo sempre aqueceram meu coração.

- Tá bom! - Ela falou alto demais. - Mas, eu volto uns quatro dias antes das aulas voltarem, assim a gente pode se organizar e ficar um tempo juntas, ok?

- Tudo bem, madame! - Ouvi batidas na porta e então me virei. - Ah tem alguém aqui, te ligo depois?

- Tudo bem, beijos.

- Beijos.

Me levantei sem pressa e peguei a chave para destrancar a porta. E quando a abri não contive a felicidade, nem o sorisso, saltei para cima dele que riu da minha reação. Eu estava feliz demais por finalmente vê-lo. O abraçar. Curiosamente a paz voltou, o engraçado é que a paz para mim parece o motivo da guerra, a paz pra mim parece um furacão que me enlouquece..

- Como você está? - Ele perguntou enquanto ainda estavamos abraçados. Ele me apertava com tanta força, como se estivesse com medo de quê eu fugisse.

- Estou bem Mika.. - Ele me olhou.

- E essas olheiras? - Ele entrou no quarto e em seguida fechou a porta. - Sinto muito por tudo o que você tem passado, eu sei que é por minha causa. - Eu suspirei.

- Uma boa história de amor deve ter seus altos e baixos... - Eu o olhei. - Eu suponho. Nunca vive uma. - Ele deu um riso fraco e em seguida me beijou. Poderia passar minha vida presa em qualquer lugar com ele.

- Vou encontrá-la. - Ele arrumou meus cabelos que estavam soltos. - Ela vai pagar por isso.

- Infelizmente.. - Eu o olhei. - Não sei se é isso que eu quero.

(...)

Estava abraçada com Mika deitada em minha pequena cama de solteiro, enquanto pensava em tudo que tinha acontecido e em tudo o que ele havia me contado, mas a parte mais assustadora, era de como a Alexia simplesmente não desistia e em como ele estava com ódio dela. Tinha medo do que poderia acontecer, caso ela aparecesse em nossas vidas mais uma vez, o que é possível, dado do fato de que ela é louca. Me virei para o olhar e ele já estava me olhando, enquanto alisava meus cabelos.

Losin Control (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora