- Agora escutem aqui, vocês dois. - Rosnou, raivoso, enquanto segurava Mark, que mais uma vez tinha brigado com Evans. Dessa vez Downey interferiu antes que os dois se embolassem, mas por pouco - Já chega dessa situação. Vocês se matarem não vai mudar o que já foi feito. Eu não quero ter que tomar medidas sérias em relação a isso. Vocês dois não são mais crianças. Entendidos? - Perguntou, sério, e ninguém ali teve coragem de desafiar a ira de Downey.
Juntos, Evans, Downey, Kate, Mark, Mercedes e Théo terminaram de tomar café juntos. Théo, pra resumir, estava adorando ficar na mansão. Tinha Kate, de quem ele gostava bastante, e era excitante assistir as brigas de Evans e Mark. Após tomar café rapidamente, Mark preparou uma bandeja pra Scarlett e saiu da sala.
- Bom dia. - Disse sorrindo, ao entrar no quarto da loira.
- Bom dia. - Respondeu, sorrindo abertamente pra ele.Mark ajudou Scarlett a se sentar. Logo ela tomava café ao lado dele, e as vezes até conseguia rir.
- Eu vou precisar sair, tenho que resolver uns problemas. - O sorriso de Scarlett se fechou - Não fique assim. - Ele acariciou o rosto dela - Antes do almoço estarei de volta. - Sorriu torto, e Scarlett esqueceu do que estava reclamando.
Os dias foram se passando. O empregado que Mark mandou a Alemanha voltou, trazendo uma caixa do creme que foi buscar.
- Olha o que eu trouxe. - Disse entrando com o pote com um gel transparente.
- O que é isso? - Perguntou, olhando-o da cama.
- Segredo. - Ele não queria dar a Scarlett a ideia de que ela possivelmente fosse ficar marcada. Só faria isso em última instância.Quando Mark abriu o pote, um cheiro forte pairou pelo ar. Lembrava menta, hortelã, Scarlett não sabia direito, mas ardia no nariz. Scarlett cerrou os olhos quando Mark abriu o feixe traseiro da camisola, deixando suas costas nuas.
Quando a mão dele, coberta pelo gel, tocou suas costas, ela esperou pela dor, mas ao invés disso o que veio foi alívio. Ela abriu os olhos devagar, ainda sentindo. A mão de Mark era fria sobre sua pele, mas o próprio creme amortecia a dor.- E então? - Perguntou olhando ela, ansioso - Dói?
- Não. - Disse, sentindo o alívio que vinha das mãos dele - É bom. - Mark sorriu.
- Ficará boa em breve, minha Scar. E voltará a correr feliz no seu cavalo, do jeito que eu gosto de te ver. - Scarlett sorriu, fechando os olhos.O tempo continuou passando. Scarlett foi melhorando relativamente. Suas costas já estavam praticamente cicatrizadas. Só haviam umas marquinhas leves, que ao passar do tempo foram sumindo, graças ao empenho de Mark.
Evans passava as noites velando seu sono, sem que ela soubesse. O médico voltou a visita-la, e recomendou que ela passasse um pouco do tempo deitada com a barriga pra cima, pra não prejudicar a pele, abafando-a todo o tempo. Era assim que Scarlett estava agora.
A chuva, o vento e os trovões dançavam lá fora. Ela estava deitada de barriga pra cima, com os cabelos esparramados pelo travesseiro, e os braços ao lado do corpo. O quarto estava escuro, Mark já havia ido dormir. Scarlett estava pensando sobre Evans, sobre o que ele fez com ela, sobre Jéssica, sobre a adoração na voz dele quando chamava por ela.A injustiça era tão grande! Martina não tinha culpa, não pediu por esse casamento. E ainda, de brinde, Jorge quase mata ela por ter descoberto o maldito terceiro andar. O ódio tomou conta dela.
E então uma dor diferente tomou ela. Era uma dor que cobria todo o seu corpo, desde as raízes do cabelo até os dedos dos pés. Uma dor semelhante a de um hematoma sendo pressionado. Scarlett ofegou, franzindo a sobrancelha.
Ainda de olhos fechados, flexionou a mão, mas descobriu que doía mais ainda. Passaram-se horas assim. Scarlett pensou que finalmente a morte tinha vindo lhe buscar, e teve ainda mais ódio. Que motivo idiota pra se morrer! Mas então, quando o dia foi amanhecendo, a dor foi passando, aos poucos. Scarlett abriu os olhos. Tudo parecia bem mais definido, agora que ela já tinha sua cabeça resolvida. Odiava Evans. Ele iria pagar.
O céu começava a se clarear, e ela se levantou. De onde arrumou forças, nem ela mesma sabia. Caminhou até o espelho. Se admirou de como estava. Antes teria se espantado, mas hoje se admirou. Seus cabelos não tinham vida. Eram apenas lisos, caindo pelas costas. Sua pele não tinha vida, era branca como a de um morto. Branca, como a de Evans. Seus olhos eram de um azul frio, e era como se tivesse raspas de gelo por dentro. Porém, estava linda, pensou amargurada, consigo mesma.- Eu quero tomar café em paz. - Disse Downey tentando acalmar a briga, mas a faca que estava em sua mão estava segurada em modo de ataque, como se ele fosse esfaquear alguém.
- Bom dia. - Sorriu, fria, entrando na sala.A primeira reação de todos foi o choque. Se não estivesse de pé, podiam considerar Scarlett morta, por sua cor. A segunda, foi o deleite. Ela prenderá os cabelos em um coque apertado, onde nenhum fio se soltava. Usava um vestido cor de esmeralda.
- Scar, você não devia ter se levantado. - Repreendeu Mark, ainda meio abobalhado.
- Eu estou bem. - Sorriu verdadeiramente agora. Sua voz também tinha mudado. Estava mais séria, mais grave - Bom dia. - Sorriu fria pra Evans, e selou os lábios com os dele, em seguida indo pro seu lugar.O café da manhã passou normalmente. Pela primeira vez em dias, Mark e Evans não brigaram mais, para satisfação de Downey.
- Scarlett? - Chamou, entrando no quarto.
- Sim? - Respondeu naturalmente, se virando pra ele.
- Você... - Ele observou-a por um momento - Você precisa de alguma coisa?
- Porque precisaria? - Respondeu, dura. Ele assentiu, observou ela por uns segundos e saiu. Scarlett achou que ele parecia abatido, mas não deu atenção. Ele não merecia.
- Scar? - Chamou Mark, entrando na sala. Scarlett ergueu os olhos pra ele. - Tudo bem?
- Tudo. - Mark continuou encarando-a. Ela riu - O que foi?
- Você está estranha, pra ser resumido. - Ele avaliou ela.
- Não é nada, só me sinto bem. - Sorriu de canto pra ele.
- Posso ajudar em alguma coisa?
- MARK! - Repreendeu, aos risos, o olhar investigador dele - Eu estou bem. Fique tranquilo.
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Destinados ao amor
FanficScarlett e Evans foram destinados por seus pais a se casarem, Evans apaixonado por outra e Scarlett não preparada para assumir um casamento com um dos filhos da família mais famosa da cidade. Entretanto, mesmo sofrendo muito com Evans, Scarlett tent...