Brilham! Brilham as estrelas!
O cosmos, os satélites e planetas!
Brilham! Todos estão brilhando
O brilho da luz que ainda vem. Espere!
Não deveria eu brilhar também?
Todos têm motivos para brilhar!
E brilham! Brilham sem parar!
Mas qual seria o motivo meu?
Se a luz que havia em mim,
Há muito. Muito morreu.
E tudo. Tudo se apagou...
Eu não brilho, e nem quero brilhar!
Pois sou treva, escuridão e azar.
Sou o vazio, a ausência, o medo.
Eu sou o Nada, eis o meu segredo!
Enquanto brilham, eu sou o apagão.
E tendo eles a luz para mostrar,
Eu mostro tão somente minha escuridão,
E se a luz deles te cega então,
Minha treva te faz perder o medo do escuro.
Minha treva é o aconchego seguro, é
A noite calma que te acolhe no verão.
Minha treva é sublime mansidão,
Minha treva é minha paz e meu coração!
E se a luz falhou em mim o cintilar,
Quem sabe, co'a minha treva
Eu possa enfim brilhar!
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Um Jardim no Inferno - Antologia Poética
Puisi"Onde se plantaram tantas flores do mal nasce um Jardim, e onde se vivencia o torpor máximo do sofrimento se encontra o Inferno. Dito isso, o que é o Jardim no Inferno senão uma antologia de sofrimentos?". Trecho retirado do prefácio do livro. Insp...