Olhos laranjas e vermelhos

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No extremo norte de Castela podemos achar muitos pontos interessantes.
A principal e única entrada para o  oceano ártico no leste, o porto de Camelot.
Às três belas, brancas e nunca cruzadas ou escaladas por qualquer ser vivo, as montanhas da nevoa no norte.
A floresta onde o grande profeta foi visto pela última vez, no oeste. Para o sul corria o majestoso rio das montanhas da nevoa, o segundo maior rio da ilha de Castela.
No centro, entre o rio, as montanhas e a floresta, a capital, um lugar alegre e grande.
Casa do fundador de Castela e do atual rei.  Fundada a menos de cinquenta anos ou duas gerações, ela possuía seu próprio porto e três muralhas.
Uma fortaleza que sozinha resistiu ao ataque de uma nação inteira, para no futuro virar capital de uma nação.

E na torre mais alta deste enorme castelo, chorava um pequeno príncipe.
Gritava e soluçava, propositalmente. Para que o vento levasse seus lamentos aos ouvidos de alguém que pudesse socorre-lo.

Estes chegaram obviamente ao seu Salvador, que infelizmente estava preso em aulas de inglês. Tudo que Lion podia fazer era continuar escutar o choro do príncipe e se perguntar sobre a causa.
Pouco antes da aula acabar, o choro para, para o alívio de muitos, e preocupação de outros.
A próxima aula era esgrima com um renomado general para todos os nobres da capital.
Para a felicidade de Lion, entre os alunos estava o pequeno príncipe.
Como nobre recém intitulado, esgrima era algo totalmente novo e extremamente difícil. Felizmente essa era a especialidade de Prince.

Como se para responder o que teria parado o choro do príncipe, Moli casualmente entra no pátio onde todos os outros cadetes já estavam alinhados, como pequeno príncipe em seus  braços. Ele já tinha quase seis anos e era maior que a maioria das crianças de sua idade. Mas o mesmo podia se dizer sobre a força e dedicação de Moli ao pequeno.

Penosamente o príncipe abandona o abrigo dos braços de sua cuidadora e ainda com olhos vermelhos se junta aos outros cadetes. Sobre o rígido olhar de Moli o general não se atreve a reprender Prince pelo atraso e se apresa em começar a aula.

Depois de Prince, Lion era o segundo mais novo da turma, isso também o fazia o companheiro mais adequado para Prince. Enquanto davam voltas no pátio os garotos passavam pelo jardim do castelo e pelos estábulos, o que lhes conferiam alguns minutos fora da vista do general. Está ocasião era quando Lion aproveitava para fazer quantas curtas perguntas seu fôlego permitisse. O resistente príncipe costumava ser capaz de respondê-las pelos longos minutos da extensão do jardim sem dificuldade.
Mas este dia foi diferente, quando Lion perguntou a Prince o motivo de sua revolta. Prince respondeu em um Ton fraco e melancólico.

— Do- do que importa agora? Vo- você não veio quando chamei pe-pelo seu nome.- Lion podia notar que o tempo que passará gritando havia exaurido todas as forças do garoto, deixando-o exausto. Mesmo que se sentisse culpado, Lion sabia que não podia ter
Tomado outra atitude e no momento não tinha fôlego suficiente para responder Prince.

— Sinto muito. - Disse Lion antes que as altas árvores do jardim se acabassem.

Os dois passaram o resto do caminho em silêncio.

Ao chegar de volta ao pátio, troncos de variados tamanhos estavam alinhados na mesma forma que os aprendizes normalmente ficavam.

Cada um pegava uma corda e amarrava o tronco nas costas, eles deviam carrega-los pelo castelo até a segunda muralha e depois voltar. O general confortavelmente se sentava em uma cadeira e esperava os cadetes voltarem. Os troncos de Lion e Prince eram os menores, mesmo assim, Lion recebia um menor do que o de Prince que não passava de um metro menor do que o resto dos outros troncos.

Normalmente isso seria proporcional a força do príncipe, mas Lion sabia que naquele dia ele não seria capaz de arrastar o tronco por todo o caminho.

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