V-A revolta do príncipe

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Um fato conhecido, é que Kreg tinha um terrível sistema de governo para qualquer um que não tivesse sangue nobre.

Miseravelmente, pobres, analfabetos e fracos, tudo o povo podia fazer era sofrer em silêncio.

Isso, até uma certa notícia começar a se espalhar.

Uma carruagem estava a viajar pelos campos e nela estavam dois nobres que ofereciam dinheiro àqueles que se opusessem aos nobres cobrando somente um pequeno "favor" futuramente.

Como os nobres não davam a mínima para as novidades que vinham dos campos, nada era interrompido ou questionado.

As primeiras mudanças notáveis foi o humor dos cidadãos. Mesmo que com desconfiança os aldeões não perderiam a chance de investir o pouco de esperança que tinha em algo que lhes parecia tão convincente e que lhes trazia prazer somente de pensar que poderia ser verdade.

Alguns meses depois de receberem dinheiro, o "favor" começou a ser cobrado. Cada um dos comerciantes e fazendeiros deveria baixar 2 por cento do preço de seus produtos.

Em pouco tempo, o resultado podia ser visto por aqueles que viviam na periferia.

Com o preço dos produtos reduzido, o poder de compra aumentou, os produtos venderam mais. Como consequencia precisava-se produzir mais, e para isso a demanda por força de trabalho aumentou e os trabalhadores tinham que ser mais bem pagos. Então mais trabalhadores migravam para as cidades da carruagem.

Com esse loop infinito de expansão comercial, ou seja, um ganha ganha para os pobres e uma distorção da minha mesada, economias e qualquer investimento em conforto básico.

Isso irrevogavelmente não era um feito tão fácil de se alcançar quando se parecia.

Principalmente se você estivesse acostumado a uma vida luxuosa e, repentinamente, fosse tirado dela. Pensou que eu fosse a irritante da narradora? bem o querido leitor esta erado, sou Zadikiel em carne e osso, ou o que sobrou deles.

Estou sentado e encostado na janela dessa maldita "carruagem", tentando pelo menos, apreciar minhas únicas duas horas de descanso do dia.

Pelos últimos 6 meses ela foi o único lugar que tive para dormir, comer e me abrigar do sol. Sendo carregado de aldeia a aldeia, proclamando o mesmo discurso repetidamente, e assinando contratos cujos termos eu não conhecia, e o pior de tudo foi fazer isso sobre a luz do dia! Em outras palavras, brincando de ser marionete de um certo alguém.

Se as condições do trabalho fossem melhores, até estaria curtindo o passeio.

Mas devido a todo o "investimento", nossos fundos são extremamente limitados.

Isso é, somente uma refeição fria por dia, 4 horas de sono ( em uma carruagem que balança mais que um barco), condições extremamente precárias de higiene e longas noites, frias e assustadoras.

Jogo meu corpo sobre os assentos livres e meus pensamentos começam a ficar turvos.

Eu me sentia caindo no nada, não podia ver nem ouvir, mas ainda sentia meu corpo, de alguma forma menor que o habitual, se mover em uma única direção, que provavelmente seria o chão.

Relaxei e esperei o impacto sem mais escolha.

Não ouve impacto, eu senti meu corpo tocar o chão, mas não havia dor.

Eu ainda não podia me mexer.

Mas agora podia ouvir.

Mais alguem caiu comigo, ouvi o som de um segundo impacto, mas assim como o meu foi abafado como uma queda leve de um corpo pequeno.

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