۞𝒗𝒊𝒏𝒕𝒆۞

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𝑵𝒐𝒓𝒂 𝑫𝒂𝒓𝒍𝒊𝒏𝒈

     Puxo mais o garoto na minha frente para a minha direção, mordiscando seu lábio. Ele dirige a mão pra minha bunda, a aperta fortemente e posso o sentir suspirar. Puxo o cabelo dele, arranhando levemente suas costas, confortável em seu colo. Sinto seu sorriso se apertar contra minha boca.
     Semanas antes, eu não poderia me imaginar assim. Agora percebo o quão carregada de ódio e raiva eu estava, pra não olhar pro que tava na minha frente. Não me sentia a mesma garota de semanas atrás, algo em mim havia mudado, despertado, e era uma sensação deliciosa.
     Enlaço minhas pernas nas dele, e ele desliza a mão sobre minha coxa.
Sinto um calor em minha intimidade, e beijo seu pescoço. Ele desliza um pouco a alça da minha blusa...
       —— Mãe!- Ouço uma voz infantil se aproximar da porta.
       Ergo meus olhos pra Petter, que ria, apesar de eu saber que estava desapontado pela criança ter atrapalhado algo. Me ajeito rapidamente, e enquanto arrumava o cabelo o vejo parar em frente à porta.
     —— Olá Tommy- digo gentilmente, tentando esconder o incômodo.
    O garoto olha de mim pra Petter, de boca aberta.
    —— Mamãe- ergue os braços e eu o pego no colo, e o coloco em nosso meio na cama.- você sumiu.
   —— Sumi. Desculpa.
   —— O papai me disse que você tava dodói e que queria descansar, já melhorou- ele sorri e coloca a palma da mão no meu rosto, como se para verificar minha temperatura. Troco um olhar signifativo com Petter, um obrigada.
   Petter pisca pra mim.
    —— Melhorou sim, eu dei um remédio pra ela.
    Eu o encaro. Como pode uma pessoa falar tanta merda?
    Tommy dá de ombros.
     —— Tá. Que bom. A gente tá com saudade, por que não vai brincar? - ele sorri.
     —— Já... vou- não resisto a ele, e acabo concordando.Eles eram uns pestinhas, mas eram adoráveis se olhasse bem. Eu também sentia saudade- os meninos tão bem?
     —— Tão sim. Mas bate no Eliot.
    —— Por que?- pergunta Petter, mostrando interesse. Inclina a cabeça levemente, fazendo uma pequena mecha do cabelo claro cair em seu rosto. Já aprendi que ele fazia esse gesto quando se interessava.
    —— Por que ele nunca espera a vez dele de jogar, e me empurra. Não gosto dele.- diz Tommy, emburrado.
     Sou péssima pra conselhos com crianças, não rola. Tanta mulher no mundo, por que justo eu? Falo:
     —— Eu não posso bater no Eliot, Tommy.
     —— Por que???
     —— Por que... não sei.
    —— O Junior disse que acha que o papai já te bateu.
    —— QUÊ??- eu e Petter falamos, praticamente berramos, em uníssono.
    —— É. Bate nele mãe.
    Exato.
    —— Com TODA CERTEZA eu vou bater nele. Aliás, em todos esses garotos grandes. Eles tão precisando apanhar pra segurar a língua deles perto de você.- falo, irritada.
     —— Pois é mãe.Eu sou criança, não pode isso ué.- ele cruza os braços, se fazendo de irritado. Me apoia- deixa eles de castigo.
     —— Pode deixar que vai ter castigo- Pan se pronuncia, a voz levemente carregada. Ele suspira.
      O olho, pensando no que ele poderia fazer.
      Tommy me abraça.
       —— E o Gaull disse, e PERTO DE MIM, que vão pegar o estoque de bebidas do papai. E beber é feio, mãe! Mas não fala que eu te falei- ele diz, balançando a cabeça e fazendo sinal de segredo com um dedo nos lábios.
      —— Peraí, quê?! Eu vou MATAR ele. Da próxima vez que vir algo do tipo, me fala. Eles estão tendo muita liberdade por aqui.- Pan diz.- No meu estoque ninguém põe o dedo.
     —— Vix, bebum- rio- Esse Gaull fala demais, temos que cortar a língua dele fora- murmuro
    O menininho sorri maleficamente, as covinhas surgem no rostinho belo. Observo, encantada, e me pergunto que combinação foi necessária para resultar nesse anjo. Quem são seus verdadeiros pais. Como veio parar aqui. Ou se nasceu aqui... por hora, não sei de nada. Mas não pretendo continuar assim.
     —— Isso! Vamos!!
     Olho pro lado, e Petter está rindo:
    —— Para de ensinar violência pro garoto, Nora.
    —— Como se você os ensinasse a tomar chá com bonecas- sorrio e pego Tommy no colo, o levando até a porta. Dou um beijo em sua testa, e o digo que os encontrarei no jantar. Ele assente e eu volto a ficar sozinha com Petter.
    O mesmo não sai do meu lado, e eu me sinto gratificada com sua presença.

𝐃𝐀𝐑𝐋𝐈𝐍𝐆.Onde histórias criam vida. Descubra agora