III - Elegia de Traição, Decepção e Inimizade

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"O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja."

Versos íntimos. Augusto dos Anjos,

Meu peito agora arde em langor

A dor da inimizade e da decepção.

Da maldita - tão maldita traição -

De quem já me foi um amor!

Ah! Megera dos diabos! O que te fiz?

Para merecer tamanha danação.

Para ti, mulher, fui como um irmão,

E em meio seio fráguas outra cicatriz?

Tu pisaste em mim! Escarniou meu sentimento.

Lilith maldita, Astaroth infernal!

Enquanto eu te prometi o amor como tal,

Mais uma vez machuca-me cá dentro!?

Todos os abraços e as palavras tão belas,

Percebo agora, foram mentiras singelas;

Pois nunca houve sincero sentimento entre nós.

Ah! Garota! Co'a loucura estou ao desalento,

E com a tristeza estou a sós!

Tu és a pior das cobras, a víbora maldita!

Esperando e mentindo por tanto tempo

Tão somente para deixar-me esta ferida!

Tu és como um vampiro, ou pior senão,

Sugou todo meu amor, e toda a minha paz,

E me deixou com feridas no coração!

Ah! E cinicamente ainda pede desculpa vã!

Tu, demônio, súcubos dos infernos,

Que tem a cara angelical, somente para

Esconder essa tua face de satã!

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora