Me fizeram sair do confortável colo de Naukar para me sentar na mesa na frente daquela coisa malvada!
Estou igual um professor que dá aula para alunos muito esforçados e que prestam atenção em qualquer coisa que eu falo. Horrível! Fugi de uma aula para dar outra! Mas agora eu, sei mais!
A manhã foi ótima, aquele cara tinha sido expulso do castelo então eu tinha toda a atenção de Moli para mim.
O café da manhã estava gostoso e o dia bonito! Daí eu me lembrei que hoje era treino de esgrima.
O velho general descontava sua frustração de não poder ver seu próprio filho na gente! Eu também queria me encontrar com Ronald, mas minhas costas doem até agora por causa do treino! Ele mal prestava atenção na gente. Corremos por uma hora até ele reparar que ainda estávamos ali! E os troncos! Os carregamos duas vezes, pois jurava que ainda não tínhamos carregado! O treino de esgrima seria um desastre, por isso fugi!
Os guardas de armaduras pesadas nunca conseguem me alcançar! Mas mesmo distraído o general quase, pôs as mãos em mim!Agora estou seguro até a hora do almoço, mas preciso contar uma das velhas histórias de Ronald.
Ei! Não parece mais tão mal. Minha platéia não é muito amigável, mas eu já estava com saudades dessa história mesmo.
- Por quanto tempo pretende ficar me encarando e resmungando? É um hábito? - Uma voz infantil do ser com cara de velho me acorda das minhas fantasias.
- Argh! Olhos vermelhos! Porque um garoto tão malvado chama tanta atenção?- Digo agora de volta no mundo real.
- Eu posso te ouvir sabia? Por favor, comece a discursar de uma vez. - A voz era calma, como a calma ordem de um professor. Isto! Estou fazendo uma redação a um professor e Naukar, mais nada. Respiro fundo e forço a memória para conseguir as exatas palavras ditas por Ronald.
- Ah... bem, por onde devo começar? Ronald me contou que era inverno, qualquer criança ou velho abandonado do lado de fora das habitações não sobreviveria muito mais do que algumas horas, se estivesse nevando ou chovendo, não mais do que alguns minutos. Ele ainda não era um cidadão de Castela, vivia na zona neutra. Por isso, sua família não recebia alimentos no inverno e além de frio eles passavam fome. Um dia seu pai achou um bocado de lenha, pouco demais para vender, mas suficiente para acender uma pequena fogueira e...
- Chega de enrolação! Narraras todos seus dias de pobreza ou dirá algo de útil? - Interrompe e quebra minha concentração.
- Eu me esforcei tanto para te contar uma das minhas histórias favoritas e você diz que ela é inútil? - Estou irritado! Esse cara é irritante!
- Quantas vezes devo explicar a esse minúsculo cérebro que não quero nenhuma cantiga de ninar, mas somente que me passe uma maldita pista. - Continua sentado olhando pro nada, mas ele está perdendo a paciência, me subestima e ainda tem inveja.
- Pistas, conhecimento, tudo para que possa manipular o mundo para encontrar a própria versão distorcida de paz!- Digo alto para que não só ele mas também para que Naukar e qualquer outro por perto me ouvisse.
- Melhor que passar os anos, treinando para algo que nunca poderá ser. - Ele se levanta da mesa. Só tem ironia no rosto. Desfrutasse da discussão!
- Pois prefiro ser punido pelo general a ficar mais um segundo aqui! - decido e começo meu caminho em direção a saída. Ele pediu por isso!
— Não ouse sair por esta porta sem me responder! - Perdeu a compostura e está gritando, mas não como uma criança, como uma adulto que dá ordens.
— Ou o quê? Sempre agindo como se fosse um adulto, às vezes esquece que tem a mesma idade que eu! — Seguro as lágrimas. Não posso deixar ele ver.
— Podemos compartilhar idade física, mas não ouse comparar minha inteligência a sua! - O tom continuava o mesmo. De orgulho ferido, quer me machucar também. Doí.
— Para a sorte de ambos, há alguém nesta casa com autoridade para os parar. — Naukar era sempre calma, mas, rígida e clara para se sobressair aos nossos gritos. Volto a me acalmar. Porque ela insistiu que eu contasse a história?
— Naukar, porque defende ele? — Me sinto só.
— Ele não está errado, não significa que você esteja. Mas ele tem o direito de saber, assim como você tem o direito de não querer contar. Mas não possui o direito de manter segredo, sabe disso. Aliás, tenho impressão que Rômulo já lhe contou esta história, e não te trará nenhuma pista se pequeno príncipe a ditar para você — Ela fala enquanto acaricia meu cabelo e me leva de volta a mesa, tomo seu lugar.
Naukar sempre vê a situação toda e assim todas as decisões mais inteligentes. Aprendi muito com ela. Na frente da mesa ela declara — Pois, agora cabe ao pequeno príncipe acabar de contar a história de sua própria perspectiva.
— Ei? Quando eu fui envolvido nisto? Porque devo?
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Herdeiros de Theia
Ficção HistóricaAlamex tem somente 5 anos, mas este pequeno gênio não se importara em destruir algumas vidas pela própria paz. Prince não passa de uma criança, o único que fará de tudo para deter um pequeno ditador cruel de assumir suas terras. Essa historia é um r...