Pode relaxar que isto não será rotina! Como você pode já ter notado a partir de agora a história será narrada pelos próprios personagens. Se me aturou até aqui, meus parabéns! Voltemos para o momento onde o nosso príncipe será levado até o suspeito professor!
— Então, suponho que eu tenha que achar o caminho sozinho.
A criada se recuperou do choque, e seguiu silenciosamente por entre os corredores até a tão dita sala do professor.
O som dos sapatos de madeira ecoavam pelos altos corredores, a servente alargava seus passos como quem quer aumentar a distância diante de um perseguidor. Fito calmamente as costas bordadas do vestido da criada, que causava arrepios por todo o corpo da serviçal, infelizmente para ela enquanto ela aumentar sua velocidade eu farei o mesmo.
Os passos da criada camuflavam meus passos leves, estando sempre escondido na sombra da servente em sua perspectiva provavelmente parecia que ela estava sendo seguida por um fantasma.
Ela soltou um suspiro de alívio quando avistou a porta de carvalho com o nome de Rômulo em letras douradas e se afastou apressadamente depois de um cumprimento respeitoso.
Encaro o nome gravado na porta. E suponho que estou mentindo tanto estes dias que minhas mentiras estão virando verdade. Vejamos de qual forma posso me aproveitar da situação atual.
Ao abrir a porta notei que o local era como uma mini versão da biblioteca, ainda que diferente.
As estantes eram decoradas com ouro, os livros eram todos novos e bem cuidados.
Os raios de sol que vinham da janela aberta faziam a sala passar uma sensação de refrescante, acalmadora, e para o meu desgosto, brilhante.
Um homem alto e bem-vestido das cores da bandeira, estava sentado em uma poltrona ao lado da janela enquanto todo seu ser parecia perdido entre as páginas do livro que lia. Seus cabelos castanhos com alguns fios brancos pareciam brilhar a luz do sol.
Eu não estou exatamente no humor para ser ignorado, olho para um dos mapas na e mesa limpo a garganta enquanto o espero o pacientemente que o homem de olhos verde-água me notasse.
O homem se atrapalha com o barulho repentino, lançando o olhar assustado por todas as direções antes de finalmente me encontrar em um dos cantos sombreados do quarto.
Ele se levanta e depois rapidamente se curva em respeito antes de se declarar.
— Oh! Mas a que devo honra de finalmente receber vossa Alteza em meus aposentos? — Exclamou Rômulo enquanto abre um grande sorriso comercial no rosto.
— Me desculpe o tom rude, vossa magnitude, mas infelizmente não vim por que preciso de seus ensinamentos, mas sim em busca de um bom conselheiro. — Retruco.
— E que conselhos este simples homem pode dar? — Respondeu o sujeito tentando me agradar.
— Infelizmente, não está nem nos livros, o que um príncipe deve fazer, assim como um padeiro, aprende com seus antecessores, hereditariamente e oralmente como exercer sua profissão. Vim buscar os conhecimentos de alguém mais experiente, mais especificamente busco mais sobre a profecia. — disse talvez com o tom um pouco arrogante demais.
— E o que te faz acreditar que eu seja apto a responder isto? — respondia Rômulo já se cansando da minha enrolação.
— Na porta de seus aposentos está gravado o nome Rômulo Wohtinger, que por coincidência é muito parecido ao da família do primeiro rei de Castela apos a morte do herói, Arthur Wohger.
— Vossa Alteza incita que eu seja um Espião? Ou até mesmo parte da realeza inimiga? E que por tal especulação? Me permita dizer que cresci e aprendi tudo o que sei em vossas terras e nunca as abandonei. Se me deve o direito de ser rude, estaria Vossa Alteza, por algum acaso me fazendo de bobo, ou tens segundas intenções contra vossa pátria? — Inquiria o homem como um ator de teatro reagindo a uma acusação de assassinato.
— É sim, muito rude de sua parte fazer especulações por conta própria. Te acho digno pelo fato que parece ter uma boa visão dos dois lados da história e uma longa experiência no que se deve a assuntos políticos. Além disso, estou sempre atento as notícias que correm na corte e ouvi de uma serviçal que o senhor tem o estranho costume de soltar pombas a noite que por alguma coincidência voam em direção à fronteira. Que desculpas o senhor tem contra meus argumentos? — É bom que ele não tenha nenhuma, pois caso contrário, eu só terei me metido em mais sarilhos.
