I - Minha Treva

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Brilham! Brilham as estrelas!

O cosmos, os satélites e planetas!

Brilham! Todos estão brilhando

O brilho da luz que ainda vem. Espere!

Não deveria eu brilhar também?


Todos têm motivos para brilhar!

E brilham! Brilham sem parar!

Mas qual seria o motivo meu?

Se a luz que havia em mim,

Há muito. Muito morreu.

E tudo. Tudo se apagou...


Eu não brilho, e nem quero brilhar!

Pois sou treva, escuridão e azar.

Sou o vazio, a ausência, o medo.

Eu sou o Nada, eis o meu segredo!


Enquanto brilham, eu sou o apagão.

E tendo eles a luz para mostrar,

Eu mostro tão somente minha escuridão,

E se a luz deles te cega então,

Minha treva te faz perder o medo do escuro.


Minha treva é o aconchego seguro, é

A noite calma que te acolhe no verão.

Minha treva é sublime mansidão,

Minha treva é minha paz e meu coração!


E se a luz falhou em mim o cintilar,

Quem sabe, co'a minha treva

Eu possa enfim brilhar!

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora