𝔇𝔢𝔷: 𝔞𝔫𝔞𝔯𝔮𝔲𝔦𝔞

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NORA

Ouço os meninos gritando, e decido que já é hora de acabar com esse jogo. Sigo o som até chegar a uma caverna, onde gritam meu nome.
Com cautela, entro. Prestando atenção para não ser pega em nenhuma armadilha.
Adentro mais a caverna e logo mais claridade chega aos meus olhos por meio de tochas. Tinha uma cesta com comida, água, e uma cama improvisada naquele canto. No lado oposto, haviam armas que suponho que sejam dos garotos...
Ah, os garotos. Os coitados estavam amarrados bem no centro, e gritavam ao me ouvir chegar. Mas nunca olhavam pra mim, e sim pra o que estava atrás de mim. Mas não havia nada. Parecia que...

--. AÍ! - reclamo, quando a figura que, descobri mais tarde, realmente estava na minha cola.- me solta Pan!
Ele ergue as duas sobrancelhas, como quem me explica que o objetivo do jogo era aquele.
-- Ah, me poupe- solto meu braço com força.- tá, eu já achei geral. O jogo acabou.
-- Nossa, senhorita Darling. Não é você que dita as regras aqui. E o jogo não acabou...- ele diz, me rondando- aliás, você tem mudado um pouco, percebo. Não é só pra mostrar que achou eles, e sim pra capturar...
Ele é interrompido com minha risada.
-- Aqui é anarquia, querido. E, não era só pra mostrar. Qual é a graça de deixá-los presos? Minha intenção era, admito, te irritar um pouco. Mas conforme as coisas andaram, também, tive que me virar, é claro. Nigel, conte pra ele nosso acordo.
Olho para o menino que está amarrado, e Petter tira o pano da boca dele, o fazendo contar sobre meu planinho. Era simples. Mas ao mesmo tempo, pelo jeito que Pan ficou, tão difícil de entender.
Tiro proveito da situação, e lanço um sorrisinho. Logo cai a ficha dele, e ele avança contra mim, já com tudo preparado.
-- Bem, você chegou até aqui. O que não significa que tenha ganhado.- ele agarra meus braços com força, e faz sinal que vai amarra-los, mas me desvio.
Não, nem pensar. Não passei todas essas noites em claro pra isso.
Me viro, e tento golpeá-lo, mas ele é mais rápido. Se desvia com uma facilidade frívola e olha pra mim com sarcasmo. Me desafiando.
Infelizmente, cai na dele.
Quando dou por mim, já estava em cima dele e ele já havia me golpeado e me colocado contra a parede.
Não tão fácil assim.
Suspirei, arfei, e fiz tudo o que podia pra parecer extremamente cansada. Me deixei cair sobre os ombros dele, e acho, talvez seja imaginação minha, que isso o provocou um arrepio. Mas quando ele não esperava que a indefesa pudesse se regenerar, levantei com tudo e o derrubei no chão.
O olhando nos olhos a todo momento, peguei a corda das mãos dele e o amarrei. Minha adaga, que estava na minha mão, implorava pra ser usada. Fiz o mesmo que fiz com todos os outros, com ele.
Sim, lá estava eu, deixando minha marca em Petter Pan. E, querendo ou não, foi tão funda que iria ficar pra sempre.
Sem nunca tirar meus olhos dos dele, me agaicho e sussurro próxima ao seu ouvido:
-- Parece que eu ganhei.

𝐃𝐀𝐑𝐋𝐈𝐍𝐆.Onde histórias criam vida. Descubra agora