— Bem, vejo que os rumores sobre vossa inteligência são reais, vossa alteza tem um bom ponto, mesmo que um tanto quanto equivocado, se me permite dizer. Vossa alteza precisa de informação sobre a atual situação de Castela, para assim tomar vantagem da mesma? — Rômulo estava surpreso, mas não assustado, mesmo assim ainda uma pequena chance que eu possa me livrar de toda essa confusão se eu o pressionar um pouco.
Ele provavelmente já havia ouvido rumores absurdos sobre meu respeito, como o rumor de que o sei tudo o que aconteceu no passado e que poderia com precisão dizer o que aconteceria no futuro.
Claro, que de início ninguém acredita, aliás, em sua primeira, e única aula comigo, provavelmente parecia um tolo desinteressado nos poderes do conhecimento.
Essa imagem que ele tinha estava lentamente a mudar.
Não tenho um conhecimento muito vasto, mas sei usá-lo em meu favor.
— Muito pelo contrário meu caro professor, porque tentaria tomar vantagem de terras distantes, quando possuo ao toque de minhas mãos, algo muito mais valioso? — Interrogo-o com um sorriso sarcástico.
— Então o que vossa alteza pretende fazer, se tornar um traidor?—Questionou Rômulo.
Ele está realmente tentando manter este disfarce irritante? Sem almenos ter ideia que eu, mesmo que sem querer, já revelei sua verdadeira identidade ao rei? Bem torçamos para que ele pare logo com isso se eu forçar a barra.
— Não precisa mais fingir, já disse que sei quem você é. E cooperarei com qualquer proposta desde que seja vantajosa para mim.
— E quem sou?
Agora esta foi irritantemente clichê o que ele espera ganhar com isso?
— Pare de negar, isso já está ficando chato. Vamos chegar a um acordo ou não? - Disse já perdendo a paciência.
A cena de um garoto de 5 anos fazendo bico e falando em um tom extremamente egoísta, definitivamente fazia sua primeira ação ser reprimir o menino e mostrar-lhe o significado da palavra repeito.
Para sua infelicidade a pessoa com que ele falava era o príncipe de sua suposta nação e quem tinha a maior vantagem sobre a situação atual. Eu. Então abra essa boca e fale as palavras que tanto quero ouvir!
— Sua Alteza, entendo sua posição, mas se isso é um acordo, então acredito que deve haver entendimento e compreensão de ambos os lados, e por esta causa, não há razão para a sua exaltação. — Ter que agir cauteloso para satisfazer o ego de uma criança mimada, estava realmente acabando com ele, mesmo assim ele manteve a compostura.
— Quais seriam os termos de tal acordo? — Indago, interessado no assunto.
Pelo jeito Rômulo havia enchido o meu poço de arrogância muito mais cedo do que o esperado, ele abre um sorriso comercial novamente e continua a falar.
— Se me for permitido, gostaria de um pequeno favor em troca de suas respostas sobre a profecia e mais qualquer outra. — Contestou o professor com um tom cauteloso.
— Que favor seria este?— Retruco, a algo de suspeito nesta conversa.
— Gostaria que vossa Alteza respondesse honestamente uma de minhas perguntas, somente isso nem mais, nem menos, qualquer coisa adiante sera tema de outro assunto.— Explicou Rômulo calmamente como quem não quer nada.
— Me parece um bom acordo, qual seria a pergunta? — Replico curioso. Aliás, quem diria? No final os limões eram laranjas exóticas que dão o mais refinado suco!
— Se vossa majestade tivesse meios de mudar algumas coisas sobre nossa atual situação política e o poder de convencer um grande número de pessoas a seguir seus ideais, o que faria?
Logo percebo as intenções das palavras de Rômulo. Tenho uma leve sensação de que minhas palavras estão prestes a determinar a queda de Kreg. Mas pode ser só minha arrogância mesmo.
— Mas é claro que,
VOCÊ ESTÁ LENDO
Herdeiros de Theia
Ficción históricaAlamex tem somente 5 anos, mas este pequeno gênio não se importara em destruir algumas vidas pela própria paz. Prince não passa de uma criança, o único que fará de tudo para deter um pequeno ditador cruel de assumir suas terras. Essa historia é um r...