29. Café da manhã

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O sol me acorda de manhã. Sorrio ao lembrar da nossa noite. Passo a mão nos cabelos castanhos lisinhos de Austin, que estão caídos sobre o rosto. Imagino no que ele está sonhando, pois tem um pequeno sorriso nos lábios.

- Eu te amo – sussurro e beijo sua bochecha.

- Eu também te amo – ele murmura grogue e me abraça.

Levanto bem devagar e coloco a parte de cima do pijama. Olho mais uma vez para ele, iluminado pelo sol, dormindo tranquilamente. Ele é meu, penso, todinho meu.

Na cozinha preparo uns ovos e um suco de laranja. Não sou muito boa nisso, a cara está horrível, mas queria fazer algo legal. Posso acabar matando-o com esse café da manhã. Faço uma careta ao olhar os ovos.

Nem percebo que Austin acordou. Só fico ciente disso quando ele me abraça por trás e afunda o nariz no meu pescoço.

- Bom dia – ele diz, sua voz abafada.

Viro pra frente e lhe dou um selinho. Austin está sem camisa, esfregando os olhos.

- Café da manhã? – pergunta, olhando além de mim.

- Se é que se pode chamar isso de café da manhã – digo amargurada e um arrepio percorre o meu corpo.

- Ah, vamos lá. Não deve estar tão ruim.

- Vou ser a pior namorada se te matar com meus ovos envenenados. Mas lembre-se que prometeu me amar pra sempre. – Aponto o dele pra ele.

- Aí o para sempre vai parecer pouco tempo mesmo.

Nós rimos.

- Vou provar. – Ele senta na bancada.

Austin põe uma garfada na boca e mastiga. Percebo sua dificuldade em engolir, mas ele tenta disfarçar, sorri o tempo todo.

- Pontos pra você pela compaixão. Mas já aceitei. Sou péssima na cozinha.

- Não seja tão dura consigo mesma.

- Tarde demais.

- Está desobedecendo uma ordem direta, srta. Mary-Kate? – pergunta Austin com tom brincalhão, arqueando uma sobrancelha.

- E se eu estiver? – Arqueio uma sobrancelha também.

- Nesse caso, teremos que fazer algo sobre isso – diz ele tentando manter uma expressão séria.

- Você nunca vai conseguir me pegar.

Num movimento rápido, corro escada acima. Com suas pernas longas, Austin me alcança num piscar de olhos. Começo a engatinhar pela cama, mas ele me segura, me vira de frente, e fica em cima de mim, segurando meus pulsos, não forte o bastante pra me machucar. Rimos descontroladamente, tentando respirar ao mesmo tempo.

- É... Você me pegou. O que vai fazer agora?

- Sou um homem misericordioso, devo dizer.

- É mesmo?

- Mas seu crime foi muito grave – acrescenta ele.

- Entendo...

Nos olhamos sem fôlego até que ele finalmente me beija. Era aí mesmo que eu estava querendo chegar. 

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