Consumou-se o primeiro mês
Sem o altivo narcótico meu.
Um'outra vez, cá estou eu
Na tortura da abstinência!
Crepúsculo de ébria decadência,
Eu roo as unhas, e não
Consigo dormir, adquiro
Tics, tacs e toques;
À morte escrevo infindas odes, e
Questiono se há algo a auferir,
Dessa prisão da minha mente,
Sentimento de vício imprudente.
E me vejo obrigado a admitir:
Eu preciso disso!
Eu morro sem isso! E sem isso
Da vida me sinto desconexo.
Usando-a, me sinto como Deus,
Dopamina, Música e como o Sexo!
Sem minha droga o que sou?
Triste, depressivo e suicida,
Inseto amedrontado a pesticida.
Cego, sem saber onde estou!
Se um'outro mês passar assim,
Sabe-se lá o que será de mim.
A vontade será da morte o prelúdio,
Pois eu vou consumar meu suicídio!
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Um Jardim no Inferno - Antologia Poética
Poesia"Onde se plantaram tantas flores do mal nasce um Jardim, e onde se vivencia o torpor máximo do sofrimento se encontra o Inferno. Dito isso, o que é o Jardim no Inferno senão uma antologia de sofrimentos?". Trecho retirado do prefácio do livro. Insp...