𝐃𝐀𝐑𝐋𝐈𝐍𝐆.

꧁𝑻𝒓𝒊𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝒖𝒎꧂

𝑵𝒐𝒓𝒂 𝑫𝒂𝒓𝒍𝒊𝒏𝒈

Acordo sobressaltada, suando na cama. Olho em volta. O pesadelo não tinha sido em parte mentira. Eu estava realmente no acampamento dos piratas, e ainda por cima, drogada. A que ponto eu cheguei? Ou melhor, QUANDO eu cheguei nesse auge? O efeito da droga ainda não tinha passado, pelo que eu via, e eu mal conseguia me levantar da cama. Só me lembro da noite passada como um flashback e nem um pouco detalhado.
Mas, nos travesseiros... era o cheiro do Jace aqui? Ugh.
Não.
Será que eu... nós... PAI AMADO.
Não, não pode ser. Se tem alguém com quem eu não transaria é aquele cara. Mas, lembrando aqui rapidamente, ele tava muito gostoso ontem. E como eu me lembro disso, não sei. Nora, menos. Você está com o Petter, não está? Perguntas, questões e mais perguntas. E a resposta eu nunca tenho. Cansei disso. Já era mais do que claro, se eu queria alguma coisa, eu teria que ir buscar. Simples, mas na prática nem tanto.
Vou até o banheiro, e tomo um banho gelado. Desacostumada a usar as coisas sem o pozinho, minhas opções não são tantas. Visto uma roupa que me aqueça e que não me faça ficar doente, justa no busto. O que compensava um pouco a noite passada. Já tiveram uma boa visão do meu corpo, garanto. Está ótimo pra quem não irá vê-lo sem nada.
Me deito na cama novamente e fico encarando o teto, pensando no que iria fazer. Eu mal conhecia o acampamento e não iria ficar zanzando por aí igual uma idiota.
Mas eu era idiota, e obviamente o fiz. Embora com um objetivo próprio, claro. Vou até a mesma barraca de antes. Tolamente, a do capitão. Eu tinha plena consciência- ou nem tão plena, já que eu ainda sentia o gosto de vinho, vodca, cerveja e mil outras coisas da noite passada- do que eles poderiam fazer se me pegassem. Na real, o que eles iriam com certeza fazer se me pegassem. Esperei o segundo turno dos "guardas" e entrei quando não vi o capitão por lá. Caminhei até sua sala e entrei rapidamente, por que o estrago já estava feito. O jeito de saber a fonte dos problemas, era procurando pela fonte. E, sinceramente, o único jeito de eu saber que era sua sala é por que a decoração consistia em quadros seus e armas. Meu é que não seria.
Haviam armários de vidro cheios de flechas e espadas, e uma estante com livros e mapas com a geografia da região. Livros sempre me atraíram de certa forma, e não era de conhecimento geral que são eficientes para sconder coisas. Exceto quando se trata de esconder coisas de mim.
Os revisto, o que não foi muito trabalhoso devido ao fato da estante não ser grande e não possuir tanta qualidade de livros. Não acho nada em nenhum dos anteriores, até que paro em um livro entitulado:
" Neverland e o fluxo da magia".
Sacudo, reviro as folhas, e finalmente acho um papel dobrado na página 24. Me pergunto o por quê e o abro. Na folha, com uma letra desleixada, estava uma carta.
No meio mais gentil de dizer. Estava mais para um bilhete, apressado e sem introdução.

"Vá com Petter em sua próxima viagem a Londres. Traga Jace, podemos viver juntos agora, adoraria ter meu neto por perto. Faça isso, seremos uma família Michael.
Wendy Moira Ângela Darling"

Mas que porra era aquela?
E antes que eu pudesse pensar a respeito, ouço passos muito próximos e corro para debaixo da mesa, me escondendo sobre o pano vermelho que a cobria. Faço extremo silêncio, e guardo o papel dentro do sutiã para que não o perdesse.
Logo dois homens entram na sala, e se sentam em frente à mesa. Me encolho para que seus pés não me toquem, e controlo a respiração o máximo que posso.
-- Então- o capitão suspira- como andam as coisas? Já comeu ela?
Uma voz, que reconheço ser a de Jace, responde em seguida:
-- Ainda não, mas as coisas andam bem. Daqui a uns dias ela já está ajoelhada pedindo casamento.
-- E que assim seja, não se esqueça do que você tem que fazer. E ela vai começar amanhã, não quero moleza. E lembre-se Jace, você precisa dessa garota. Você mais do que todos nós. Se ela sair, você morre.
-- Claro, capitão- ele responde, a voz amargurada.
-- Organize essa mesa para mim- Michael murmura antes de sair da sala.
Jace xinga em silêncio, e levanta a toalha da mesa, encontrando uma garota furiosa o olhando com ódio.