Ela! Criança da noite!
Invadiu-me os íntimos devaneios.
Dama de sublime forma aracnoide!
Presente no campo íntimo a Freud.
Ínfima assassina de receios!
Bailava sublime em meu tórax,
Sua dança quelicérica e fiandeira,
Arrastando o peludo cefalotórax
Sob sua sublime estrada de teia!
Maldita! A predadora cor-marrom,
Sedenta pelo meu crânio, e escalpo.
Perseguindo-me com seu silvestre dom,
Ao me desejar com seu pedipalpo!
Adentrou minha boca, a alma minha.
Envenenou-me a epiglote e a laringe,
E com os pelos de suas perninhas,
Sufocou-me, a octópode esfinge!
Megera dos diabos!
Rainha artrópode da matança!
Sem ar, sem cor, olhos se revirando -
Eu morria! - E a maldita dançando
Em minha garganta a derradeira dança!
Ofegante, delirante e a morrer!
Com uma aranha na garganta,
O que diabos se pode fazer,
Senão se afogar em desesperança!?
AH! E quando próximo a aguardada morte,
Esperando pelo crepuscular ato;
Expirei! Maviosamente aliviado.
Onde estava meu carrasco?
Que me condenou em seu veneno vil!
Ai de mim!
A aranha simplesmente sumiu!
Ainda em espanto, recupero-me da asma
Inspiro, expiro, inspiro...
Expiro, inspiro, expiro...
Indubitavelmente vivo,
E livre da aranha fantasma!
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Um Jardim no Inferno - Antologia Poética
Poesía"Onde se plantaram tantas flores do mal nasce um Jardim, e onde se vivencia o torpor máximo do sofrimento se encontra o Inferno. Dito isso, o que é o Jardim no Inferno senão uma antologia de sofrimentos?". Trecho retirado do prefácio do livro. Insp...