𝑵𝒐𝒓𝒂 𝑫𝒂𝒓𝒍𝒊𝒏𝒈
Acordo com a luz do sol atravessando a janela, com o canto dos passarinhos que passam por ali. Me espreguiço na cama e levanto de uma vez só, e, estranhamente feliz, sorrio. Não sei o que, ou que milagre estava acontecendo comigo, mas a energia era tão boa que não resisti. Ponho o livro que estava do meu lado na cama na estante,o qual eu li antes de pegar no sonho e acabei dormindo abraçada com ele.
Vou até a cozinha, tomo um café da manhã caprichado e me dirijo ao banheiro. Tomo um banho longo, afundando na banheira, com direito a lavanda e óleos corporais depois. Faço até uma skin care básica, e coloco uma roupa confortável em seguida. O mesmo tipo de roupa curta que me alertariam não usar, mas não me importava. Eu estava bem com tudo e só estragariam meu dia se eu deixasse. E eu não planejava isso nem um pouco.
Chego até a cantar um pouco enquanto me dirijo a praça, pra encontrar as crianças e passar um tempo com elas. Talvez alguém mais esteja lá...
Olho para baixo. O que é isso, eu estou dando pulinhos?
MISERICÓRDIA
Forço meus pés a pararem de graça e sigo meu caminho, agora já memorizado por tantas vezes passar lá. Chego no local e mal ponho meus pés lá e vem uma multidão de crianças me abraçar, me derrubando no chão.
Faço cócegas nelas e só paro quando eles choram de rir.
-- Você é muito má, mãe- diz Dom, ainda rindo quando limpa as lágrimas .
-- Sou... e vou puxar seus pés de noite e fazer um banquete com seus ossos- sussurro assustadoramente.
As crianças e os garotos me encaram, de olhos arregalados. Em seguida eu não aguento e rio, quebrando o clima, e todos me acompanham.
-- Leva o Eliot primeiro- Tommy empurra o amiguinho, entrando na brincadeira.
Pronto, logo todos começam a se empurrar. O caos começou. E o Tommy fica do meu lado, rindo, achando graça da discórdia.
-- Você é terrível - o pego no colo, rindo.
Ele pisca os olhinhos azuis pra mim, inocente.
Separo os pestinhas e depois brincamos juntos até um pouco antes do entardecer. Quando já estão cansados, mando as crianças para onde quer que seja que elas fiquem pra poderem descansar e elas obedecem, seguindo para oeste. Oeste. Faço uma nota mental de achar o lugar depois.
Quando elas saem, os meninos mais velhos se aproximam. De início aparecem um pouco envergonhados, alguns me pedem desculpas.
Assinto. Assim que eu gosto.
Começamos a conversar, e a maioria é legal, até.
-- Quer vir com a gente pra fogueira?- Um dos garotos, Kevin, cujo nome descobri minutos atrás, me chama.
-- Fogueira?
-- Sim. Às vezes, a noite, nós acendemos uma fogueira e jogamos algo, às vezes bebemos, contamos histórias, coisas assim.
Bufo:
-- E ninguém nunca me contou isso? Eu teria ido antes!
-- Achamos que não iria querer- disse James, um garoto de pele clara e cabelos ruivos. Tinha os olhos meio tristes, entanto atraentes. Bonito, mas não era meu tipo.
-- É, aquele papo de menininha de sono de beleza, e tal.- Dylan comenta, e eu dou um tapa de leve no braço dele. Ele ri.
-- Parem de graça. Eu adoraria.- sorrio
-- Ok. As nove, em ponto.- ele diz
-- Opa, acho que não vai dar, eu demoro pra preparar minha beleza toda, trançar todo meu cabelo... vou chegar meia hora atrasada - faço uma voz mais aguda, piscando os olhos diversas vezes. Eu podia ler "papo de menina" estampado na cara deles. Todos rimos .- Já estou aqui as oito e quarenta.
-- Isso aí!- Kevin apoia.
Me despeço deles e vou seguindo para minha toca antes que anoiteça.
Já na metade do caminho, me distraio observando as árvores e a beleza ao meu redor. Desde os tons de rosa que haviam no céu até cada traço de cada folha, o cheiro suave de terra e, se prestasse atenção, daria para ouvir o barulho das ondas quebrando. Os pássaros já estavam menos agitados, agora cada um se dirigindo ao ninho. Em um canto, algumas flores se fechavam, se antecipando para a noite. Os ruídos, movimentos e cores me prendiam de tal forma que me sentei em uma pedra pra observar . A essa altura já era noite.Estava tão distraída que mal noto os passos atrás de mim. Alguém coloca as duas mãos nos meus olhos e me assusto, tentando sair, mas pessoa acaricia meu pescoço com um dedo e já reconheço o toque:
-- Quem é?-sussurra Petter Pan, a respiração queimando em minha pele.
Sorrio. Não acredito que ele fez essa brincadeira de criança.
-- Não sei- minto.
Posso sentir seu sorriso quando pressiona os lábios contra meu pescoço.
-- Não?- ele deposita um beijo na região, me fazendo estremecer. Nego com a cabeça, e me seguro para não gemer quando ele põe a língua. Será que ele sabia, que ali era um ponto fraco meu? O sinto roçar os lábios, os dentes, com seu corpo pressionado ao meu. Suspiro. Se fosse assim, eu iria ficar encharcada ali mesmo.
-- Petter Pan- falo, a voz mais parecendo um sussurro. Ele me dá um beijo suave no queixo, como se satisfeito por ouvir seu nome sair dos meus lábios. Ele tira a mão dos meus olhos, me dando a visão do rosto mais bonito que eu já vira na vida. Deslizo meus dedos por seu rosto, o tocando delicadamente. Ele me puxa pra si, e eu afundo a cabeça em seu pescoço, mordiscando a região. Ele estremece.
-- Não devia estar perambulando por aí de noite- mumurra, enquanto me pega no colo. Me assusto com a ação repentina. Ele puxa minhas coxas ao redor de seu corpo, de modo que eu possa sentir seu membro entre minhas pernas. Intencionalmente ou não, Petter Pan era cruel. Enlaço meus braços ao redor de seu pescoço e reclino minha cabeça lá, e ele me carrega pra casa.
Já eram quase sete horas, então jantamos todos juntos e depois as crianças e os garotos vão embora. Pan vai junto, e eu me sinto secretamente aliviada, se não, não iria me segurar mais. Tomo outro banho demorado - será que existe conta de água em Neverland?- me visto, penteio o cabelo e saio da Toca.
Chego, como o combinado, as oito e quarenta. Mas inesperadamente todos os meninos já estão lá. Me sento na roda, e James me entrega um relógio, marcando 20:40 em ponto. Balanço a cabeça negativamente, mas sorrio.
-- Queríamos ver se chegaria no horário que falou- disse.
Ok. Um teste.
-- Vamos jogar o quê?- pergunto.
-- Verdade ou desafio.- Gaull diz.
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𝐃𝐀𝐑𝐋𝐈𝐍𝐆.
Teen Fiction୨୧̾ . ☇ ࣪⸼ ࣪ 🕯﹅Pare e escute, os 𝐃𝐚𝐫𝐥𝐢𝐧𝐠𝐬 sempre tem uma história pra contar... " Ela dizia que uma história nunca morria se alguém contasse, e foi o que fez... e pelo visto, queria que eu não só contasse, mas vivenciasse também. Vovó Wend...