Guardava no torso um negro coração,
Pincelado com Azul da Prússia.
Estava triste, soluçava e tossia.
Rezava para Satanael reaver-me a mansidão!
Meu anjo-da-guarda então apareceu,
D'um semblante tão sacro e belo.
Brevemente livrei-me do auto desmazelo;
- A que devo essa luz em meio ao breu? -
- Dessa escuridão, meu protegido, livrar-te-ei! -
O anjo entregou-me um gume afiado.
- Com esta lâmina, anjo, não sei o que farei. -
- Meu protegido! À vida não estás fadado! -
Naquele momento compreendi a existência.
A lâmina sussurrava-me em obsidio,
Palavras de crepuscular decadência.
Ai de Mim! Meu anjo convidou-me ao suicídio!
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Um Jardim no Inferno - Antologia Poética
Poesia"Onde se plantaram tantas flores do mal nasce um Jardim, e onde se vivencia o torpor máximo do sofrimento se encontra o Inferno. Dito isso, o que é o Jardim no Inferno senão uma antologia de sofrimentos?". Trecho retirado do prefácio do livro. Insp...