Capítulo 72

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- Ela vai estragar tudo. - Murmurou, nauseada, enquanto ele lhe embalava calmamente

- Não vai. Eu não vou deixar. - Prometeu, com a boca no rosto dela.

- Eu não quero ficar aqui. Me deixe ir embora, Evans. Por favor. - Implorou, encarando-o.

- Shiii... quieta. Você fica, eu já disse.

Naquela época as mulheres realmente deviam obediência aos maridos. Se Evans dizia a Scarlett que ela ficava, ela não tinha poder suficiente pra desafia-lo e sair dali, como era sua vontade.

- Sabe dançar? - Perguntou, sorrindo de canto, encarando ela. Scarlett fez uma careta, confusa. Era claro que sabia.

Não deu tempo de Scarlett responder. A música se agitou, e ele rodopiou elegantemente com ela, que o acompanhou. Ele riu da cara debochada dela.

- Ridículo. - Acusou, erguendo a sobrancelha.

- Linda. - Elogiou de volta, sorrindo. Os dois rodopiavam elegantemente pelo salão. Scarlett resolveu entrar no embalo, e em um timbre da canção, inclinou gentilmente a cabeça pra trás, entrando na dança. Evans sorriu.

- Eu odeio a segurança que você me passa. - Admitiu, olhando-o. Evans se afastou dela, ainda segurando sua mão. Scarlett rodopiou, se envolvendo no braço dele, e por fim ficou com as costas no peito do marido, com o braço dele em volta de sua cintura. Os dois se embalaram assim.

- Não deveria. Sou seu marido. - Murmurou no ouvido dela, e ela se arrepiou. Adorava o som da voz dele, principalmente quando ele falava que era marido dela, de forma possessiva, rouca, dominadora e protetora.

Evans pegou a mão de Scarlett e girou ela, dando a cortesia da dama na dança. Em seguida se abraçaram novamente, como no inicio da canção.

- Rose está adorando nos observar. - Disse, ao identificar a filha, que estava no colo de Mark, sentado a mesas de distância. A menina tinha um sorriso inocente no rosto. Gostava de ver os pais juntos.

- Não estrague a felicidade dela. Ela quer ficar. Eu cuidarei de Jessica depois. Essa noite é da nossa família. Por favor, ma petit. - Pediu, acariciando o rosto dela.

Como dizer não a ele, se a alma dela só sabia lhe dizer sim? Sim, ela ficaria. Sim, ela confiava nele. Sim, ela o amava. Mais que o ar que ela respirava, ela o amava. Deixou o rosto descansar na mão dele, que lhe acariciava firmemente. Franziu o cenho, lutando contra si mesma. Tinha que ser forte. Tinha que ir embora. Tinha que se impor a ele. Mas não se impôs.

- Deus do céu, eu te amo tanto. - Assumiu, impotente, fraca, perto daquele sentimento opressor.

Evans agora ficaria com sua esposa. Jessica sofreria a ira dele, depois.

Scarlett fechou os olhos quando o marido desceu a mão de seu rosto pro seu pescoço, e sorriu por antecipação pelo que sabia que estava por vir. Ela esperou, até que sentiu os lábios de Evans gentilmente pressionando os seus, abrindo-os. Scarlett entre-abriu os lábios, então a calma dele se foi. A língua dele invadiu a boca dela agressivamente, como sempre, tomando-a em um beijo apaixonado. Todos aplaudiram. Jeremy, tendo espírito de farofeito, como Mark descrevera, assobiou alto pros dois. Só uma pessoa estava com a boca amarga de ódio com a cena. Jessica virou as costas e deixou a festa misteriosamente, como chegou. O que era de Scarlett e Evans estava guardado. Deixemos eles pensarem que a felicidade seria tão fácil.

- Vamos embora. Está tarde. - Disse, horas depois. Rosalie dormia no colo dele com a boquinha entreaberta.

- Sim. Estou morta. - Admitiu, olhando os pés. As botas a machucaram o tanto que podiam.

- Quer que eu te carregue também? - Se ofereceu, mostrando o braço livre pra ela.

- Se atreva. - Rosnou, se levantando. Evans riu.

Os três seguiram pra casa. Os outros ficaram lá, a festa ainda rolava alta. Nevava lá fora. Evans, com a ajuda de Scarlett, tirou o palitó que vestia e cobriu a filha. Scarlett se abraçou ao marido, dando a ele o pouco calor que tinha. Assim que chegaram em casa, se abrigaram. Evans foi direto pro banho, enquanto Scarlett tirava os sapatinhos e o vestido apertado de Rosalie, colocando a roupinha de dormir da filha. A menina não despertou. A lareira do quarto dos dois estava acesa, e o ambiente estava quentinho, ao contrario do frio radical lá fora. Scarlett se banhou, e voltou pra cama, Encontrando o marido deitado, esperando-a.

- Venha aqui. - Chamou, vendo ela esticar as mãos pra lareira, na tentativa de aquecer os dedos.

Scarlett sorriu e caminhou até ele. Ela subiu nos pés da cama, e o marido observou a loira, com os cabelos soltos, a camisola branca de mangas até os pulsos, mas com um decote generoso engatinhar até ele, e sorriu. Quando estava por cima do marido, ela deixou o corpo cair sob o dele, que a acolheu nos braços. Scarlett beijou Evans docemente, e esse correspondeu aos beijos dela. Isso durou por minutos a fio. Porém, dessa vez o clima não esquentou.

- Você... quer? - Ele perguntou com um olhar sugestivo, enquanto tirava o cabelo da mulher da frente do rosto da mesma.

- Você quer? - Rebateu, perdida no verde dos olhos dele - Seja sincero. - Censurou, ao ver a cara dele.

- Se você quiser. - Disse, dando-lhe a escolha.

- Eu tô MORTA. - Disse, fazendo uma careta, e descansando o corpo no dele. Evans riu, beijando-lhe os cabelos. - Meus quadris doem, meus pés estão que não suporto. Você fica bravo? - Perguntou, erguendo o rosto pra ele.

- Não, estou semelhante a você. - Scarlett sorriu, aliviada. Não sabia se teria pique pra Evans e toda sua... disposição. Receava despencar e dormir três dias seguidos. - Entretanto, nós temos amanhã. - Disse, e Scarlett tomou isso como um aviso.

- Amanhã eu faço o que você desejar. - Evans ergueu a sobrancelha, mas não disse nada. Tomaria proveito disso depois. - Agora, eu só quero me abraçar a você e dormir. - Disse, manhosa, se abraçando ao peito dele.

- Durma, meu amor. - Disse, sem deixar ela rolar pro outro lado da cama. Scarlett gostou da ideia de dormir no peito dele. Evans puxou o grosso cobertor e cobriu os dois, abraçando-se mais a ela em seguida. Scarlett o beijou uma última vez e assim adormeceram.

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