VI - Elegia Escrita Nas Estrias de um Cadáver Obeso

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Que lástima ocorrera! Que tristeza!

A morte, doce mulher, te levara;

Levara tua bonomia, levara tua beleza!

Algo em teu cadáver restara?

Teus pulsos, mulher, sangram ainda! Mas

Teus pulsos, mulher, não pulsam mais.

A lágrima é visível no teu rosto e

O desmazelo, percebo, foi teu desgosto.

Cadáver de mulher, que tirara a própria vida

Por não gostar de si mesma!

Ah mulher! Não te falaram de tua beleza?

Ah mulher! O mundo te injustiçou!

Escarniou teus traços e linhas.

E nada. Nada de tí restou!

O Deus da Beleza, abantesma;

Te maltratou, te persuadiu!

E você, a Morte preferiu

À aceitar a sí mesma!

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora