IX-Kreg o reino dos ardilosos

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O salão era imenso e as lamparinas não eram suficientes para iluminar todo o espaço, mas estava tão lotado que ainda se podia ver as silhuetas dos nobres nas arquibancadas e ouvir seus sussurros.

O centro do salão estava vazio, mas todos presentes observavam o local atentamente. Logo em seguida as portas do centro da sala se abrem e alguém entra no salão escuro. Os nobres se silenciam conforme a figura se movia para o centro mais escuro do salão.

No topo mais iluminado do quarto estava uma figura autoritária vestida nas cores da bandeira de Castela e com seus cachos dourados era facilmente reconhecido como o rei daquelas terras.

Esta mesma figura se levantou de sua cadeira e se dirigiu até a borda das arquibancadas mais iluminadas antes de se pronunciar:

— Acusado de conspirar contra nossa pátria e sobre suspeita de outros variados crimes como suborno e falsificação de identidade, além de ser atualmente um prisioneiro de guerra. Mesmo assim, com a autoridade que me foi conferida proponho que o acusado explique todas as suas ações tomadas pelos últimos 2 anos, para somente então o considerarmos realmente culpado e começar com o julgamento. O acusado terá um total de uma hora para tentar nos convencer que tomou as atitudes corretas. A partir de agora o acusado tem o direito de se pronunciar, por favor comece com o mês antes do início da guerra.

A figura misteriosa levanta a cabeça na direção do rei e começa a falar:

— Bem, agradeço muito a oportunidade de me pronunciar, infelizmente não há muito o que contar sobre o mês antes da guerra.

Agora podia se notar que sua estatura era muito baixa em comparação a medida e sua voz assemelhava-se a de uma garota. Mesmo que os sussurros tivessem voltado as arquibancadas a figura rapidamente voltou ao seu discurso:

— Estava iniciando minha "viagem de aprendizado prático", por motivos pessoais e como uma das minhas muitas obrigações como jovem nobre eatva viagando de metropole para povoado embusca de boas blibliotecas. Por conta, disso posso descrever bem o que vi nos campos. Muito dos aldeões já não se importavam mais no que se dizia sobre política. Estavam ocupados demais tentando sobreviver nos campos gélidos daquele inverno. Por esta causa, não houve nenhuma grande comoção quando a ordem de recrutamentos chegou a seus ouvidos.

Como opozitor ao  modelo de governo de Kreg posso afirmar com certeza.

Isso era algo já esperado por muitos e até onde vai os meus conhecimentos isso era algo desejado.

Aliás, os únicos plebeus que a nobreza se preocupava em alimentar eram os soldados!

Se você fosse um nobre estaria ocupado com a guerra. Se fosse um plebeu estaria a tentar se alistar como soldado. Assim correu na de metade daquele mês.

E eu, estava a coletar informações sobre o estilo miserável de vida de minha odiavel  pátria.

Mas na terceira semana notei um novo motivo por trás da comoção na periferia.

Uma notícia que fazia até mesmo o mais ranzinza dos fazendeiros ficar de boca aberta.

Os comerciantes haviam contratados mercenários estrangeiros suficientes para um golpe de estado, se eles o usariam para tal ou não, ainda era um mistério.

Até mesmo os soldados estavam prontos para mudar de lado assim que o golpe começasse.

Cozinheiros pensavam em envenenar a comida dos lordes.

Marceneiros afrouxariam os parafusos das suas carroças.

Era uma verdadeira revolta e pode perguntar para os mesmos e eles o dirão, o estado inteiro era uma bomba-relógio.

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