𝔖𝔢𝔦𝔰: 𝔞𝔣𝔬𝔤𝔞𝔡𝔞?

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E me encara nos olhos. Atenta, eu observo suas guelras e escamas. Uma sereia. E pelo visto, não tinha gostado nada de mim. Ela levanta a cabeça devagar, sem tirar os olhos dos meus, e percebo que sussurra algo. Não... me parecia mais... uma melodia.
     Algo tão contagioso, que eu sentia vontade de sair pulando e cantando por aí.
     Desvio meu olhar do dela e encaro as águas cristalinas... era tão lindo, que eu nem reparei nos gritos atrás de mim, que eu quase nem era capaz de ouvir, em tamanha beleza. Logo, sinto uma sensação morna invadir meu corpo... subindo cada vez mais...

   —— Nora! Nora, me escute.- dizia uma voz conhecida que podia esperar um pouco...
  E escuto um grito agudo e estridente, que este eu claramente entendia como um:

" Cai fora!! "

   Aí que me dou por mim mesma, e reparo que o nível da água já estava no meu pescoço.
    Eu quase... Nossa!
    —— Petter! - gritei, enquanto a criatura me puxava mais e mais e tampava minha boca.
    Sinto braços me puxarem e eu os ajudo, me debatendo o quanto posso.Chuto o rosto da sereia, e até consigo me soltar, mas ela sempre me pegava toda vez que eu fugia, e cada vez com mais raiva.
    —— Nunca mais encostem nela - e é a última coisa que eu escuto antes de ele dar uma facada no rosto da sereia.
     Ela urra de dor e sai nadando.
     E eu, percebo que há um corte enorme na minha barriga, e também, que estou muito cansada. Com água demais, o ar falta...

...

   —— Nora! Nora! - escuto Pan gritar, e junta seus lábios nos meus novamente, fazendo respiração boca a boca.
   Com calma, abro os olhos. Olho ao meu redor e vejo que ainda estávamos na praia, e também vejo dois meninos perdidos indo ao nosso socorro, com curativos.
    —— Ela acordou! - ele diz, e sinto um líquido quente entrar na ferida.
   Petter para de jogar o líquido de um frasco laranja em mim, e começa a fazer os curativos.E quando ele sem querer, os pressiona muito forte, quase grito de dor.
     Eu disse quase, por que com  toda aquela gente olhando pra minha cara, o grito nem veio.
     Com calma, tento respirar normalmente, mas o cheiro forte da água salgada infesta minhas narinas e eu quase espirro. E, quando vejo, já estou nos braços do Petter novamente.Ele me leva até a árvore, entra no meu quarto e me deposita lentamente na cama. Tento protestar, mas ele não permite.
      Ele estava tão perto de mim, que me deixava sem reação. E quando eu menos esperava, ele se afasta e abre espaço para sininho, que chega com um anel muito dourado. Que creio eu, seja pelo excesso de pozinho. Mas tão rápido quanto entrou, ela sai.
      —— Repele criaturas. - ele diz
     Assinto com a cabeça e agradeço. Pan solta um suspiro forte.
    —— Podia ter morrido, sabia?
     Dessa vez, sou eu que suspiro, o ignoro , e viro para o lado.
   —— Ei, Nora. - ele insiste- me escute.
   Percebendo que eu não estava afim de dar atenção, ele se deita do meu lado, ficando no meu campo de visão.
   —— Me responde, caramba.
   —— Que foi? - digo, por fim
   —— Não saia assim sem me avisar mais, ok?
   —— Eu não sou sua, Petter Pan. Por que eu te avi...
   Mas sou interrompida pelos seus lábios, que agora estão nos meus.

   
Desculpa o capítulo pequeno

Dia foi corrido hoje irra

𝐃𝐀𝐑𝐋𝐈𝐍𝐆.Onde histórias criam vida. Descubra agora