9. Ouvi por acaso

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Antes de voltar para meu prédio paro pra escutar atrás da porta. Quero saber o que Peter vai dizer e o que Austin vai responder.

Posiciono a cabeça confortavelmente.

- Você não ia sair com a Sarah? – escuto Peter dizer.

- Eu vou.

- Então o que a Mary-Kate estava fazendo aqui?

- Somos amigos. E ela está me ajudando a saber lidar com isso de garotas ricas.

Peter não diz nada. Talvez a conversa tenha acabado... Não. Austin continua:

- Qual foi a daquele abraço?

- Nós somos amigos também. Conheço ela faz alguns anos. E por que você se importa?

Espera, isso está se tornando uma briga e eu sou o motivo?

- Não me importo. Só estou perguntando. Você gosta dela, ou sei lá? – diz Austin.

Está ficando interessante.

- Ela é muito bonita – fala Peter. – É engraçada, quer dizer, ela tenta. Mas não gosto dela desse jeito. E mesmo se gostasse – acrescenta ele –, acho que ela está a fim de você.

O quê? O que ele acha exatamente que sabe sobre minha vida e meus interesses?

- Acho que não. – Austin ri e dá uma pausa. – Você acha?

- Talvez. Mas isso não importa já que você vai sair com outra garota.

- É, você tem razão.

Tiro a orelha da porta e vou para o elevador. Por azar Liam está dentro dele.

- O que faz aqui? – pergunta ele, olhando o corredor vazio.

- Nada.

Aperto o botão do térreo.

- Kristen e eu terminamos de vez – fala ele sem eu perguntar.

- Sinto muito. – Aperto o botão novamente como se fosse acelerar as coisas.

- Acho que foi melhor assim. Ela já estava me deixando louco.

- É a Kristen. É o que ela faz.

As portas se abrem no andar de Liam.

- A gente se vê – despede-se ele. Aceno. As portas se fecham e eu espero o elevador parar no térreo. Volto para meu quarto e me deparo com Spencer deitada no chão.

- Você voltou. Maravilha. – diz ela se levantando.

- Por que isso é uma maravilha? – pergunto.

- Sua presença ilumina meu mundo. – Sinto sarcasmo.

- Você me acha muito vaidosa, preocupada com o exterior? – disparo.

- O que sobraria pra fazer senão isso? – ela responde como se fosse óbvio. Eu concordo.

- Mas então, você não está louca para chegar sábado?

Abro a boca para perguntar o motivo, mas me lembro da festa.

- Não posso não ir só a essa? – imploro.

- Só se quiser quebrar meu coração.

- Tá legal, eu vou.

Ela corre em minha direção e me abraça. Depois se afasta.

- Que cheiro de perfume barato. – Posso ver as engrenagens girando dentro de sua cabeça. – Você estava com o Allan.

- Primeiro: você deve ter Alzheimer. É Austin. Recomendo que você veja um médico.

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