28. Fuga romântica

123 19 21
                                    

Antes de subir escondida para deixar um bilhete, ligo para Spencer. Só quero falar com ela.

- Alô – ela atende com a voz meio mole.

- Te acordei? – pergunto preocupada.

- Você já sabe a resposta. Mas tudo bem. Porque te amo muito, eu te perdoo.

Então começo a contar a ela sobre o dia que passei pintando o quarto com Austin, e quando chego na parte em que Stephen nos flagrou, ela me interrompe:

- Espera. Então vocês nunca... – ela deixa no ar.

- Não. E pra ser sincera eu acho que ele nunca fez isso com ninguém. Nunca falamos de verdade sobre isso.

- Uau. Só... uau.

- Posso continuar a história?

- Uau – diz ela mais uma vez. – Agora pode.

Ela respeitosamente fica quieta até eu terminar a história. Diz que fica feliz de termos nos resolvido e termos crescido na relação. E quem sabe como pessoas.

Para de chover, para a minha sorte, e volto correndo pra casa. Discretamente vou até o meu quarto, escrevo uma mensagem em um post it e deixo colado na minha porta. Tiro o vestido e coloco uma jeans, uma camiseta de manga cumprida e um sobretudo. E nos pés calço botas.

Sem fazer barulho volto a descer. Pego minha antiga bicicleta na garagem e começo a pedalar noite adentro. A ponte não é longe. Quando era pequena, ia lá com Spencer e jogávamos moedas no lago depois de fazermos pedidos. Também foi meu primeiro beijo com Trend. Não que eu fique pensando muito sobre isso.

Chego a ponte pouco tempo depois. Austin já está lá me esperando. Sinto meu coração acelerar. Ele teve a mesma ideia que eu. Está de bicicleta. Atravesso a ponte rústica de pedras, coberta por lodo, com a bicicleta. A noite está linda, estrelas brilhantes cobrindo todo o céu.

Ele sai de cima da bicicleta azul e eu saio de cima da bicicleta vermelha, e nos encaramos sorrindo por um instante. Corro em sua direção e ele anda na minha, com os braços abertos. Me jogo nele e nos abraçamos.

- Sinto muito – sussurro.

- Também sinto muito. – Austin acaricia meu cabelo.

- Você veio de bicicleta. Nada preguiçoso para um pobretão – faço piada.

Austin me olha sério.

- Muito cedo? – pergunto. Ele não responde. – Ok, muito cedo – concluo.

Ele balança a cabeça sorrindo.

- Me siga.

Sobe de novo na bicicleta e eu também. O acompanho por entre as arvores até chegarmos na frente de uma cabana de madeira. Deixamos as bicicletas e subimos os degraus até a porta.

Por dentro, a cabana é encantadora e rústica. Moveis de madeira maciça, uma pia separando a cozinha de uma pequena sala, bem no cantinho uma escada de madeira que leva a um piso com apenas uma cama, uma cômoda pequenininha com duas gavetas largas, e umas luzes na parede e, se olhar dali para o andar de baixo, vê-se tudo, pois é aberto, não há paredes separando os cômodos. Exceto o banheiro.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Shooting StarOnde histórias criam vida. Descubra agora