IV - O Monstro que Estalava

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Às duas e cinquenta e cinco da manhã,

Do dia dezenove de abril,

Um monstro, ou arauto de satã,

Na minha presença, surgiu.


Eu estava na sala de minha casa;

Tlec tlec tlecs... ouvi estalos.

E latiram os cachorros sem raça;

Tlec tlec tlecs... Àquela coisa dos diabos...


Procurei os estalos, o som eu persegui.

Tlec tlec tlecs, a coisa estalava

Como se ossos quebrassem ali;

Tlec tlec tlecs a coisa me assombrava.


Uma porta e um portão abri;

Tlec tlec tlecs, a coisa estalava.

Na rua pouco iluminada, nada vi;

Tlec tlec tlecs a coisa estalava.


Tlec...

   tlec...

      tlec... A coisa estalava.

Tlec...

   tlec...

      tlec...

A coisa estalava.


Olhei para o outro lado.

   T l e c

      t l e c

C R E C K!

A coisa lá estava...

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora