O sol me acorda de manhã. Sorrio ao lembrar da nossa noite. Passo a mão nos cabelos castanhos lisinhos de Austin, que estão caídos sobre o rosto. Imagino no que ele está sonhando, pois tem um pequeno sorriso nos lábios.
- Eu te amo – sussurro e beijo sua bochecha.
- Eu também te amo – ele murmura grogue e me abraça.
Levanto bem devagar e coloco a parte de cima do pijama. Olho mais uma vez para ele, iluminado pelo sol, dormindo tranquilamente. Ele é meu, penso, todinho meu.
Na cozinha preparo uns ovos e um suco de laranja. Não sou muito boa nisso, a cara está horrível, mas queria fazer algo legal. Posso acabar matando-o com esse café da manhã. Faço uma careta ao olhar os ovos.
Nem percebo que Austin acordou. Só fico ciente disso quando ele me abraça por trás e afunda o nariz no meu pescoço.
- Bom dia – ele diz, sua voz abafada.
Viro pra frente e lhe dou um selinho. Austin está sem camisa, esfregando os olhos.
- Café da manhã? – pergunta, olhando além de mim.
- Se é que se pode chamar isso de café da manhã – digo amargurada e um arrepio percorre o meu corpo.
- Ah, vamos lá. Não deve estar tão ruim.
- Vou ser a pior namorada se te matar com meus ovos envenenados. Mas lembre-se que prometeu me amar pra sempre. – Aponto o dele pra ele.
- Aí o para sempre vai parecer pouco tempo mesmo.
Nós rimos.
- Vou provar. – Ele senta na bancada.
Austin põe uma garfada na boca e mastiga. Percebo sua dificuldade em engolir, mas ele tenta disfarçar, sorri o tempo todo.
- Pontos pra você pela compaixão. Mas já aceitei. Sou péssima na cozinha.
- Não seja tão dura consigo mesma.
- Tarde demais.
- Está desobedecendo uma ordem direta, srta. Mary-Kate? – pergunta Austin com tom brincalhão, arqueando uma sobrancelha.
- E se eu estiver? – Arqueio uma sobrancelha também.
- Nesse caso, teremos que fazer algo sobre isso – diz ele tentando manter uma expressão séria.
- Você nunca vai conseguir me pegar.
Num movimento rápido, corro escada acima. Com suas pernas longas, Austin me alcança num piscar de olhos. Começo a engatinhar pela cama, mas ele me segura, me vira de frente, e fica em cima de mim, segurando meus pulsos, não forte o bastante pra me machucar. Rimos descontroladamente, tentando respirar ao mesmo tempo.
- É... Você me pegou. O que vai fazer agora?
- Sou um homem misericordioso, devo dizer.
- É mesmo?
- Mas seu crime foi muito grave – acrescenta ele.
- Entendo...
Nos olhamos sem fôlego até que ele finalmente me beija. Era aí mesmo que eu estava querendo chegar.
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Shooting Star
Teen FictionMary-Kate tem um segredo: ela trapaça. Não fica por aí se perguntando "como teria sido"; apenas faz de novo e descobre. É, ela pode fazer isso. E ninguém nunca notou suas pequenas e inofensivas mudanças... até agora.